Capítulo 6. Amarelo como a cor dos mortos

6 5 0
                                    


JÚPITER

Olá, meu nome é Júpiter, como o astro, e nesse tempo de guerra, batalhei pela liberdade da humanidade que vivia no mundo mágico, sempre ao lado da minha irmã, o nome dela é Vênus. Nossos nomes foram nos dados pelo nosso pai, ele dizia que éramos como as luzes que ele via ao olhar o céu noturno. Ele era meio maluco, mas muito amável.

Toda a minha família fora escravizada, pelo reino chamado: "Frida", que era o reino mais poderoso do mundo mágico e era governado pelo ser intitulado: "rei do mundo inteiro", o que era um nome ridículo, para um ser feito de carne e osso, mas isso não importava, o que importava era que eu e Vênus tínhamos a certeza absoluta de que o arrasaríamos por completo.

Nós que escrevemos esse livro queremos passar para vocês leitores tudo o que sabemos sobre esse mundo e principalmente, como somos, então aqui vamos nós.

Eu sou branca, muito branca e meu cabelo é castanho ou ruivo, não tenho certeza, mas é algo que com certeza está entre os dois, também é liso, e meus olhos são verde-escuros. Nessa época, lembro-me de usar sempre um manto branco, uma túnica de cor amarela, bem claro. Na cintura a envolta da túnica havia um cinto de couro em que onde minha adaga de aço se mantinha envolvida por uma bainha, também de couro. Minha bota era branca, feita com couro e pele de lobo. Um cristal branco estava incrustado em minha testa e a bandeira do meu reino, presa a minha mochila, agitava-se com o vento; o símbolo da bandeira era um girassol ardendo em chamas e cercado por três lanças.

Vênus, não era tão clara quanto eu, mas também tinha a pele branca, os olhos castanhos da nossa mãe, cabelo castanho liso, os ombros largos do nosso pai e usava armadura de aço dos pés até o pescoço, a ombreira esquerda era maior que a direita e nela estava escrito "honra", com letras bem grandes e douradas. Vênus possuía uma arma que sempre levava consigo em sua mão esquerda, uma arma um tanto diferente, até mesmo aqui no mundo mágico; era um bastão pequeno, com uma corrente na ponta, a qual onde pendia um lampião arredondado, com grades que cercavam uma pedra brilhante e vermelha. Essa arma era chamada de lanterna leviatã; uma das armas mais temidas nesse mundo, embora muitos nunca tenham a visto. Nosso pai deu essa arma à Vênus, por ela ser algo que se passa em nossa família de geração em geração, tem alguma coisa a ver com nós sermos os defensores do mundo mágico, mas a verdade seja dita, nós não nos importávamos nem um pouco com o mundo mágico, por isso a nossa intenção era apenas salvar nossa família e fim.

Desculpe-me, mas voltando a falar sobre a arma, ela era tão temida assim, porque a pedra chamada eméra que ficava no centro do lampião, causava uma pequena explosão sempre que a lanterna batia forte em algo, explosão essa que poderia levantar um orc a um metro do chão. E o cabo, a armação da lanterna e a corrente, eram itens feitos de metal mágico, o único metal no mundo que poderia aguentar aquelas explosões sem amassar. Sem falar que a arma era extremamente leve. E o motivo para o braço de Vênus aguentar tais explosões era porque nós, não só éramos muito fortes, mas também imortais, isto é, quando estávamos bem juntas; e esse também é o motivo pelo qual eu sempre andava pendurada nas costas de Vênus.

Vênus tinha um cristal branco no cotovelo direito e eu tinha um bem no meio da testa, o que era uma grande injustiça para mim, mas bem, nós não fazíamos ideia do porquê de termos cristais em nossos corpos. O pai havia nos falado de Alanis e alguma coisa sobre chaves, mas ele explicava tudo de uma forma muito estranha e nós acabávamos sem entender nada.

Há algo importante a falar, claro, Vênus era muda, mas graças a nossa grande inteligência, criamos uma língua especial só para nós duas, que chamávamos de: "o falar dos dedos", é claro que o nome é ridículo, mas eu tinha oito anos quando o criei, bem... Como diz o nome, nós usávamos sinais com os dedos para nos comunicar, por exemplo, agitar o dedo indicador duas vezes era o mesmo que dizer: "perigo".

As chaves de Alanis - Flor da AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora