Capítulo Dezoito

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Quando chegamos a casa, Reggie veio atrás de Nick alegando que havia problemas para ele resolver. Frustrado ele foi com Reggie e eu fiquei sozinha para almoçar, porém decidi subir a biblioteca, estava empanturrada depois do piquenique com Nick.

Eu queria pegar mais um livro de história e ver o que mais poderia descobrir sobre Almont, talvez encontrasse algo sobre a rainha. Porém minha mente vagava entre Nick. Ele gostava de mim e havia admitido, porém não queria se envolver comigo por medo de me colocar em perigo.

Eu estava feliz de imaginar com o quanto ele se importava comigo. Lembrar de seu sorriso, seu toque… Porém nada aconteceria entre nós e ele deixara bem claro. Suspirei com frustração e peguei um livro qualquer de ficção pra poder ler.

***

Durante o resto dia a casa ficou em silêncio, com apenas os criados transitando entre ela. Não vi nem Reggie nem Nick. Ele sempre ficava ocupado com os deveres como senhor – deveres que eu não fazia ideia de quais eram –, foi uma sorte que podemos sair hoje pela manhã.

– Onde está Nick e Reggie – cheguei a cozinha e perguntei a Alex. Ele estava preparando o jantar com toda sua concentração.

– Oi Julie – ele sorriu colocando algumas batatas dentro de uma panela. – Eles saíram, não?

– Sim. Porém gostaria de saber aonde foram – falei me sentando em uma cadeira.

Ele sorriu para mim.

– Me desculpe, mas não faço ideia. Sou apenas um criado.

Suspirei.

– Não seria mais fácil usar sua magia para fazer a comida? – eu perguntei alguns segundos depois.

– Ah – ele deu uma risada fraca. – Eu não tenho magia… não mais.

Fiquei surpresa. Se ele é uma fada por quê não tem sua magia?

– Não?

– Não – ele parecia estar chateado com isso. – Eu tinha, até que…

Então ele calou-se, os olhos estavam fixos atrás de mim. Me virei e encontrei Reggie parado a porta da cozinha com um sorriso presunçoso.

– Não incomode a convidada, Alex – ele disse caminhando em nossa direção. – Como vai a refeição?

– Bem, senhor – Alex murmurou com o olhar baixo.

– Ótimo – Reggie bateu as mãos e passou uma delas na barriga. – Estou com muita fome!

Alex não disse nada, porém continuou a preparar o jantar.

– E você Julie – ele olhou pra mim. – O que faz aqui?

– Estava me sentindo sozinha.

– E resolveu conversar com a criadagem? – ele apontou pra Alex com uma cara surpresa.

Eu me levantei para ficar mais próxima a sua altura.

– Isso não faz dele inferior à você – disse antes de deixar a cozinha e ir para meu quarto.

***

Naquele dia eu comi meu jantar no quarto e pedi que Alex ficasse no quarto comigo enquanto eu comia. Não estava com vontade de descer e encarar Nick. Não estava com raiva, porém eu gostava dele, e saber que não haveria nada entre nós, nem mesmo outro beijo me fez sentir patética por ter achado que aconteceria algo a mais.

Quando terminei tomei um banho demorado e vesti uma camisola curta, o clima estava quente e precisava dormir o mais confortável possível. Pulei na cama e não me cobri com o lençol, inclusive deixei a janela aberta para que a brisa da noite invadisse meu quarto.

***

– Venha, corra… rápido…

Uma mão masculina tocou a minha me puxando para dentro da floresta. Então ele desapareceu e eu fiquei sozinha. Em meio a todo mal que podia me acontecer eu não tinha ninguém, ninguém a quem me apoiar. Eu estava só.

***

Acordei assustada, minha pele fervia, estava suada. Verifiquei que eu estava no meu quarto e fiquei um pouco mais tranquila. Fui até a janela e respirei fundo. O que esse sonho significava. Supus que era apenas uma demonstração de como eu me sentia sem Nick. Eu ainda o tinha, como amigo. Posso fingir uma amizade, mas o que eu sinto vai além. Eu estou apaixonada por Nick.

Midnight Obssession (Juke-JATP-Acotar)Onde histórias criam vida. Descubra agora