Por mais horas com você

Prólogo

“ Já se sentiu afogando em suas próprias mentiras?
Já teve a sensação de ter entalado na garganta um monte de palavras não ditas?
Se as respostas para essas perguntas forem sim! Então somos parecidas… porque sinto como se todos os dias me tivesse a afogar nos meus enganos. Tenho coisas entaladas na garganta e minha mente faz o que minha voz não consegue: Ela grita! Por isso que eu acho mais fácil despejar todas essas palavras em papel, assim ao olhar nos seus olhos não verei a decepção neles, porque quando ler isso com certeza estarei…"

Toc! Toc!

Guardei a folha às pressas por baixo da almofada, e me ajeitei na cama, na tentativa de ocultar o que fazia.

— Sim? — gritei, para que a pessoa do lado de fora da porta entrasse.

— Oi! — ela colocou a cabeça pela fresta.

— Niara! — pigarreei — Pode entrar!

Minha irmã entrou, e fechou a porta a sua trás, deu alguns passos até onde eu estava e se sentou do meu lado, fazendo a cama ranger.

— Aconteceu algo? — perguntei.
Ela soltou um suspiro, e olhou para mim com os seus grandes olhos castanhos escuros .

— Eu estou ansiosa com o casamento!

Eu queria falar sobre tudo, menos sobre isso.

— Por quê está ansiosa? Ainda falta uma semana!

— Eu sei… mas não deixo de estar ansiosa! — ela olhou a volta e franziu o cenho. Decerto que achava estranho o facto de o meu quarto estar impecavelmente arrumado, quando o seu estado normal é ter roupas espalhadas em todo lugar chegando a impossibilitar enxergar o piso alisado de cimento.

— Vai dar tudo certo dessa vez! — segurei a sua mão.

— Eu só não quero que aconteça o mesmo que da última vez… — ela falou triste, como se flashbacks do que aconteceu passassem por sua mente.

— Não vai acontecer o mesmo, vou me certificar de que isso não aconteça!

Tentei passar firmeza nas minhas palavras, para não deixar transparecer o que elas realmente queriam dizer.

— Tenho fé que dará tudo certo… desde que você esteja sempre comigo! — ela me puxou mais para si.

Deitei minha cabeça em seu colo. Ouvir suas palavras, me dava vontade de chorar, queria poder ter coragem o suficiente para contar toda a verdade, mas… não era capaz. Tudo o que fiz foi fechar os olhos, ao sentir sua mão acariciar meu cabelo.

Olhei de relance para ela, admirando sua beleza, sua pele negra que com a luz do luar que penetrava sobre a janela, dava um contraste lindo.
Seu cabelo crespo, estava desarrumado, com certeza de tanto se revirar na cama.  Seus olhos pareciam cansados, tinham olheiras por baixo deles, mas ainda assim me fitavam com ternura!

Tentei guardar aquela imagem na minha mente, porque seria a última vez que veria o rosto da minha irmã…

                    Nota da autora

Oi pra quem adicionou o livro à biblioteca, espero que tenha gostado do prólogo, e que continue a ler.

Os capítulos serão postados duas vezes por semana, não tenho dias definidos kk, mas se quiserem sugerir,   estou disposta a levar em conta.

Votem e comentem o que acharam

Beijos ❤