– Eu estava com saudades – eu sorri para Alex quando ele entrou em meu quarto com meu café da manhã.
Ele sorriu de volta, talvez envergonhado.
– Bom dia Julie – ele colocou a bandeja com comida em uma mesa ao canto do meu quarto. – O Senhor pediu que trouxesse seu café da manhã aqui. E também disse que a esperaria no estábulo assim que terminasse de se arrumar.
Involuntariamente eu sorri.
– Obrigada, Alex – ele deu um sorriso leve e saiu do quarto.
Nick estava me esperando no estábulo. A gente ia sair hoje? Aonde íamos? Isso não importa, ele que me ver, quer sair comigo. Corri ao banheiro e tomei banho, havia perdido até a fome então apenas comi algumas uvas e vesti uma calça preta, camisa rosa de botões e botas.
Quando cheguei ao estábulo Nick estava me esperando, ele usava uma camisa azul e uma calça preta, assim como seus sapatos. Ele sorriu ao me ver e retribuí o gesto dele.
– Pensei de dar uma volta hoje – ele disse quando estava próxima o suficiente. – De cavalo ou a pé, como você quiser.
Pensei.
– A pé – sorri. Andando série mais proveitoso do que andar de cavalo. Eu nem ao menos sabia cavalgar ainda.
– Como quiser. – Ele respondeu e me puxou pela mão até a trilha que leva a floresta.
Caminhamos um pouco em silêncio, mas o tempo todo minha barriga ficou fria, gelada. Eu sorria por dentro por ver que ele ainda segurava minha mão.
– Está um belo dia, não acha? – Ele quebrou o silêncio entre nós.
– Claro, ótimo pra caminhar – respondi sorrindo. – Então… O grande senhor das Terras Obscuras hoje não tem nenhuma responsabilidade?
Ele riu.
– Nenhuma – ele respondeu. – Nada além de caminhar com uma bela garota de olhos jabuticaba e sorriso estonteante.
Meu rosto corou e ele mordeu o lábio inferior.
– Deveria me sentir grata – falei brincando. – Não se é todo dia que posso ficar em sua companhia, ontem aliás, mal vi você.
Ele respirou fundo.
– Eu estava muito ocupado ontem.
– Com o quê? – indaguei.
Ele mordeu o lábio outra vez.
– Problemas de um senhor – ele respondeu evasivo. – Nada que você entenderia.
Poderia ter considerado como um insulto, mas ele estava certo, não compreendia nada sobre os assuntos de senhores fadas.
– Em minha defesa – comecei a falar. – Eu pretendo aprender sobre a história de nosso povo. Ontem mesmo, eu aprendi que aqui onde estamos faz parte de Almont.
Ele arqueou uma sobrancelha curioso, porém havia divertimento em seu olhar.
– E o que mais você aprendeu Julie – ele instigou. Meu nome vindo de sua boca fez meu corpo se arrepiar.
– Aprendi que Almont é dividida em terras, essas que são governadas por senhores. Como você governa aqui as Terras Obscuras.
– Muito bem – ele sorriu.
– Aliás, esse nome não faz jus a essa terra. É tão bela, o nome faz parecer ser algo sombrio e maligno.
O corpo de Nick se enrijeceu e ele trincou o maxilar.
– E era – ele pareceu tenso. – Até que eu assumi o controle e as coisas mudaram.
Pela forma como a expressão de seu rosto foi de divertida a sombria preferi não perguntar por detalhes.
– E também aprendi que existe uma cidade, bem grande, chamada Hedley. Bem ao sul de Almont.
– É, existe. – Ele pareceu frio.
– O que tem lá? – perguntei, um pouco receosa.
– Hedley é uma bela cidade, lá vivem as fadas que não vivem em terras algumas. São livres para fazer o que quiserem, ou ao menos eram…
Semicerrei os olhos curiosa.
– Como assim?
Ele respirou fundo antes de continuar.
– As fadas viviam bem felizes antes da nova rainha de Almont subir ao trono e se revelar deveras tirana.
– Então Almont é governada por uma rainha?
– Infelizmente sim.
– E o que ela pode ter feito de tão ruim?
– Isso é história pra outro dia – ele forçou um sorriso e continuamos a caminhar em silêncio.
Depois de algum tempo resolvi fazer uma pergunta – que não fosse relacionada a rainha de Almont.
– Quem é Carrie? Ela é senhora de alguma terra?
– Não, não existem terras governadas por senhoras.
– Por quê?
– Porque sempre foi assim, apenas os homens tem poder para governar terras. Se algum dia eu tiver uma filha, ela não poderá assumir as Terras Obscuras.
Fiquei curiosa e um pouco chateada com isso de mulheres não poderem governar. A rainha de tudo isso não é uma mulher, qual o motivo disso.
– E então ficaria na mão de quem as Terras Obscuras?
– Ela teria de se casar e então seu marido as governaria.
– Isso é ridículo! Então se você se casar, sua esposa não seria senhora e não ajudaria você?
– Não.
Não falei mais nada. Isso não fazia sentido.
– Continuando a sua pergunta sobre Carrie… – olhei pra ele. – Ela não é senhora, mas é filha de um senhor, Trevor, senhor das Terras do Alvorecer.
– E como ela conhece Luke?
O corpo de Nick se enrijeceu outra vez.
– Luke é senhor das Terras da Meia Noite, eles tem muito contato Julie. Além de que… – ele fez uma pausa. – São amantes.
Luke e Carrie…
– Então quer dizer que Luke não tem problemas com Trevor?
– Não. Por que ele teria?
– Ele tem problemas com você, imaginei que teria com os outros.
Nick hesitou em falar.
– Meus problemas com Luke também são histórias pra outro dia.
Droga! Não estava conseguindo resposta alguma, tudo que me restava eram mais perguntas.
– E o que Carrie fazia aqui?
– Estava apenas me trazendo uma mensagem de seu pai.
Pensei em perguntar que mensagem seria essa, mas as chances dele me contar seriam mínimas. Continuamos a caminhar até chegar ao penhasco. O penhasco onde eu falara com Luke certa vez. No chão da grama bem de frente para a bela vista do céu rosada que tocava as montanhas, havia uma toalha estendida ao chão e uma cesta de piqueniques.
– Espero que esteja com fome – Nick sorriu.
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Midnight Obssession (Juke-JATP-Acotar)
FanfictionEm um mudo dividido entre humanos e fadas, a jovem Julie Molina e capturada e levada para viver nas Terras Obscuras ao sul de seu mundo. Lá ela esperava encontrar o pior, mas ao invés disso ela se depara com um dos locais mais belos que já estivera...