Capítulo 1

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Addison Montgomery

Acordei para mais um dia de trabalho, mas não sabia que encontraria alguém que pudesse ultrapassar minhas barreiras construídas depois de um divórcio nada legal com Derek, meu ex-marido. Por causa desse bendito divórcio, me joguei de cara no trabalho e hoje sou muito conhecida.

Chegando em frente à delegacia, vejo uma pequena multidão olhando algo. Me aproximei e mandei eles se afastarem com meu tom frio. No chão deitada estava uma mulher de vinte e poucos anos, toda machucada e estava meio irreconhecível. Agachei perto do corpo e toquei o pulso para sentir a pulsação que estava bem fraca, peguei meu celular e liguei para a ambulância.

Fui com a mulher para o hospital Seattle Grace, local onde Derek trabalha como neurocirurgião. Um dos paramédicos disse o nome dela, que era Meredith Grey, e as lesões que sofreu.

Descobri que o chefe de cirurgia, Richard Weber, conhece a mãe de Meredith, mas Ellis Grey morreu quando a jovem mulher era uma criança de dez anos. O pai, Thache Grey, nunca soube da morte da ex-esposa e também parece que Meredith não foi achada. Com ela só tinha a certidão de nascimento, o que era estranho, mas só poderemos saber o que aconteceu quando ela acordar.

Eu não posso dizer porquê sinto que deveria protegê-la de todo mal do mundo. Deixei meu número para caso ela acordar me chamarem. À noite, quando estava voltando para casa, me ligaram para dizer que a pequena mulher acordou.

Mudei meu trajeto para casa, só fiz eu sair do carro para Richard aparecer.

— Delegada Montgomery, sei que você não me deve nada, mas será que a senhorita poderia cuidar da Meredith? — perguntou curioso. Olhei surpresa e eu não entendi o porquê dele pedir isso a mim, pois nem a conheço direito.

— Eu nem a conheço, então como acha que poderia cuidar dela? — perguntei sem entender.

— Eu não posso cuidar dela, sei também que você nem a conhece, mas tenho um pressentimento bom sobre você — falou, mesmo assim ele quer que eu cuide de uma pessoa completamente desconhecida para mim.

— Você é bem louco, mas eu preciso falar com a paciente, para saber o que aconteceu.

— Certo, desculpe. Bom, irei levá-la até Meredith — O homem mais velho me levou aonde a desconhecida está e depois foi embora.

— Oi Meredith, você poderia me dizer o que aconteceu desde que tinha dez anos? — perguntei com um gravador na mão.

— Dois homens me tiraram da minha casa depois da minha mãe morrer. Eles me levaram para um lugar com muitas mulheres nuas. Quando completei 16 anos, comecei a ter que tocá-las. Se eu não tocasse, elas seriam punidas e eu teria que ver. Ao completar 21 anos, consegui fugir de lá, mas me acharam e fizeram-me voltar. Agora, com 23 anos, fui descartada bem em frente àquela delegacia e eu não sei o que fazer agora, pois nunca pude fazer muita coisa — Fiquei em choque ao ouvir o que ela disse. Isso é muito ruim, sequestraram ela tão nova e a mantiveram por tantos anos. O que fariam se descobrissem que ela está viva? Deram uma surra daquelas para matá-la.

— Você poderia descrever esses homens e o lugar? — perguntei. Ela começou a dizer o que podia lembrar-se. Devo dizer que Meredith Grey é uma mulher forte por fora, mas por dentro deve ser frágil, ainda mais por causas dos traumas que ela pode ter.





Meredith Grey

Lembro-me do dia em que minha mãe morreu, dois homens mal encarados entraram na minha casa. Eu estava com a babá, mas só descobri alguns anos depois que tinha sido um plano desde o início: a morte da mamãe, meu sequestro e minha morte quando não precisassem mais de mim.

Tentei fugir só uma vez e consegui, mas não por muito tempo, pois logo me acharam. Agora, com vinte e três anos, fui agredida e jogada na frente de uma delegacia. Provavelmente pensaram que morri, e eu morri por cinco longos minutos. Na minha experiência pós-morte, encontrei mamãe e ela me disse que eu deveria voltar, que não estava na hora. Eu queria tanto ficar. Mas no momento em que cogitei morrer, Ellis disse: "Se você não voltar, outra pessoa vai pra lá e ela pode não ter tanta sorte como você".

Eu, Meredith, não deveria deixar outras pessoas se machucarem. Foi nesse momento que vi o quanto deveria lutar para ajudar outras pessoas. A primeira coisa que fiz ao acordar foi pedir água à enfermeira. Um tempinho depois, uma mulher ruiva de olhos azuis sem brilho algum, muito bonita mas com o rosto triste, mudava muita coisa. A postura ereta escondia uma mulher frágil, mas muito forte também.

Ela me fez duas perguntas que eu respondi com prazer. O rosto antes triste transformou-se num rosto em choque na primeira pergunta. Quando ela fez a segunda, dei tudo que conseguia lembrar do local e do rosto dos meus sequestradores.

Em uma semana me deram alta. Descobri que o nome da mulher era Addison Adriane Forbes Montgomery, que ela é uma das delegadas mais reconhecidas, divorciada desde os 25 anos, atualmente com 32 anos, e também que eu viveria com ela até poder voltar completamente para a sociedade.

Não posso reclamar por ter uma mulher tão sensacional em minha vida medíocre. Conversei algumas vezes com Addison, quando ela vinha me visitar. A ruiva tem aquela pose de durona inatingível, mas é uma pessoa muito simpática, companheira, engraçada, gosta de crianças e me entende como ninguém nunca entendeu.

Amanhã ela vai me levar para sua casa, para cuidar de mim. O bom é que nem posso reclamar, pois pela primeira vez estou me apaixonando. Mesmo que os muros em volta do coração e mente estejam lá, sei que consigo ultrapassá-los e quem sabe, num futuro, podemos ficar juntas, nos amando e construindo uma família unida que, mesmo brigando algumas vezes, continua unida e amorosa.

Sinto bem no fundo do meu coração e mente que Addison Montgomery é a mulher certa e por causa disso, irei lutar até o fim para fazê-la feliz a maior parte dos dias, pois nem sempre podemos ser tão felizes.




Vamos ter vários momentos da Addison ajudando Meredith com os traumas que ela desenvolveu, e Meredith vai mostrar para Addison que vale a pena amar novamente e que o trabalho não pode ser por muito tempo uma válvula de escape.

Assim, ela esquece que precisa ser feliz não só na carreira, mas também na vida fora do trabalho, onde vai quando está cansada, triste e precisando de carinho da família.

Amada DelegadaOnde histórias criam vida. Descubra agora