Capítulo 17

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                           (POV NIMUE)
            1 mês depois
       Cuidava do jardim para me distrair. Não aceitava que não poderia ter filhos. Meu sonho era segurar minha criança nos braços. Isso está deixando triste. Lancelot falou para eu não me preocupar pois me ama mesmo assim.
         Minha tristeza mudou para raiva no momento que vi Mordred matando um cervo sem motivo.
- Você não tem o direito de tirar uma vida. - gritei.

- Só matei o bicho para presentear minha amada com o coração dele.

- Isso não é presente. Você é um assassino.

- Seu amorzinho também é.

- Era. Ele mudou para eu pudesse amar-lo.

- Que romântico. - debochou Mordred revirando os olhos.

- Temos uma felicidade que você,seu invejoso, nunca terá.

- Felicidade?- perguntou ele rindo- quem vai ser feliz com uma garota que não pode ter filho?!

- Não fale assim com Nimue, senão eu te mato. - ameaçou Lancelot chegando no jardim.

- Isso me ameaça,mas quando a rainha chegar ela vai destruir vocês dois. - disse Mordred fitando nós com um olhar malvado. Ele sai com o coração sangrando na mão.

- O que ele vai fazer com aquele coração? - perguntou Lancelot.

- Não sei, talvez Merlin sabe.
                        -※-
              Na torre de Merlin,o Mago lia sobre ressurreição de metamorfos. O livro dizia que corações de animais misturando com sangue de alguém que o indivíduo ama pode ajudar a reviver esses seres.
- Quem que Mordred quer ressuscitar?

- Gwen de Cameliard. Eles eram amantes.

- Quando a conheci no convento ela não estava interessada nele. Ela queria Lancelot e ainda tentou me matar.

- Ela só queria Lancelot porque queria sugar os poderes do povo das cinzas que existe em Lancelot. Os metamorfos são conhecidos como ladrões profissionais, pois mudam de aparência com facilidade. - explicou Merlin.

- Ainda bem que ela não gostava dele, estou cansada de ver nas festas as mulheres ficarem observando o Lancelot com frequência.

- Nimue, controle seu ciúmes.

- Não é um ciúmes, é cuidado e carinho.

- Que lindo. - disse Merlin ainda observando o livro de feitiços.

- Tchau...pai. - essa foi a primeira vez que o chamei assim. Ainda é meio novo para mim isso de ter um pai biológico. Ele foi um ótimo nesses meses.

               (POV MONGE CHOROSO)
        Como uma sombra observava cada passo de Mordred. Nos últimos dias ele andava meio esquisito. Algo me dizia que ele se arrependia aos poucos do que fazia escondido. 
             No jantar real, Arthur continuava linguarudo. Falando sem parar dos seus feitos de rei. Os outros nobres na mesa não aguentavam mais. Por ser um rei jovem ele era irresponsável. A maioria das pessoas conjecturava que esse comportamento era falta de uma esposa. Irritado com as críticas que lançou que arrumaria uma esposa mais rápido possível.
          Ele finalmente deu minha autorização para sair do reino.
- Lorde Lancelot, você foi um bom amigo. Quando for embora vou sentir saudades. E desculpa por falar mal de Nimue. O poder me subiu a cabeça. - falou Arthur com um verdadeiro rei.
                        -※-
            A noite fui no quarto de Nimue para comemorar que finalmente recebi a autorização.
           Ela me abraçou e segurou o papel emocionada. Não acreditava que agora está livre. Eu a levei para a cama.
                    -※-
            Despertei com Mordred batendo, freneticamente,na porta.
- Coloque roupas pretas. São ordens do rei. Ele vai prestar um anúncio importante.
           Nimue e eu vestimos os trajes pretos. Corremos para o salão principal. Mordred foi na nossa frente, ele parecia calmo para tal situação.
         Meu tio do reino das cinzas contou que quando algo ruim acontece no reino, era dever de todos que moravam nele vestir preto em respeito.
          Ao chegamos no local,vi o exercito do reino correndo para a saída e no meio deles  encontrava-se Esquilo. Corri até ele e o levei para as cadeiras. Ele ficou bravo e se sentou no chão de rebeldia.
- Eu ia lutar pelo reino. - gritou ele bravo.

- Não pode fazer isso, é perigoso. Percival, você é meu filho e se algo acontecesse com você,eu nunca iria me perdoar.

- Não me chame de Percival,sou Esquilo. E eu sou queria ser igual ao senhor.

- E quero que seja melhor.

- Esquilo, você é apenas uma criança,ao longo dos anos terá um treinamento para ser um grande guerreiro. - falou Nimue o deixando mais calmo. Ele ficou calado e escutamos o que Arthur iria comunicar.

- O reino foi invadido nessa manhã,o que é surpreende pois durante o reinado de Uther isso não aconteceu. Como rei eu tenho o dever de proteger meu povo. Meu exército vai deixar alimentos para os habitantes e ajuda médica e também...- dizia Arthur quando foi interrompido por Gawain.

- Rei,os cavaleiros acharam uma prisioneira em uma das carruagens.

- Querido rei,deve pessoalmente ver a moça. - sugeriu Mordred. Arthur saiu imediatamente do trono e foi para o campo de batalha.
                        -※-
               Ao anoitecer o rei volta acompanhado da garota que era prisioneira do exército inimigo. Ele ficou tão encantado com a beleza que no dia seguinte a tornou-se sua esposa.
              A cerimônia de casamento foi rápida e diante de todos a garota revelou seu rosto.
              O choque me fez quebrar a taça. Aqueles cabelos dourados,os olhos demoníacos mirando em minha direção com ódio. A maldita Gwen de Cameliard está viva.
              Após algumas horas a cerimônia acabou. Arthur a levou para o seu quarto. A loira continuava me observando enquanto ele estava distraído. Sair do local e fui conversar com Esquilo.
              Entrei no quarto do meu filho e Nimue lia uma história para ele dormir.
- Esquilo, você tinha razão. Eu não deveria ter matado alguém que tenha o poder de metamorfose. Ela voltou mais forte e com mais ódio. - contei para garoto que dormiu antes de chegar ao final da frase.

- Calma Lancelot, ela não tem poder contra você. Arthur não vai deixar-la mandar em nada. Eu o conheço, ele odeia quando alguém tenta disputar o poder com ele. - ponderou Nimue me abraçando. Passei a mão em volta da cintura dela e a levei para o meu quarto.
                       -※-
           Durante a madrugada escutei a gritaria das criadas. Acordei Nimue e fomos ver o que era.
            A Trindade entrou no castelo. E era liderada por Iris. A garota de cabelos pretos que ordenou aos funcionários:
- Vão embora do reino,caso contrário, serão mortos pela minha espada.
             Os funcionários correram desesperados. O medo invadia o castelo. Mordred apareceu e com um grande sorriso e vociferou:
- Sejam bem vindo. A rainha ficará muito feliz em ver que nosso plano deu certo. Gwen foi muito inteligente em fingir que era prisioneira do próprio exercito.
               A Trindade aplaudiram o discurso de Mordred e Iris apenas revirou os olhos. Ela detestava o irmão. Até o mataria se tivesse oportunidade.
              Quando me aproximei para escutar mais a conversa derrubei um vaso. Isso fez a Trindade me reconhecer.
- É ele. O Monge Choroso. O traidor. - gritou Iris apontando o dedo. Os guardas da Trindade correram até mim.

- Não machuque ele. - choramingou Nimue.

- Olha ela. A feérica da convento. - falou Iris com um ar arrogante. - Guardas não mate o Monge Choroso mate a garota. - ordenou Iris e os homens pegaram Nimue pelo braço.
            Peguei os cacos do vaso que quebrei e cortei a garganta de um deles. Derrubei o outro e Nimue conseguiu fugir, porém mais guardas apareceram. Não conseguiria chegar a Nimue a tempo. Então vários raios surgiram no chão. Os guardas da Trindade desmaiaram. Merlin abriu um portal e jogou Nimue e eu nele. Entretanto o Mago Merlin foi capturado pelos guardas.
            
         



   

    

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