Kennan

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Esforçava-me em focar na música que tocava no meu telefone, mas o som alto que vinha do fone de ouvido do rapaz do meu lado, era insuportável!
Queria que ele percebesse que estava incomodada com a presença dele aí, então me revirava no banco sem p...

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Esforçava-me em focar na música que tocava no meu telefone, mas o som alto que vinha do fone de ouvido do rapaz do meu lado, era insuportável!
Queria que ele percebesse que estava incomodada com a presença dele aí, então me revirava no banco sem parar. Até que ele reparou nisso e retirou os fones — graças a Deus!

— Porquê se mexe tanto? — ele perguntou.

Parei de me mexer, e examinei-o, ponderando se falava ou não o real motivo de me cadituzar como bicho-carpinteiro!

— Era para chamar a sua atenção!

Ele franziu o cenho, como se minha afirmação o tivesse deixado confuso, e antes que ele dissesse algo, ouvimos um estrondo enorme, que tomou toda nossa atenção. — alguém deixou cair uma banheira no autocarro ao arrumar as suas coisas — logo a seguir o motorista entrou a reclamar, dizendo que lugar de banheira era no porão, e não no lugar de passageiros!

Ainda não começamos a viajar, mas eu já sabia, que não seria uma viagem fácil.

— Chamar minha atenção? Como assim? — ele se aconchegou no banco, e ficou de frente para mim.

— O volume da música que você ouvia estava alto demais!

As vezes eu ficava admirada com a forma com que lidava com as coisas, se fosse em tempos normais, eu gritaria com ele, ou falaria com sarcasmo, mas hoje em dia consigo ser calma, e falar sem envolver ironia.

— Você também ouvia música! — contestou.

— Mas o som da que você ouvia, se sobrepunha a minha — tentava falar calmamente…

— Ah! me desculpa! — dessa reacção não estava a espera! — Mas você podia ter dito, ao invés de se remexer na cadeira! — fez gestos com as mãos.

Ignorei o tom à que aquelas palavras foram pronunciadas, e pude notar três coisas nesse menino/ rapaz:
Primeiro: ele era um insolente, porque só alguém assim ousaria falar no tom que ele se dirigiu a mim.

Segundo: era parecido comigo ou seja, não se calava perante uma oportunidade de ter razão — fiz um mau juízo sobre a pessoa que ele era ao dizer mais cedo que ele não conseguia se impor, quanto ao assunto das malas, ou… ele tinha noção que a mala dele era enorme e não quis discutir com o motorista quanto a algo muito óbvio de se ver!

E terceiro: parecia alguém focado que não ligava para muita coisa, e que sabia pedir desculpas, quando devia pedir.

Senti inveja dessa última, porque era por eu não saber pedir desculpas que estava naquela situação, era pela minha teimosia que tinha que aturar um rapaz que se atrevia a colocar a música mais alta que a minha, e ainda reclamava do modo como me mexia no banco de um autocarro.

— Eu não vou continuar com essa discussão — coloquei a mão a sua frente.

— Era uma discussão?

Respirei fundo, procurei não me irritar com esse menino, e até já estava a ficar orgulhosa do meu bom comportamento, mas ninguém é calmo o tempo todo — como eu queria me teletransportar agora para o Namibe!

Pensei no que a Niara faria se estivesse no meu lugar, lembrei do jeito que ela tratava as pessoas, até das que a tiravam do sério.
Ela agia com todo mundo sem extinção alguma, dando o verdadeiro sentido da frase: amar a todo mundo de igual modo.
E é nisso que me baseei ao responder o jovem rapaz do meu lado:

— Você desligou a música, eu fiz o mesmo… então estamos quites. — cruzei os braços sobre o peito.

Ele se endireitou, e ficou na mesma posição que eu, olhávamos as pessoas que entravam e saíam do autocarro, e as que arrumavam as suas bagagens no pequeno espaço que tinha na parte superior do mesmo, uma vez que as coisas que eram pequenas demais, não podiam ir ao porão.

— E o que faremos? — ele perguntou, quebrando o silêncio que se instalou.

— Esperamos o autocarro encher!

— Até lá ficamos em silêncio?

Ele virou a cabeça na minha direcção e nossos olhos se encontram: ele tinha os olhos num tom castanho claro.

— Sim! Assim evitamos que nossas músicas se sobreponham uma à outra — voltei minha atenção ao fino corredor do autocarro.

— E se entrarmos em um consenso? — ele continuava a olhar para mim

— Como assim?

— E se escolhermos ouvi-la em um só telefone?

Ri daquela sugestão, se ele soubesse que eu já tinha um plano traçado, e que tudo incluindo ele, estragavam esse plano, não estaria tão a vontade em fazer uma sugestão do gênero!

— Você quer dizer… ouvirmos música os dois… partilharmos do auricular e da playlist um do outro?

Ele anuiu entusiasmado e com um sorriso largo nos lábios.

— Eu não vim para fazer amizades — falei séria!

— E quem disse que ouvirmos música juntos nos torna amigos? Eu mal sei o seu nome!

— Exactamente por isso! Não quero criar laços com ninguém!

Pronunciar àquelas palavras, davam um gosto amargo na boca, porque eu sabia do motivo de não querer isso.

O carro foi posto a trabalhar.
Grande parte das pessoas já estavam alojadas, e os poucos lugares vazios restantes com certeza seriam ocupados por pessoas que encontraríamos pelo caminho.

— Tudo bem… se é assim eu deixo você ouvir música, do jeito que estava antes de eu me sentar aqui!

Anuí satisfeita com aquela ideia, pensando que ele apenas me deixaria ouvir música, mas vi-o mudar de lugar, indo para um dos bancos vazios no fundo do autocarro.
Poderia tê-lo impedido de ir, mas se fizesse isso estaria a me contradizer, então decidi deixá-lo ir… como eu faço com todo mundo…

             

                     8 anos atrás
       Namibe 1 de Março de 2009

Ver os meus pais juntos, era a coisa mais desconfortável do mundo. Depois que um casal fica muito tempo separado, quando voltam a ficar juntos, não parece a mesma coisa, mas com a dona Rita, e o Sr. Raimundo, foi como se o tempo nunca tivesse passado!

Eles estavam sentados no cadeirão da sala, meu pai comia do almoço feito pela minha mãe, e ela fazia-o companhia, olhando para ele como se fosse o homem mais bonito da face da terra.

De tão melosos que eles estavam, me senti desconfortável e decidi sair da sala, para assim deixá-los mais à vontade.

Fui para o quarto, e assim que abri a porta, me deparei com a Niara, deitada na sua cama, lendo um livro.
Me sentei na minha cama, e soltei um suspiro forte.

— Aconteceu algo? — ela perguntou

— Você já notou que a mamã esqueceu a existência da Weza?

Vejo os pês dela, perto do meu rosto, o que me levou a pensar que ela descia da sua cama, tive a certeza disso quando ela estava com os pés fixos no chão, e ia de encontro à porta que só naquele momento reparei que não havia fechado quando entrei.

— Precisava mesmo fechar a porta? — apontei para a porta que outrora estava aberta.

— Olha aqui Dara, não vejo a mãe tão feliz em um ano, e quando essa felicidade chega, você lembra da Weza?

— Todos nós nos lembramos da Weza, quando o pai não dorme aqui aos finais de semana! — Ela se calou — mas preferimos acreditar que tudo voltou ao normal!

— Se você se esqueceu, tudo isso acontece, graças a brilhante ideia que você teve em ir procurar o pai… então sugiro que você se concentre no seu encontro, e deixa o assunto dos mais velhos, com os mais velhos… criança!

Ela subiu as pequenas escadas de ferro, que dão para sua cama!

— Eu não terei encontro algum, vou apenas ver o pôr do sol com os meus amigos como sempre faço! — gritei.

O aniversário do Bruno será no dia 5 desse mês e hoje ele convidou-nos para ver o pôr do sol, no terraço da sua casa, como uma forma de se despedir dos seus 13 anos, e dizer olá aos 14!
Era uma regra do grupo, fazer isso sempre que se aproximava o aniversário de alguém, normalmente é o aniversariante que escolhe como e onde deve ser, desde que inclua ver o pôr do sol no final do dia!

Ouço Niara murmurar um "pois" desacreditando que o meu encontro com os meus amigos fosse apenas isso.

A medida que as pessoas crescem, aprendem a escolher o que considerar e o que não considerar nos comentários das irmãs mais velhas, e acho que eu aprendi a fazer isso.

Me levantei da minha cama, e peguei o cesto onde tinham as roupas limpas. Procurava nele, uma roupa boa para ir ao "encontro".
Vez à outra Niara olhava para mim, espionando o que eu fazia, me dando a entender, que ela queria opinar sobre determinada coisa, mas acabava por ficar calada no final.
E para confirmar minha teoria peguei um vestido aleatório e perguntei:

— O que achas desse vestido?

Assim que fiz essa pergunta, os olhos dela se acenderam, como se aguardassem por esse momento a um tempo.

— Então… eu vi-te experimentar um vestido branco, estampado com inúmeros girassóis amarelos e achei lindo demais… — ela se calou ao perceber que caiu na minha armadilha

Soltei gargalhadas altas, e Niara deu muxoxos, na tentativa de controlar o riso.

— Eu sabia que você queria opinar, mas não tinha noção que era desse jeito!

— Já que se acha tão sabichona, fique sem a minha ajuda então! — ela fingiu voltar a sua atenção ao livro.

— Eu já parei de rir, é claro que eu preciso da tua ajuda irmã!

Ela desceu da cama novamente, e me mostrou o vestido que antes sugeriu. Realmente era um vestido bonito, ele tinha finas alças, e era solto. O amarelo dos girassóis fez-me gostar dele, isso porque era a minha cor preferida!

— Você pode ir tomar um banho… eu preparo tudo aqui, e depois vemos o que fazer com essa carapinha dura — mexeu no meu cabelo, ao falar a última frase.

Saí do quarto enrolada na toalha saltitando, estava tão ansiosa e feliz, que passei pela sala e nem olhei os pombinhos sentados no cadeirão.

Tomei um banho rápido, que não demorou nem 5 minutos, foi tão rápido que até os meus pais comentaram assim que voltei a passar pela sala, já de banho tomado!

Quando entrei no quarto Niara fez o mesmo que eles: reclamou do pouco tempo que demorei no banho — em momentos assim, me questionava se de facto pertencia àquela família, eu era tão diferente de todos eles!

— Devia se preocupar em me deixar bonita, não com o tempo que faço no banheiro — rebati.

— Disse que não era um encontro, quer ficar bonita para quem afinal de contas?

Aquela pergunta fez meu coração bater apressadamente.

— É uma regra do grupo, não podemos ir mal apresentados!

— Tudo bem… senta aqui! — ela apontou para um banquinho azul de plástico, perto do enorme espelho que está por cima da mesa de madeira.
Nele conseguia ver meu reflexo no espelho, e Niara atrás de mim, pensando no que fazer na bagunça que era o meu cabelo.

Eu estava enrolada na toalha, e algumas gotas de água ainda caíam pelo meu rosto, eu era tão magrinha que meus ossos do peito eram evidentes, minha irmã dizia que isso me dava um ar elegante, mas com o tempo percebi que ela só estava a ser simpática. Eu era tudo menos elegante.

— Pronto! — Niara falou alto.

Meus pensamentos ocuparam minha mente por tanto tempo que só quando ela disse isso, percebi que já havia terminado de fazer o penteado no meu cabelo.
Ela fez um puff, e a metade de uma coroa de tranças na parte de frente, com pequenos enfeites dourados, eu não parecia uma criança, mas uma pré-adolescente!

— Uau Niara! está lindo! — abracei-a, ela deu pequenas palmadas nas minhas costas. Claramente estava desconfortável, raros eram os momentos em que nos abraçávamos.

— Agora coloca o vestido! Estou ansiosa pelo resultado — ela bateu pequenas palminhas.

Tirei a toalha, e pus o vestido com todo cuidado do mundo para não estragar o penteado. Minha irmã me ajudou a fechar o ziper do mesmo e a calçar o pequeno sapato que cabia no meu pé de tamanho 35.

— Como estou? — perguntei.

— Estás linda… mas talvez seja um pouco exagerado! — ela riu.

— Exagerado? — analisei-me de cima a baixo.

— Sim,… nos anos passados você foi para lá tão normal! — voltou a rir

Consigo notar que ela insinuava coisas…

— No ano passado querida irmã, éramos crianças, agora somos pequenos adolescentes! — ergui o queixo!

— Tudo bem "pequena adolescente" você está atrasada! Está a espera do quê para ir? — ela cruzou os braços e esboçou o mais lindos dos sorrisos.

— Já vou — andei até a porta — obrigada irmã!

— Vou querer saber de tudo depois!

Fechei a porta rindo, eu não sabia por quem Niara pensava que eu nutria sentimentos, mas é muito louco, alguém pensar que eu viria a sentir algo pelos meus amigos!

Atravessei o corredor, e antes de sair avisei para os meus pais para onde iria.
Meu pai se ofereceu para me levar, usando como argumento que filha alguma devia ir a pé de Sacomar até Muinho.
Eu não reclamei e aceitei a boleia.

Durante o trajecto, ele me fazia perguntas com resposta de sim ou não, e foi assim até o carro parar em frente à casa do Bruno.

— Até logo pai! — despedi às pressas.

— Mocinha… — ele chamou a minha atenção — eu venho buscar você depois do pôr-do-sol, eu só te deixo entrar na casa desse colono, porque o Bruno é um rapaz maravilhoso… que fique bem claro!

— Sim, pai!… posso ir?

Ele anui positivamente.

Saí do carro e fechei a porta, dando um "tchau" para ele com as mãos.

O pai do Bruno, o Sr. José, era um português, que casou com uma Angolana… todo mundo chamava-o de colono… e meu pai não era a exceção.

Fiquei parada na frente do portão da casa, ajeitando o meu vestido…

— Dara… Darinha… você nunca falta nessas reuniões malucas do Bruno nê?

Procurava de onde vinha a voz, e ao olhar para o meu lado esquerdo vejo de quem se tratava.

— Boa tarde Bráulio… — notei que ele não estava sozinho — Boa tarde — cumprimentei os outros dois rapazes que estavam com ele. — Sim,… eu nunca falto!

— Isso é bom! — ele balançou a cabeça positivamente — O Bruno está lá a tua espera.

A minha espera? Como assim e os outros?

— Sim,… obrigada — sorri

Entrei pelo portão, para não prolongar aquela conversa constrangedora e do terraço Bruno acenou para mim.
De longe ele parecia um pontinho amarelado no alto da enorme casa.
Subi as escadas que davam para o terraço, e assim que cheguei lá disse:

— Já me esquecia de como era vir para aqui!

— Essas reuniões são para nos lembrar disso — ele sorriu — Estás bonita!

Não sei porquê, mas ouvi-lo dizer aquilo, me deixou sem jeito.
Bruno parecia um pouco mais alto e magro — se eram efeitos dos 14 anos que apareciam mais cedo, então quero que o meu aniversário chegue logo!

— Onde estão os outros? Ainda não chegaram? — olhei a volta.

O terraço estava arrumado, tinha uma mesa com lanchinhos por cima dela. E quatro cadeiras.
Dali era possível ver a metade do bairro, o mar, e o sol no horizonte, era uma vista linda.
Dos quatro, Bruno era quem melhor vivia, o pai dele tinha um bom salário como arquiteto, e a sua mãe era enfermeira, a casa dele era o lugar em que sempre vamos, quando queremos ter vislumbres do que é comer bem.

— Eu não dei a hora certa para eles Dara!

— Porquê?

— Queria falar com você… na verdade, tirar uma dúvida!

— Que dúvida Bruno? Somos amigos a 5 anos, que dúvida poderia ter?

— Eu quero saber se você sente algo por mim… — ele parou por um tempo — Do jeito que eu sinto por você… — admitiu por fim.

Tentava reter toda aquela informação que foi despejada sem aviso, memórias passaram pela minha mente… e eu pretendia usar uma delas para fazê-lo esquecer essa ideia absurda de ter sentimentos por mim.

— No dia em que eu fui falar com o meu pai, eu vi você e a Valquíria de mãos dadas…

— Ah sim! — ele riu — Ela disse gostar de mim, naquele dia!

— Então vocês estão juntos certo?

— Ainda não… sua resposta definirá o que acontecerá!

Aquilo era algo bem idiota de se dizer…

— Fica com a Valquíria… ela gosta de você do jeito que é, e eu… bom eu… simplesmente não consigo.

Não tinha noção que aquelas palavras o magoaram, até vê-lo com a boca entreaberta e os olhos marejantes. Procurei amenizar minhas palavras, mas antes que eu tentasse fazer isso, valquíria e Lueji subiam as escadas, gritando o nome do Bruno e batendo palmas.

Tentei sussurrar um " desculpa "para Bruno, mas ele virou as costas para mim, e abriu os braços indo na direcção dos dois. Ria e abraçava-os, como se eu não tivesse partido o coração dele a alguns minutos…

                       dias actuais

Queria poder prestar atenção à música que ouvia, mas ao invés de me acalmar me deixava mais inquieta. aumentei o volume ao máximo para ver se desse jeito a paz viria, mas sem sucesso!

Tirei os auriculares do ouvido, e apoiei a cabeça sobre o vidro grosso do autocarro, acompanhava o movimento lá fora. E pensava sobre as minhas atitudes e no real objectivo de estar aí naquele momento.

Há uns anos eu não fui a melhor pessoa, e o que eu mais queria era começar de novo, ser diferente da Dara que fui em tempos, ainda que para isso tenha que engolir o meu orgulho e me abrir para conhecer pessoas novas, sem mais esse muro que eu mesma criei!

Olhei para os bancos de trás à procura do rapaz que outrora sentava do meu lado, e avistei-o no último banco, usando os fones de ouvido que foram motivos de desavença.
Chamei-o com a cabeça, ele se levantou de onde estava e andou em minha direcção.
Andava lentamente, era muito alto, tão alto que as vezes tinha que se abaixar, quando passava pelas pequenas Tv’s que tinham pelo autocarro.
Ele usava uma camisa azul escura com alguns botões por abotoar, uma calça, jeans preta e uns tênis da mesma cor que a camisa!

— Sim,… o que foi… já não quer ouvir música?

— Na verdade, quero… quer partilhar o auricular?

Olhou para mim desconfiado

— E quanto ao "não vim para fazer amizades?

Ele fez uma voz fina, obviamente tentando me imitar — não achei piada àquilo, mas como a Dara boazinha, estava em acção, decidi deixar passar!

— Pensei melhor… e acho que se terei que viajar por dois dias… tenho que começar a fazer amizades!

Ele anuiu com a cabeça, rindo ligeiramente.
Sentou-se no banco do meu lado, recebeu o auricular e pôs no seu ouvido.

— A propósito… eu ainda não sei o seu nome…

— É Dara Mendes… e o seu?

— O meu é Kennan… Kennan Malunga.

Não demos as mãos nem nada do gênero, só ficamos a olhar um para o outro, enquanto balançávamos a cabeça.

O carro começou a andar pela pista que dava para saída do grande parque!
Nos sentamos melhor, nossos ombros encostavam um no outro, e a música alta ecoava nos nossos ouvidos.

A viagem começaria…

                   Nota da autora

Oi kkk
Como vocês estão?

Nessa altura do campeonato, vocês já devem ter notado como será a dinâmica do livro:
Que será sempre essa viagem de passado e presente, e vocês precisam prestar atenção, porque muita coisa que aconteceu no passado de Dara, tem a ver com o motivo que a levou a fugir de casa.

Nesse capítulo, um dos personagens que mais amo, apareceu finalmente kkk : eu Amo o Kennan.


                         Glossário

Cadituzar — se movimentar

Cadeirão — sofá

Por mais horas com vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora