Our Mistakes

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Point Of View Annelise Williams

Abri os olhos com dificuldade, levando a mão até a cabeça. Tudo estava doendo. Eu me sentia enjoada e não conseguia respirar regularmente. Apertei os olhos para tentar adivinhar onde estava e vi Justin no volante. Apoiei meu cotovelo no banco. Balancei meu rosto, percebendo que estávamos no seu carro.

- O que aconteceu?

Justin me olhou pelo retrovisor e percebi o seu sorriso.

- Já acordou?

Estranhei sua reação tão calma e repeti.

- O que aconteceu?

- Do que está falando?

Minha cabeça doeu e fiz uma careta em reprovação.

- Eu estou enjoada. - sussurrei.

- Deita, Ann.

Segui o seu conselho e voltei a deitar enquanto o observava dirigir. Seus ombros tensos não negavam que algo errado havia acontecido com nós dois. Justin era um ótimo mentiroso, mas eu o conhecia o suficiente para saber um pouco das suas reações. E mesmo quando tudo estava bem, ele não conseguia ser tão calmo e compreensivo.

- Para onde estamos indo?

- Você vai saber quando chegarmos. - encerrou.

Uh, ok.

Fechei os olhos, respirando fundo. Eu me sentia mal, como se pudesse colocar tudo para fora a qualquer momento. Meu corpo estava pesado e eu me sentia sonolenta.

- O que você fez, Justin? - falei em um sussurro de modo que minhas palavras ficavam cada vez menos audíveis e ele não pôde me ouvir.

Ou talvez não quis.

Afundei meus dedos em meus cabelos, olhando para o teto do carro, gemendo de dor e frustração. Justin dirigia em um silêncio que era cortado por uma música que transpirava melancolia. Voltei os meus olhos para ele, vendo sua expressão calma, mas as suas mãos apertando o volante com força suficiente para os nós de seus dedos ficarem brancos.

Mexi os meus dedos, percorrendo as pontas geladas pelo pescoço, tentando enxergar tudo com mais nitidez. A tontura fazia minha cabeça girar e a visão embaçar, me deixando enjoada e com medo do que podia ter acontecido.

Corri meus olhos pelo carro, em busca de alguma pista, mas tudo estava limpo e cheirava muito bem.

Inclusive eu.

Forcei minha cabeça para olhar o meu corpo e eu tinha um vestido azul cobrindo a minha nudez. Franzi o cenho, reconhecendo que era uma das minhas roupas.

- Por que está ouvindo essa música? - murmurei.

Ouvi a sua risada baixa.

- Não gosta?

- Não. Me faz sentir como uma vítima de um serial killer.

Vi o seu sorriso.

- Talvez porque você seja a minha vítima.

Respirei fundo, tentando me levantar e sentei no banco. Olhei pela janela a pequena movimentação de carros e tentei situar onde estávamos.

- Não vai mesmo me dizer para onde vamos?

- Vista o casaco, já estamos perto. - sua voz gélida me fez sentir-me impotente.

Tudo que eu lembro é de ter ido para uma casa de verão que é um depósito de armas e ter quase me matado.

HeroinOnde histórias criam vida. Descubra agora