Enquanto isso, Tabata junto com o grupo já estão dentro do Castelo do Reino Morto.
— Vimos que a poção COEGI não funciona aqui dentro! Como vamos achar o Gamabray? –Perguntou Tabata.
— Temos que ser muito cautelosos, pois dessa vez eles sabem que podemos chegar a qualquer momento e provavelmente já estão a nossa espera. — Disse Toni.
— Nicolas, eu acho que você é o que mais conhece esse castelo entre nós, quais são os lugares que eles possam ter aprisionado o meu filho?
— Temos vários pontos nesse castelo, as masmorras são o lugar onde eles conseguem esconder alguém muito fácil, já o setor leste, por mais que tenha milhares de casas, lá é um local um pouco aberto, então seria fácil achar ele lá, mas por compensação é fácil deles nos rastrearem também. O lado oeste tem muitas salas e vários jardins assassinos, alguns jardim parecem florestas, mas acredito que se eles pediram para os orcs tomarem conta do garoto, ali não seria um bom lugar, pois os orcs iriam ser devorados facilmente pelas plantas vivas.
— Mas é claro que eles não iriam deixar os orcs tomando conta do garoto, senhor Nicolas, se eles fizerem isso os orcs vão almoçar o pobre garoto no primeiro piscar de olho. — Disse Toni. — Então para mim essa hipótese está anulada.
— Você está certo! — Disse Nicolas. — Podemos também...
— Podemos também nada! — Disse Nargcon, interrompendo Nicolas. — Alguém tem alguma coisa que pertence ao garoto aí?
— Eu tenho esse pingente que era dele até seus 15 anos! — Disse Tabata retirando um pequeno metal redondo que está em seu colar e entregando para o Bárbaro.
— Perfeito! — Ele respondeu pegando o pingente e colocando no focinho do seu dragão. — Vamos, Fofucho! Ache o garoto e com calma! — O dragão começa a farejar o ar e, após puxar fundo e encher seus pulmões por cinco vezes, ele começa a andar e todos o seguem.
— Essa direção vai pra onde? — Perguntou Tabata.
— Para o centro do castelo! — Respondeu Nicolas.
— Foi o que eu imaginei! — Ela respondeu.
— Provavelmente ele deve estar na sala central então! — Disse Niara. — Foi lá que encontramos o portal e foi lá que estava Rainelf e aquele Cão de Gelo!
— Eles têm Cães de Gelo aqui? — Perguntou Nargcon, segurando Fofucho pelo rabo. — O cão que mordeu seu amigo aí?
— Sim! — Respondeu Nicolas. — Mas pelo visto eles têm um só!
— Mesmo assim temos que dobrar o cuidado agora! Cães de Gelo atravessam as paredes! — Ele disse.
— Está me dizendo que aquele cachorro pode a qualquer momento saltar em cima de nós! — Disse Toni.
— Sim!
— Que falta faz o Gamabray agora! — Disse Toni.
— Por quê? — Perguntou Tabata.
— Ele dominou um crocodilo tanque, deu ordem para Fofucho e ele aceitou, provavelmente ele não deixaria o cão nos atacar! — Disse Lana.
— Aí que você se engana, minha jovem! — Disse Nargcon. — Eu vi o garoto dominando o Fofucho e tenho certeza que ele tem um grande poder em seu interior, mas ele domina criaturas de áurea branca, ele nunca dominaria criaturas de áurea negra, a não ser que seu coração se perca para a escuridão!
— Mas se ele dominou um crocodilo! Crocodilos são assassinos! — Disse Toni.
— Aí que você se engana! Conheço crocodilos e eles matam para se alimentar, diferente dos Cães de Gelo, eles matam por prazer! — Disse Nargcon, todos olharam um para o outro e se afastaram das paredes.
— Vamos! Antes que Fofucho perca o rastro do garoto! — Disse Nargcon.
— É só eu ou mais alguém está achando que tem algo estranho? — Perguntou Lana.
— Estranho como? — Perguntou Consmagu.
— Não encontramos nenhum seguidor do Rainelf e nenhum Orc transitando pelos corredores do castelo, é como se ele estivesse vazio! — Disse Nicolas.
— Será que foram todos embora? — Perguntou Consmagu.
— O garoto está aqui no castelo! — Disse Nargcon. — Fofucho não se engana.
— Vamos continuar a procurar e com mais cautela, pois me parece que estamos caminhando para uma armadilha! — Disse Nicolas.
— Olhem! — Disse Niara olhando de uma pequena janela, para um enorme pátio.
Quem é aquele lá? Não consigo ver direito! –Disse Consmagu.
— Deixem me ver! — Disse Tabata tentando conseguir um lugar. — É o meu filho!
— Me deixa ver! — Disse Nargcon. — Ele está amarrado no meio do pátio.
— Estamos indo para uma armadilha mesmo! E agora? — Perguntou Toni.
— Eles sabem que vamos até lá tentar resgatar o Gamabray, mas o que eles não sabem é que vamos conseguir abrir um portal assim que resgatarmos o garoto. — Disse Nicolas.
— Por mim eu não vejo problema em caminhar para uma armadilha! Já marchei para combate contra exércitos 10 vezes maiores que o nosso e olha eu aqui vivo para mais um combate! — Disse Nargcon. — Quem estiver com medo, essa é a hora de desistir!
— Ninguém pode desistir agora! — Disse Nicolas. — Só temos uma forma de voltar e todos temos que voltar juntos!
— Vamos logo resgatar meu filho e sair daqui!
— Fofucho! Continue nos guiando! Ele disse e, após andar por vários corredores e salas, eles chegam ao térreo.
— Ele está lá! Temos que correr até ele, desamarrá-lo e abrir o portal o mais rápido possível. — Disse Nicolas.
— Alguém está sentindo alguma presença? — Perguntou Toni.
— Nada! — Respondeu Lana e todos concordam com ela.
— Para mim está me parecendo que vai ser mais fácil do que estava imaginando! — Disse Nargcon.
— Temos duas alquimistas, três guerreiros, dois arqueiros e um mago. — Disse Nicolas. — Tabata e Niara, as alquimistas fazem juntas um escudo sobre nossas cabeças. — Nargcon, Dina e Toni ficam responsáveis em nos defender dos ataques que vierem de frente.
— E o Fofucho, além de nos ajudar, vai enfrentar os Cães de Gelo que vierem!
— Perfeito! — Disse Nicolas. — Lana e eu ficamos responsáveis pelas laterais!
— E eu? — Perguntou Consmagu.
— Você tem que nos proteger das magias que poderão vir por terra! — Disse Nicolas.
— Perfeito! Deixa comigo! Não vou decepcionar mais ninguém!
— Então se preparem! No três, corremos! — Disse Nicolas. — Um, dois, três! — Todos correram em sentido ao jovem Gamabray e, assim que partiram, Niara e Tabata trataram de conjurar o escudo sobre suas cabeças, Consmagu foi encantando o chão para não serem invadidos por nenhuma magia e enquanto o resto corria esperando serem atacados, mas eles alcançaram o jovem guerreiro sem serem atacados.
— Filho! — Gritou Tabata abraçando Gamabray e tratando de desamarrá-lo.
— E agora? Já podemos ir? — Perguntou Toni.
— Pelo visto sim! — Respondeu Nicolas.
— Um resgate sem combate! Se eu soubesse teria ficado na Sala de Comando!
— Ativa logo o portal, mãe!
—Ah! Sim! — Ela disse soltando seu filho, pegando o amuleto e tentando ativar o portal, mas nada estava acontecendo. — O portal não quer abrir!
— HA HA HA HA HA! Vocês acreditaram mesmo que seria fácil assim? — Disse uma voz.
— Quem disse isso? — Perguntou Lana.
— Deixa eu adivinhar! Minha prima, Yasmim, quem lhes deu um amuleto na esperança de abrir um portal para suas fugas!
— Rainelf! — Disse Tabata ao ver um homem surgir ao longe, de dentro do castelo, e assim que ele fica totalmente visível, milhares de sombras começam a surgir logo atrás dele.
— Vamos correr para esse lado! — Disse Tabata correndo em sentido contrário, mas não deu um passo sequer e já parou. — Estamos cercados!
— Vocês vieram buscar o que é seu! Só espero que vocês tenham trazido o que é meu! — Disse Rainelf caminhando lentamente.
— Rendkahan! — Disse Tabata, com um olhar de raiva e partiu em sua direção. — Seu desgraçado! — Mas Niara a impede de ir a diante.
— O que vamos fazer agora? — Perguntou Consmagu.
— Não sei! — Respondeu Tabata.
— Entregue o que é meu e eu deixarem vocês saírem vivos daqui.
— E se entregarmos o fragmento para ele então? — Disse Dina.
— Não estamos com ele aqui, o fragmento ficou na sala de Comando com a Tyana, e se ele estivesse aqui, não poderíamos entregar para ele de jeito nenhum! — Disse Nicolas.
— Vejo que vocês me fizeram perder tempo e tiveram a coragem e a ousadia em virem aqui sem o meu fragmento. — Disse Rainelf. — Não vejo outra escolha senão, matar todos vocês! Matem todos! — Ele gritou com os olhos vermelhos de raiva e os milhares de soldados começam a marchar na direção deles.
— Foi uma honra conhecer vocês, mas eu e Fofucho temos que morrer em combate, não esperamos a morte nos abraçar.
— Mãe!
— Oi, filho!
— Obrigado por me resgatar e sempre cuidar de mim, quero que saiba que eu não viveria tão feliz em outro lugar sem a sua presença e a de Niara!
— Oi!
— Você é melhor irmã que uma pessoa poderia ter! E quero que você saiba que eu sempre soube das vezes que você fingia ter medo para deixar eu te proteger ou mesmo aquelas vezes que você não se livrava dos perigos para eu te salvar. Quero que saiba que, para mim, você sempre foi minha irmã de verdade e eu te amo muito.
— Também te amo, meu irmão! — Ela disse, o abraçando.
— E eu que achei que iria demorar em pedir desculpas pessoalmente para meu tio, mas será uma honra morrer aos seus lados e poder encontrar meu tio, onde quer que ele esteja agora.
— Saiba pai que eu estava só esperando tudo se resolver para você me contar tudo, principalmente porque me escondeu que você é o Arqueiro Sábio, mas não quero morrer com magoa de ninguém, muito menos do senhor, então acredito que o senhor fez isso para me proteger!
— E foi isso mesmo, minha filha! — Disse Nicolas, a abraçando.
— Bem! Eu não tenho nada a dizer! Só que foi um prazer lutar aos seus lados e principalmente ao seu lado, meu irmão, que me ensinou praticamente tudo o que eu sei até hoje. — Disse Dina.
— Sou quem sou hoje graças a ter você sempre ao meu lado! — Disse Toni, a abraçando.
— E você vai me deixar morrer curiosa mesmo?
— Por que, Dina?
— Por que você negou a carta da escola Wulflanderhunt? — Ela perguntou e Toni sorriu.
— Já que não sabemos se realmente iremos se encontrar todos outra vez, eu te conto minha irmã. Eu fiquei na Vila Água Verde, pois não queria ficar longe da Niara.
— Da Niara? — Perguntou Dina.
— Eu? — Se espantou Niara, olhando para Toni que faz um gesto de lamentação com seu rosto.
— Bem! É isso! — Disse Nargcon. — Todos prontos? — Ele perguntou e todos falaram que sim. — — Eu perguntei se estão prontos! — Gritou.
— SIM! — Eles responderam.
— Ao combate! — Ele gritou correndo, acompanhado por seu fie amigo, Fofucho, na direção dos milhares dos soldados e Tabata, Niara, Gamabray, Lana, Nicolas, Toni, Dina e Consmagu vão logo atrás e o combate era inevitável.
— Bem que você poderia ter me deixado enfrentar Tabata sozinha! — Disse a mulher que estava ao lado de Rainelf.
— Agora já é tarde, Adodhis! Não tem mais volta! — Disse Rainelf, esperando seu exército massacrar o pequeno grupo de amigos que, assim que se aproximaram do imenso exército, foram impedidos por um escudo invisível que fez com que todos trombassem nele e caíssem no chão.
— O que está acontecendo lá? — Perguntou Samanta, vendo o grupo cercado pelo imenso exército de Rainelf que não estava conseguindo atacar.
— O que é aquilo? Um portal? — Perguntou Adodhis.
— Desgraçada Yasmim! Derrubem esse escudo, agora. Ataquem! Ataquem! Todos derrubem esse escudo e matem todos! Não deixem eles fugirem! — E todos começaram a atacar o escudo enquanto o grupo ia atravessando o portal, um a um, até que por último ficou a princesa Yasmim, que parou e olhou na direção de Rainelf.
— Me dá esse arco aqui! — Ele disse arrancando o arco e a flecha das mãos de uns dos soldados e mirando em sua prima. Ele puxava a linha com tanta força e raiva que o arco brilhava com uma energia que, quem estava ao seu lado, não conseguia olhar para o arco. Então ele solta a linha e faz a flecha viajar na direção de Yasmim que já estava entrando no portal. Assim que ela atravessou, o portal começou a se fechar no mesmo instante em que a flecha atinge o escudo e o derruba, sem nenhum esforço, e continua viajando até entrar no último espaço do portal. Nisso o portal se fecha.
— Desgraçada! Conseguiu fugir! Mas dessa vez não vai ser mais como antigamente! — Disse Rainelf, devolvendo o arco para o soldado com tanta força que o soldado caiu sentado no chão.
— Chamem os alquimistas e vamos ativar esses fragmentos, mesmo eles não estando completos. — Disse Rainelf voltando para seu castelo, seguido por Adodhis, Samanta e Rendkahan.
E enquanto isso, no deserto Escorvenion, Yasmim termina de atravessar o espelho que começa a se fechar.
— Por essa meu primo não esperava!
— Obrigada, Yasmim, por ajudar a nos salvar e a salvar o meu filho!
— Disponha! Agora só precisamos achar um jeito de voltar para o meu Reino! — Ela disse e nisso, a flecha que Rainelf disparou termina de atravessar o portal, atinge o braço de Yasmim, vai direto nas costas de Gamabray e atravessa o seu corpo, fazendo ele cair de bruços no chão com sangue escorrendo de sua boca.
— FILHO! — Gritou Tabata, pegando Gamabray em seus braços e o confortando em seu colo.
— Mas o que aconteceu? — Perguntou Lana.
— Uma flecha atravessou o portal e o acertou! — Respondeu Yasmim.
— Faça alguma coisa, princesa! — Disse Niara e Yasmim vai e tenta conter a hemorragia do seu peito usando magia de cura.
— A flecha deve ter acertado seu coração! Não estou conseguindo conter seu sangue! — Ela disse e Gamabray tosse sangue no rosto de Tabata.
— Não deixe meu filho morrer, Yasmim! Por favor! — Disse Tabata vendo o corpo de seu filho amolecer em seus braços e, a esperança de ver seu filho com vida outra vez termina quando Yasmim fecha os olhos de Gamabray e se levanta.
— Eu sinto muito! — Ela disse, todos começam a se lamentar e o choro tomou conta do lugar.
— Tyana ressuscitou o coelho já sem vida do Gamabray, talvez ela consiga trazer o meu irmão de volta!
— Não custa tentar! — Disse Nicolas com lágrimas escorrendo em seu rosto e nisso, surge ao longe duas sombras se movimentando muito rápido em suas direções.
— O que é aquilo? — Perguntou Lana.
— A pergunta certa é, quem são eles? — Disse Dina.
— Com esse sol em meu rosto eu não consigo identificar! — Disse Nicolas.
— É Tyana com o Riel! — Disse Nargcon se aproximando deles.
— Ainda bem que encontrei vocês, você não faz ideia de quem seja aquele garotinho do coelho! — Disse Tyana para Nargcon.
— Infelizmente saber quem ele é não mudará o fato! — Ele respondeu apontando para Tabata que estava com Gamabray em seus braços.
— Eu não acredito! A esperança do meu povo estava nesse garoto! — Se lamentou Tyana.
— Você pode revivê-lo? — Perguntou Niara.
— Reviver um coelho é fácil! Eu não tenho poder suficiente para reviver um ser desse tamanho, agora Yasmim tem! — Ela disse e todos olharam para a princesa.
— Por que você diz isso?
— Você é filha de Ísis, não é? — Perguntou Riel.
— Sim!
— Sua mãe já ressuscitou uma pessoa, seu pai Osíris e ela conseguiram salvar praticamente uma raça toda, os humanos que tiveram sua mutação para os orcs e a nova raça dos sumanos.
— Eu sei disso, mas eu não faço a mínima ideia de como fazer! Se pelo menos eu tivesse a Pedra Unida, talvez conseguisse.
— Não seja por isso! — Disse Tyana tirando o fragmento da Pedra Unida de seu bolso.
— Isso é só o fragmento da Pedra, ela não tem poder algum! — Disse Yasmim pegando o pedaço de pedra na mão.
— Mas como sua mãe conseguiu faze a Pedra Unida? — Perguntou Tabata.
— Fora o poder da semente da árvore do poder, ela usou sua própria energia pra criá-la, sua energia e de quase toda sua equipe.
— Sua própria energia? Como assim? — Perguntou Lana.
— Ela usou sua alma, minha mãe tirou a própria alma e colocou na Pedra e foi pelo poder do amor que eu consegui restaurar e salvar muitos animais e vegetais desse planeta.
— Como sua mãe conseguiu tirar e aprisionar a própria alma e como ela colocou na pedra? — Perguntou Tabata.
— Através disso! — Ela respondeu tirando um colar de dentro da sua blusa e nele estava uma faca bem pequena. — Ela tirou a própria vida com essa faca que suga a alma se cravada no coração e depois disso eu coloquei sua energia na pedra!
— Deixe me vê-la? — Disse Tabata estendendo sua mão.
— Tome cuidado! É a única lembrança que eu tenho da minha mãe daquele dia!
— Pode deixar! — Ela respondeu analisando a faca.
— Como vocês nos encontraram? — Perguntou Nargcon.
— Estávamos indo atrás do garoto para impedir que ele entrasse em um confronto e morresse. Foi quando vimos um brilho surgir a leste, resolvemos verificar o que era e acabamos encontrando vocês, mas infelizmente foi tarde demais. — Ela disse, se lamentando.
— Mas afinal quem é esse garoto? — Perguntou Nargcon.
— Filho de Dórfim e herdeiro do trono de...
— NÃO, TABATA! — Gritou Yasmim ao ver Tabata mirando a faca para seu peito e todos se assustaram.
— O poder da sua mãe foi suficiente para salvar milhares de vidas, talvez o poder da minha alma consiga trazer meu filho de volta.
— Isso não é certeza, Tabata, não faça isso! — Disse Yasmim.
— O que a moça está dizendo pode ser verdade? — Perguntou Riel.
— Pode haver uma possibilidade, mas não é certeza.
— Niara! Você me perdoa, minha filha?
— Sim, mãe! — Ela respondeu com lágrimas escorrendo em seu rosto enquanto Tabata cravava a faca em seu coração. O impacto que causou jogou seu corpo para longe, Niara corre para ver o que tinha acontecido e encontra sua mãe sendo consumida pela faca, O seu corpo dá lugar para sua estrutura óssea. Então Niara apanha a faca que estava caída ao chão.
— Deixe me vê-la! — Disse Yasmim pegando a faca das mãos de Niara.
— Deu certo? — Perguntou Tyana.
— Que mulher corajosa essa! — Disse Nargcon, espantado.
— Abram espaço! — Disse Yasmim colocando o pedaço da pedra no peito de Gamabray e a faca em cima dela. Então ela começou a dizer palavras estranhas e força a faca contra a pedra que começou a brilhar e, enquanto ela aumenta seu brilho, a faca perdia o dela. Assim que a faca se apagou a pedra começou a penetrar no corpo de Gamabray.
— Deu certo? — Perguntou Lana ao ver que a pedra foi totalmente sugada pelo corpo.
— Não dá para saber ainda! — Ela disse e nisso, o tronco do Gamabray salta para cima e ele dá um grito. Seus cabelos começam a brilhar e depois ficam brancos. Suas orelhas crescem e ficam pontiagudas. Seu corpo de menino dá lugar a um corpo de adulto com um porte físico muito bem trabalhado, Yasmim segura sua cabeça para que ela não caia com tudo no chão e, nos braços de Yasmim, Gamabray abre os olhos.
— O que aconteceu? — Ele pergunta e todos gritam de alegria.
— Ele é um elfo? — Perguntou Nargcon.
— Ele é filho de Dórfim, herdeiro ao trono de Gadhros.
— Ele é o filho de Dórfim sequestrado e morto pelos Anunnakis? — Perguntou Nargcon. — Mas como isso?
— Acho que eu posso tentar achar uma explicação lógica para isso! — Disse Nicolas. — Na Guerra de Azulho, Tabata usou o poder da Pedra Unida na tentativa de abrir um portal para que conseguíssemos sair do Subterrâneo de Lestro e fugir do exército de Rainelf. O poder da Pedra Unida era tanto que o portal acabou nos mandando mais longe, ao invés dele nos mandar para qualquer lugar do nosso planeta ele nos mandou para o Planeta dos Anunnakis e foi lá que encontramos o Gamabray. Foi lá também que nos deparamos pela primeira vez com os Cães de Gelo que mataram todos que não conseguiram voltar de lá.
— Isso explica o Cão de Gelo que mordeu o senhor! — Disse Tyana. — Provavelmente alguns cães conseguiram atravessar o portal que vocês usaram para voltar.
— Mas o planeta Nibiru está na Galáxia de Andrômeda! — Disse Riel.
— Nesse momento! Mas há cem anos talvez esse sistema estava em sua rota! — Ela respondeu.
— É, pode ser!
— O que aconteceu comigo? Por que estou assim? Cadê minha mãe? — Perguntou Gamabray tentando se levantar.
— Fique deitado, descanse um pouco e mais tarde eu te conto tudo! — Disse Yasmim e nessa hora o chão estremeceu. Um feixe de luz negra surgiu cortando o céu ao sul deles.
— O que é aquilo? — Perguntou Lana.
— Essa energia eu conheço! Meu primo conseguiu o que ele sempre quis!
— E o que é? — Perguntou Tyana.
— Ele conseguiu reativar a pedra e sugar seu poder, aquele feixe de luz é sua energia!
— Um elfo negro! — Disse Nargon. — Então a lenda é verdadeira! — Disse olhado para Gamabray.
— Qual lenda? — Perguntou Yasmim.
— No surgimento do elfo negro, o elfo branco aparecerá! — Respondeu Riel olhando para Gamabray deitado no colo de Yasmim.
— E o que é aquilo agora? — Disse Lana ao ver algo surgir por entre as nuvens.
— Não se preocupe que essa nave é dos nossos mantimentos, peças para restaurarmos nossa nave e irmos embora, e inclusive, o seu antídoto está nela, senhor Nicolas. — Disse Tyana e, nesse momento, a nave explode e o fogo dá lugar ao metal.
— Mas o que aconteceu? — Perguntou Riel.
— Eu não sei! — Respondeu Tyana e todos ficam olhando e assistindo a cascata de fogos caindo do céu.
— Lá se vai a minha esperança de sair desse planeta! — Disse Nargcon.
— Calma! Vamos encontrar outro jeito! — Disse Tyana e nisso, outra nave surge por entra as nuvens, mas essa nave é quase 100 vezes maior que a nave destruída, ela vai sem controle para a direção do feixe de luz negra e cai lá.
— A nave dos Anunnakis! — Disse Riel enquanto observava a nave cair ao longe.
— O que tem naquela direção? — Perguntou Tyana.
— Fica o Reino Morto! Região de domínio do meu primo, Rainelf.
— Agora seu primo vai ver o que é bom para tosse! — Disse Nargcon, dando risada.
— Aí que você se engana, Bárbaro! — Disse Riel. — Anunnakis costumam se aliar com seres de áurea escura e a do primo dela está, pelo meu ver, bem escura!
— Pelo visto a verdadeira batalha vai começar! — Disse Gamabray se levantando e todos ficam observando a fumaça que surgiu da queda da nave.
— Tabata?
— Quem me chama?
— Tabata, é você mesmo?
— Não estou vendo nada!
— Estou aqui, Tabata!
— Onde?
— Aqui!
— Greyktor!
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Gamabray A Nova Era (Completo)
FantasyNo dia 26/06/2666 os sete países mais potentes do planeta Terra lançam, ao mesmo tempo, suas bombas nucleares mais poderosas, causando um colapso no planeta fazendo seus pólos mudarem de lugar e, com isso, causando o descongelamento total do contine...