Capítulo 2- A Cabana

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Azaya

Assim que nos atravesso para dentro da cabana, sinto o corpo do macho ceder, nos atravessei direto para o único quarto, e preciso usar toda minha força para conseguir arrasta- lo até a cama, sustentando todo seu peso.

Assim que consigo deita- lo na cama, observo com cuidado sua ferida, e a flecha presa em seu peito, o Macho treme e o suor frio é visível em sua testa, sua pele rapidamente se tornando cada vez mais pálida.

Depois de alguns segundos, decido então que a primeira coisa a ser feita é quebrar e retirar a flecha, fechar o ferimento e tentar interromper o efeito do veneno em seu corpo o mais rápido possível.

A cama é pequena e mal acomoda o macho e suas enormes asas, que agora totalmente abertas, tocam o chão de cada lado da cama, em um movimento preciso, subo na cama, meus joelhos se posicionam um de cada lado do abdômen do macho, tomando cuidado para não feri- lo ainda mais, respiro fundo e uso meu poder para partir a flecha ao meio e retira- lá de seu peito, então levo a palma de minhas mãos ao seu ferimento, no mesmo instante sinto o corpo do macho estremecer abaixo de mim, sob meu toque, suas sombras também se agitam e envolvem quase todo seu corpo, respiro fundo novamente para me concentrar e fecho os olhos,,,, Que a Mãe me ajude.

Me concentro e sinto os ramos de Luz fluírem de minhas mãos, meu corpo estremece enquanto sinto o veneno sendo sugado do corpo do macho, e a ferida sendo curada, gotas de suor se formam em minha testa, e minha respiração se torna mais pesada por alguns momentos,, um suspiro de alívio se desprende dos meus lábios quando sinto que a ferida foi completamente curada, o macho ainda continua inconsciente, mas noto que seus tremores cessarão.

Claramente ele ainda está fraco, mas o alívio em saber que ele sobreviverá faz com que lágrimas quentes brotem em meus olhos, por mais que eu não compreenda o sentimento que toma conta de mim, por alguém que eu mal conheço, permito que elas desçam livremente por meu rosto e suspiro aliviada, enquanto recupero minhas forças.

No momento seguinte desço da cama e vou até a cozinha, preparo uma bacia com água morna, e retorno para o quarto, observo o macho em um sono profundo, suas sombras ainda o cercam, mas de maneira bem mais sútil, deixando-o quase totalmente exposto, o que me permite ver a cor retornando lentamente à seu rosto.

Ando em direção ao armário pego alguns panos limpos, e depois ando em direção à cama, posiciono a bacia e os panos na cadeira próxima a cabeceira, e retorno minha atenção ao macho, suspiro uma vez e então com cuidado começo a retirar a parte de cima de sua armadura, deixando exposta a ferida recém curada em seu peito, alguns cortes e arranhões também se mostram visíveis em seu torso, mergulho o pano limpo na água morna, e então começo a limpar suas feridas, que demoram um tempo maior pra cicatrizarem do que o normal, creio ser por conta da ação do veneno que a pouco esteve presente em seu corpo, ando em direção ao armário novamente e pego algumas faixas e ataduras para cobrir o ferimento em seu peito.

Depois que seus ferimentos estão limpos e tampados, molho o pano novamente e me dirijo para seu rosto, suor, poeira e sangue seco mancham sua face, e para minha surpresa quando toco o pano em seu rosto, uma das sombras que parecem sempre rodealo toca suavemente minha mão, me sobressalto por um momento, mas logo me recupero, o toque é completamente suave e gentil, que faz com que um pequeno sorriso cruze meus lábios, em seguida a sombra se afasta sutilmente e eu volto a limpar o rosto do macho.

Mesmo desacordado sua feição continua completamente fechada, passo o pano por sua testa, e por todo seu rosto, que apresenta com clareza, uma beleza sobrenatural, mesmo que o macho em si não esteja em seu melhor estado, limpo também seus braços e,,, Minha atenção então se prende a suas mãos, pego uma delas e a seguro entre as minhas, um lampejo de tristeza me percorre quando eu vejo todas as cicatrizes que as cobrem, passo meus dedos suavemente por toda sua extensão, e sinto toda a suavidade, mesmo abaixo das cicatrizes e dos calos, pego o pano e a limpo e em seguida a outra.

Com amor, Azriel 🌌♥️.Onde histórias criam vida. Descubra agora