Capítulo 4

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Maitê
Como eu conseguir descer aquelas escadas sem me matar é algo que nunca vou entender. Corri de lá como se tivesse pegando fogo, deixando o Sr: Levy sozinho na escadaria com o queixo caído, as roupas desalinhadas e o cabelo para trás, como se ele tivesse sofrido um ataque.
Passando direto pela cafeteria do 14° andar pulei o último pavimento com um só movimento (tarefa nada fácil com esses sapatos) abrir a porta de metal e me encostei na parede, arfando. O que foi que acabou de acontecer? Eu transei com o meu chefe na escada? Tomei fôlego e coloquei minhas mãos na frente da boca. Eu tinha mandado ele fazer isso? O que há de errado comigo?
Atordoada, arrastei meu corpo pela parede e subi alguns lances de escadas até o banheiro mais próximo. Olhei rapidamente para ter certeza que não havia ninguém alí, então fechei o trinco na porta principal. Ao me aproximar do espelho, estremeci. Parecia que eu tinha passado por uma centrífuga e depois sido posta para secar. Meu cabelo estava um pesadelo. Todas minhas ondas, que penteei com tanto carinho, estava agora completamente embaraçado.
Aparentemente o Sr: Levy gostava do meu cabelo solto. Eu precisava me lembrar disso.
Espere. O que? De onde eu tinha tirado isso? Eu certamente não precisava me lembrar disso. Soquei a pia e me aproximei para medir o estrago.
Meus lábios estava inchados, minha maquiagem estava borrada, meu vestido estava estocado, praticante pendurado no corpo, e mais uma vez eu estava sem calcinha.
Filho da puta. Era a segunda calcinha. O que ele fazia com elas, afinal de contas?
Maitê: Oh não (disse já entrando em pânico) Será que a primeira calcinha ficou jogada na sala de conferência? Será que ele lembrou de jogar fora? Eu deveria perguntar, só para ter certeza. Mas não. Eu não daria a satisfação de sequer reconhecer essa...essa...o que era isso?
Balancei a cabeça, esfregando o rosto com as mãos. Eu armara uma imensa confusão. Quando cheguei ao trabalho naquela manhã, eu tinha um plano. Iria entrar lá, jogar o recibo naquele rostinho bonito e mandar ele enfiar no cu. Mas acontece que ele estava tão sexy naquele terno Prada cinza, e o cabelo todo arrumado como se tivesse gritado "Transe comigo" que eu perdi qualquer pensamento coerente. Patético. O que esse cara tinha transformado o meu cérebro em geleia e molhava minha calcinha inteira?
Isso não era bom. Como eu conseguiria encara-lo sem ficar imaginado ele pelado? Certo, bom, não pelado em si. Tecnicamente, eu ainda não o vira completamente nú, mas o que vira já era suficiente para causar um arrepio por todo meu corpo.
Oh, não. Eu acabei de usar a palavra "ainda"?
Eu poderia pedir demissão. Pensei nisso por um instante, mas não gostei da maneira como me sentir. Eu amava meu trabalho, e o Sr: Levy podia ser o maior babaca do mundo, mas eu conseguira com isso a nove meses e com exceção das últimas 24 horas, sabia controla-lo como ninguém. E, por mais que odiasse admitir, eu adorava assisti-lo trabalhando, ele era um cretino porque era intensamente impaciente e ao mesmo tempo obcecado pela perfeição; Ele esperava de todos o mesmo padrão que mantinha pra si mesmo e não aceitava nada menos do que o melhor de cada um. Mesmo que nem sempre gostasse de seus métodos, eu tinha de admitir que sempre gostei de sua expectativa de que eu trabalharia mais duro, melhor e de que eu faria qualquer coisa para conseguir resultados. Ele realmente era um gênio do mundo do Marketing, sua família inteira era. E isso era outra coisa a se considerar. Sua família. Meu pai morava em Dakota do Norte e, quando eu começara como recepcionista ainda na faculdade, Osvaldo Levy foram muito bondoso comigo. Todos eles foram. O irmão do William, Sebastian, era outro executivo sênior e o cara mais legal que já conheci. Eu amo todos alí, então pedir demissão simplesmente não era uma opção.
O problema maior era minha bolsa de estágio. Eu precisava apresentar minha experiência no mundo real para banca da JT Miller antes de completar o meu MBA, e queria que minha tese fosse espetacular. Foi por isso que fiquei na RMG, Osvaldo Levy me ofereceu a conta da Papadakis o plano de Marketing da empreiteira multimilionária, o que era maior do que qualquer projeto de qualquer colega meu. Se eu saísse agora, quatro meses não seria suficientes para começar em outro lugar e arrumar algo decente para apresentar... ou seriam?
Não. Definitivamente eu não poderia deixar a Level Media.
Com isso decidido, eu sabia que precisava de um plano de ação. Precisava manter minha postura profissional e me certificar de que o Sr:Levy e eu nunca, jamais, cairiam em tentação. Mesmo que fosse de longe a transa mais quente e intensa de toda minha vida... Eu teria que ser forte, mesmo ele me impedido de gozar. Maldito.
Durante a hora seguinte, fiquei olhando de tempo em tempo para sua porta. E, cada vezes que fazia isso, meu estômago embrulhava. Isso era ridículo! O que havia de errado comigo? Fechei o arquivo que, sem sucesso, estava tentando ler e baixei a cabeça nas minhas mãos no mesmo instante em que ouvi a porta se abrindo.
Sr:Levy saiu de lá,sem olhar nos meus olhos. Ele tinha arrumado as roupas, estava com o casaco pendurado no braço e tinha uma maleta na mão, mais o cabelo continuava bagunçado.
William: Estou encerrando por hoje. Cancele meus compromissos e faça os ajustes necessário.
Maitê: Sr: Levy, preciso da sua assinatura nesses relatórios de despesas antes que o senhor vá embora. (Ele se virou se dirigiu até minha mesa, e ainda sem olhar nos meus olhos percorreu os papéis com os olhos, procurando o lugar das assinaturas. Coloquei uma caneta na mesa.
Por favor assine nessa linha. (Ele odiava ouvir uma ordem para fazer algo que já estava fazendo, e eu tive que conter uma risada. Pegando a caneta com raiva, ele vigorosamente levantou o queixo, trazendo o seus  olhos cor de mel ao mesmo nível dos meus. Nos encaramos por uma eternidade, sem que nenhum dos dois desviasse o olhar. Por um breve momento, eu senti uma vontade irresistível de me inclinar, chupar seu lábio inferior e implorar que ele me tocasse.
William: Não repasse minhas ligações. Se acontecer alguma emergência, ligue pro Sebastian.
Maitê: Cretino (murmurei para mim mesma enquanto ele desaparecia.
Dizer que meu fim de semana foi um lixo seria um eufemismo. Eu mal comi, mal dormir, e pouco que tive de sono foi interrompido por fantasias do meu chefe nu em cima de mim, em baixo, atrás de mim, eu quase desejei a volta às aulas apenas para ter algo com que distrair.
Acordei no sábado de manhã frustada e mal-humorada, mas conseguir me concentrar em cuidar da casa e das compras. Porém, no domingo de manhã, eu não tivesse tanta sorte. Acordei com um sobressalto, arfando e tremendo, meu corpo todo suado e contorcido em meio aos lençóis de algodão. Tive um sonho tão intenso que até cheguei a um orgasmo: Sr:Levy e eu estavamos na sala de conferência de novamente, mas desta vez completamente nus. Ele estava deitado de costas e eu o cavalgava, meu corpo deslizando para frente e para trás, subindo e descendo no seu pau. Ele me tocava por inteiro: Ao lado do rosto, no pescoço, entre os seios, até chegar nos meus quadris, onde guiava meus movimentos. Eu despedacei quando nossos olhos se encontraram.
Maitê: Merda (pulei da cama) isso estava indo rapidamente de mal a pior. Quem diria que trabalhar para um idiota resultaria em ser fodida contra uma janela fria no trabalho e ainda por cima gostar? Liguei o chuveiro e, enquanto esperava a água esquentar, meus pensamentos começaram a divagar novamente. Eu queria vê-lo olhando para cima no meio das minhas pernas, queria ver sua expressão enquanto subia em mim, enfiava lá dentro e sentia o quanto eu o desejava. Eu ansiava por ouvir sua voz dizendo meu nome quando ele gozasse.
Meu coração afundou no peito. Fantasiar com ele era uma viagem sem volta para a terra dos problemas. Eu estava prestes a conseguir meu diploma. Ele era um executivo. Ele não teria nada a perder, enquanto eu tinha tudo.
Continua...

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