Capítulo 3

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                  (POV NIMUE)
          Depois de matar um paladino com os poderes dos ocultos cheguei perto de um rio. Havia um barco parado lá. Não sabia de quem era,mas precisava fugir.
       Cavei um buraco na terra e guardei a espada,embrulhada na capa da invisibilidade. Não posso entrar no convento com esses objetos. E esse é o único lugar que os paladinos vermelhos não atacaram.
         Subi no barco e seguir para o lar temporário.
              -※-
         Ao chegar no local fui recebida por Morgana. Ela é irmã do Arthur e ao contrário dele tem pensamentos revolucionários.  A jovem me mostrou os cômodos do convento. Coloquei as roupas de freira e  fui para o dormitório.
           Guardei meu vestido no baú. Sorte que os paladinos não sentiam cheiro de feéricos. Então chegou duas garotas. Uma loira da minha idade e outra de cabelo preto mais nova.

- Quem é essa?- perguntou a mais nova. Ela me olhou com ódio. Tinha olhos pretos.

- Iris, essa Nimue. - contou Morgana.

- Aposto que ela só vai ocupar espaço, igual a Gwen.

- Não ocupo espaço,sou uma princesa, qualquer lugar que vou sou bem vinda.

- Será que também será bem vinda no inferno? - debochou Iris.

- Iris saia do dormitório.- mandou Morgana irritada.

- Não deveria nem está aqui. Isso é culpa do trouxa do meu irmão. - gritou Iris saindo e batendo a porta.
           Morgana respirou fundo. Eu fiquei assustada com aquela garota e também curiosa. Esse irmão dela, provavelmente, deve viver no luxo enquanto ela está aqui e isso gera revolta nela. Queria confirmar minha teoria, porém quero distância de Iris. E Morgana saiu também.
           A outra garota,a Gwen,parecia calma e revelou:
- Sou grande fã dos feéricos. Durante a saída para compras vi você usando seus poderes. Poderia curar minha planta?
              Congelei. Esse era o último lugar que eu imaginava encontrar gente que sabia do meu segredo. Pelo menos Gwen parecia ser legal. Usei os poderes para reviver a margarida. Ela colocou a planta na janela e agradeceu. Acho que é o começo de uma amizade.
              -※-
      Ao despertar vi Gwen cantando e penteando os cabelos loiros. Ela estava muito animada. Perguntei o motivo, ela falou:

- Os paladinos vermelhos e o lindo do Monge Choroso estão visitando o convento.

- Por que acha ele lindo?- perguntei chateada.

-  Aquele homem deixa qualquer garota alucinada. Ele poderia me tirar desse convento. Assim eu finalmente governaria um reino. Com apenas 18 anos serei a rainha mais jovem.

- Não acho que o Monge Choroso teria paciência com você. Ele parece não gostar muito de garotas da realeza.- falei para ela perder o interesse.

- Quer roubar meu lugar,feérica?

- Eu nem gosto dele. Só acho que vocês não combinam.

- Desde que chegou sabia que era uma falsa.  Agora que me mostrou seus poderes vou contar aos paladinos.

          Meu coração acelerou. Sair do dormitório desesperada e entrei no primeiro cômodo que vi. Era a enfermaria e tinha um paladino ferido. Quando fui sair entrou mais paladinos. O medo percorria meu corpo. Caminhei lentamente para fora do local.
        Enquanto bebia água sentir alguém se aproximando. Me virei para ver quem era. O Monge Choroso me observava. Derrubei água na minha roupa. Agora fiquei toda molhada na frente dele. Sair correndo.
             -※-
      No passagem subterrânea do convento vi Morgana ajudando algumas garotas a fugir. Ela viu meu estado e perguntou:
- Por que está molhada?

- Estava com o Monge Choroso.

- E eu achava que o convento era sem graça.- comentou Morgana rindo.

- Não é isso que você está pensando.- disse e comecei a rir também.
          Morgana contou que os paladinos vermelhos só irão sair de noite.
           A noite voltei para o dormitório. Ele estava uma bagunça. Camas arrastadas, lençóis no chão e meu baú aberto. Meu vestido dobrado estava todo amassado. Enquanto vestia a roupa senti o cheiro do Monge Choroso nele e também as marcas dos dedos.  O que será que ele sentiu quando amassou meu vestido? Será eu o veria ainda?
          Desci pela passagem para voltar para a floresta onde deixei a espada excalibur e capa da invisibilidade. Tinha que focar em entregar a espada,mas queria mesmo que o Monge me encontrasse de novo para amassar meu vestido enquanto me agarrava.

          (POV MONGE CHOROSO)
       Cheguei no convento e minha primeira ação foi ir no dormitório onde Nimue dormiu. Dei um chute na porta e fui direto no baú dela. Abrir com agilidade. Cheirei o vestido dela. Que delícia de cheiro doce. Faltava pouco para pegar ela.
        No corredor a vi desesperada saindo da enfermaria. Ela foi para cozinha.Enquanto bebia água me aproximei. Estudava as curvas dela. Ela me viu e se molhou. Tentei cumprimentar,mas ela saiu correndo.
             As próximas horas foram um tédio. Nimue e outras freiras não haviam chegado para o almoço. Uma delas levou comida para o dormitório dizendo que elas não passavam bem. Foi aí que liguei os pontos. Existe uma passagem secreta no convento.
          No caminho para o dormitório uma freira me parou e se apresentou:
- Sou Gwen de Cameliard.

- Não ligo.- disse irritado com essa garota atrapalhando meu plano.
             Quando, finalmente,conseguir entrar no dormitório, depois de aguentar aquela freira chata e os paladinos vermelhos, arrastei as camas, joguei lençóis no chão tudo para achar a maldita passagem secreta. Achei, ela localizava no fim do dormitório e tinha uma porta redonda. Quando fui abrir ela estava emperrada. Precisava de uma arma para abrir aquilo. No momento que fui sair do dormitório aquela mesma freira chata me impediu. Ela segurava algumas folhas.

- Querido, conheço seu segredo.- sussurrou ela fechando a porta do dormitório e colocando a folha na minha mão a deixando verde.

-O que você quer?

- Que você me leve para o reino de Uther. Eu sei que você tem a chave do portal.- falou Gwen enfiando a mão no bolso da minha calça e tirando o livro de Merlin.

- É apenas um livro...

- Meu pai conhecia Merlin, ele nunca faria um livro comum. Está cheio de feitiços. Com certeza tem feitiço de aparatação.

- E se eu não quiser ajudar você?

- Eu conto para os paladinos seu segredo e ainda mando matar sua querida Nimue.

- Só vou te ajudar porque quero proteger Nimue.
             Gwen devolveu o livro e ficou olhando o volume na minha calça com um sorrisinho. Não acreditava que teria que aguentar essa freira insuportável até fazer funcionar esse feitiço para se livrar dela.
           Sair do convento com ela ao meu lado. Ela olhou para atrás e com um olhar malvado e vingativo fitou Iris,a irmã de Mordred, o meu antigo inimigo. A garota fez um gesto vulgar para Gwen. A loira ficou rindo porque agora está livre. Já eu estou preso no joguinho dela...
          
       
          

             

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