CAPÍTULO 17

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A festa do casamento foi normal. Houve tudo como os conformes: A valsa dos noivos, as fotos, o bolo. Damon tirou Grace pra dançar e Alexandre tirou Elena, como mandava a tradição. Os dois representaram o papel perfeitamente bem. Por fim chegou a hora de ir embora. Todos especulavam que os noivos iam fugir pra lua-de-mel (nem tanto, Damon explicou que Elena tinha fobia de aviões, uma
mentira deslavada, de forma que viajariam pra perto de carro. Outra mentira, passariam as duas semanas dentro do apartamento, sem aparecer), mas os dois só estavam exaustos de terem que se agüentar. A limousine os levou até a torre
negra. Os dois passaram pelos fotógrafos na portaria, atravessando o lobby e pegando o elevador. Damon digitou uma seqüência de números e o elevador começou a subir. Elena, cansada, nem olhou quantos andares subiram. No fim o elevador abriu, dando a uma anti-sala com a parede revestida em mogno, uma mesa e um arranjo de flores, que dava para uma sala enorme, com paredes de
vidro que mostravam uma Nova York adormecida. Tudo impecavelmente
luxuoso, mas Elena ainda estava exausta. Adorava aquele vestido, o adorou desde que o planejara, mas a combinação dele, a cauda e os saltos estavam matando-a. Damon andou pelo corredor, afrouxando a gravata, e parou em um quarto de hospedes.
Damon: Seu quarto. – Disse, apontando com o ombro. Elena entrou. Um quarto de
hospedes simples, cama de casal, dois criados mudos com abajures, penteadeira, closet, poltronas e um sofá. Tudo em tons de cinza e paredes brancas.
Elena: Fico encantada. – Disse, olhando a cama, com seu jogo de seis travesseiros, parecendo irresistível.
Damon: Bonito vestido. – Elena o olhou, estranhando – Imagino que seja de sua coleção.
Elena: Katherine Pierce Designers. Posso te dar um cartão, se quiser. – Debochou, olhando em volta.
Damon: Ótima oportunidade de divulgar sua marca. – Elogiou, se aproximando. Elena parou, na defensiva – Vestido ousado, para uma festa que eu disse que seria familiar.
Elena: Vou refletir sobre isso enquanto durmo. – Debochou, rindo em seguida. – Boa noite, Damon. – Dispensou, cansada da cara dele por hoje. Damon parou ao lado dela, tocando as correntinhas das costas do vestido. As costas dela estavam inteiramente nuas com o decote traseiro, e as pontas dos dedos dele roçaram a pele dela, deixando um rastro quente, fazendo-a se retrair.
Ela olhou, desconfiada e apreensiva. Ele a encarou, sorrindo de canto.Soubera que ela adorava aquele vestido assim que a vira com ele... Então as mãos dele puxaram o tecido delicado com brutalidade, rasgando tudo o que encontravam pelo caminho. O corpo dela sacudia com a brutalidade dele. As correntes se partiram, as rendas finas se rasgando até que só sobrou um bolo de pano no chão. Foi muito rápido. Elena parou, tapando os seios com os braços, de calcinha, cinta-liga e meias brancas no quarto. Ela arfou, olhando sua
obra de arte destruída no chão.
Damon: Isso é pra você aprender... – Disse, se desvencilhando e puxando a cauda do vestido, rasgando-a no meio, fazendo Elena cambalear -...a me levar a sério quando eu te der uma ordem. – Disse, largando os retalhos do vestido no chão. Elena perdera
a voz no susto, ainda olhando o vestido rasgado, desolada. Levara meses trabalhando naquilo! – Boa noite, Elena. – Desejou, debochado, e deu as costas, tranqüilo, saindo
do quarto. Elena saiu da redoma do vestido, se abaixando, totalmente arrasada, apanhando um retalho de renda rasgada. Ela amara o vestido, e ele o destruíra. Era um sinal
simples e claro de que o jogo havia começado. Elena, abalada e furiosa, desceu dos sapatos e se deitou de lingerie mesmo, só se encolhendo debaixo do lençol e dormiu. Estranhamente, no dia seguinte, não houve nenhum ataque. Ela esperou, pronta pra rebater. Havia um closet enorme, com todos os tipos de
roupa, de modo que ela pôde se servir em paz. Vestidos sociais, de marca,
luxuosos, de cores escuras e neutras, sapatos também de marca, de vários
modelos, roupas intimas, camisolas, camisas, calças... Tudo. Para seu
contentamento eram coisas no padrão que ela usaria se pudesse escolher por um minuto achou que ele a colocaria pra se vestir de empregada, ou em trapos. A tranqüilidade só durou até a segunda noite de casados. O quarto de Elena não tinha porta mais uma humilhação que ela precisava agüentar. Ela estava se preparando pra dormir. Damon passou no corredor, ela não viu. Ele parou,
olhando... Ela tirava algo de um frasquinho laranja. A nécessaire que ela conseguira contrabandear pra lá na mesinha ao lado, aberta. A fúria dele se ligou como um interruptor. Elena viu o olhar dele em si e escondeu o frasco nas costas, mesmo sabendo que era tarde. Usava uma camisola roxa, de uma seda
delicada, de modo que não tinha onde esconder.
Damon: O que é isso? – Perguntou, entrando no quarto.
Elena: Nada que seja da sua conta. E saia daqui. – Ordenou.
Damon: Você está usando drogas na minha casa?! – Perguntou, e não dava pra saber se o maior sentimento era o ódio ou a incredulidade.
Elena: Não são drogas, não seja estúpido. Saia daqui. – Ordenou, raivosa. Damon avançou pra ela e Elena deu impulso na cama, pronta pra se jogar no chão, mas ele a apanhou pelas pernas, puxando-a pra si e agarrou o braço dela. Elena se debateu, acertando uma joelhada na barriga dele, mas perdeu. Ele
torceu o braço dela, tomando o frasco, olhando o rotulo. Não eram drogas, exatamente. Eram receitados pra ela por um medico.
Damon: Remédios pra dormir? – Perguntou, procurando se acalmar.
Elena: São receitados. Não consigo dormir sozinha. – Admitiu, humilhada – Parabéns pela descoberta. Agora devolva meus remédios e vá embora.
Damon: Não consegue dormir sozinha? – Perguntou, debochado. A princesinha não podia se esforçar nem pra pegar no sono. – Vou colocar você pra dormir. – Avisou, ameaçador. - E ele a atacou. A puxou pelo braço, trazendo-a pra si, a sacudiu pelos ombros. Elena não tinha nem chance em uma luta física com ele estava completamente
subjugada. Entrou em pânico. Ele avançou, e após morder o ombro dela com força as mãos subiram por debaixo da sua camisola, apalpando as coxas dela a força, empurrando-a para a cama. Elena gritou, mas não havia ninguém pra ouvir e ele riu dela, erguendo-lhe a camisola até o quadril. Elena trancou as pernas, se debatendo, mas era fraca demais. Damon desceu a boca pelo colo
dela, mordendo-lhe um dos seios com brutalidade, enquanto as mãos tateavam as cegas, se forçando entre as pernas dela, arrancando-lhe um gemido angustiado. Os olhos dela se encheram d’água, do mais puro e absoluto desespero. Ela não queria, não era possível que aquilo estivesse acontecendo...E não estava. Na verdade, Damon estava parado de pé do lado da cama. Apena as a sacudira pelos ombros, de fato, mas nunca pretendeu atacá-la, Deus o
protegesse, tinha nojo daquela mulher. Então logo após aquilo ela começou a se bater. A inicio ele achou que estivesse tentando bater nele, mas ela bateu as pernas e caiu deitada na cama, totalmente vestida, se batendo sozinha, grunhindo e pedindo para ele soltá-la. Implorava. Ele observou, incrédulo, parado onde estava, os cabelos alvoroçados pela primeira briga pelo frasco de remédios, vestindo uma calça abrigo preta e uma camisa cinza. Verdade seja
dita, estava sem reação. Viu as lagrimas escorrerem pelo canto dos olhos dela e coçou o cabelo, indeciso. Elena podia estar bem armando pra cima dele.
Damon: Elena? – Chamou, sem paciência, apanhando-a pelos braços. Só piorou. Ela soltou um som angustiado, soluçando em seu choro – Abra os olhos. Olhe pra mim. –
Ordenou, mas ela não atendeu. Ele não tinha certeza de que ela estava consciente. Então os movimentos dela mudaram. Se tornaram mais bruscos, mais descontrolados. Damon sabia reconhecer uma convulsão quando via uma. Ele a deitou, detendo os quadris dela com uma perna, que passou por cima dela, o
tronco com o antebraço e a cabeça com a mão, tentando imobilizá-la.
Damon: GAIL! – Rugiu, com a cabeça virada pro corredor. Elena continuava se debatendo, uma mecha do cabelo caindo por cima da mão dele, que segurava a testa
dela. A governanta apareceu segundos depois, se assustando com a cena – Vá chamar Elijah. Mande ele subir aqui, agora! – Ordenou, e a outra saiu correndo.Ele xingou consigo mesmo, soltou a testa dela e enrolou a mão em um lençol, pondo dentro da boca dela, protegendo a língua. Como era de se esperar em uma convulsão, Elena o mordeu. Ele grunhiu, mas se manteve. Que porra era aquela? Alguns instantes depois Elijah chegou, de bermuda e camisa, com Hayley e Caroline atrás dele. As duas pararam na porta, observando.
Elijah: Hayley, chame uma ambulância. – Disse, preparando uma seringa que trouxera no bolso. Hayley assentiu, saindo correndo. Quando Gail disse que Damon pedira por ajuda enquanto segurava uma Elena
que se debatia, ficou obvio que ela estava em convulsões, e ele veio preparado. Hayley saiu às pressas e Caroline avançou, apanhando o braço de Elena e imobilizando-o, de modo que Elijah conseguiu aplicar a injeção. Segundos depois Elena desfaleceu, ficando imóvel, uma ultima lagrima correndo pelo canto do rosto. Elijah levou a mão até o pulso dela, olhando o relógio em seu pulso, e Damon soltou a mão da boca dela.
Hayley: Eles estão vindo. – Disse, e Elijah assentiu.
Caroline: Que diabo você fez com ela?! – Perguntou, exasperada, se virando pra Damon
Damon: Não fiz nada, ela caiu sozinha. – Disse, entre dentes pela dor na mão. Ele desenrolou o lençol manchado de sangue, encontrando as feridas exatas dos dentes dela em sua mão. Rasgou um pedaço limpo do lençol, enrolando a mão – O que foi
isso? – Perguntou, se virando pro irmão.
Elijah: Correndo o risco de ser obvio, uma convulsão. Instantânea, segundo você. – Alfinetou. Damon grunhiu.
Damon: Nós estávamos brigando, eu só a sacudi pelos ombros, só isso. – Elijah esperou - Ela começou a alucinar e depois a convulsionar. Não sei o que houve, nós já brigamos 500 vezes antes. – Descartou.
Elijah: Sobre o que era a briga? – Perguntou, tentando entender.
Damon: Ela tem remédios pra dormir. – Disse, simples. Elijah olhou o frasco. Estava cheio. Não justificava.
Elijah: Não entendo. – Disse, voltando a monitorar o pulso de Elena – Parece que temos muito que conversar com Elena. - Alguns minutos depois a ambulância chegou. A imprensa fez a festa ao ver Elena sair desacordada, em uma maca, com uma mascara de oxigênio no rosto e aparelhos monitorando-a, e o magnata Damon Salvatore descomposto, usando
um sobretudo por cima do moletom. Uma vez no hospital, Elijah sumiu lá
dentro e Damon ficou na recepção, resumidamente puto da vida pelo escândalo. Isso já estava começando errado.
Lydia: Irmão. – Disse, entrando no saguão do hospital. Ela o abraçou, e Damon esperou – Você não tentou matar ela, não é? – Perguntou, e ele sorriu.
Damon: Ainda não. – Disse, beijando a têmpora dela, e ela assentiu, toda a
preocupação deixada de lado.
Levou algumas horas, então Elijah voltou. Caroline bateu pé de que iria pra lá, logo Stefan também estava. Damon conversava, tranqüilo, com Lydia.
Elijah: Tudo bem. – Anunciou, e os outros olharam – Ela teve uma crise nervosa, que levou as alucinações, não se sabe por qual motivo. As alucinações elevaram os
batimentos dela ao ponto de levá-la as convulsões. Ela está estável agora. – Todos concordaram – Está acordada, e bem. Você precisa conversar com ela. – Disse, se virando pro irmão. Damon ergueu as sobrancelhas – Seja o que for que aconteceu, levou ela a taquicardia. Não deve se repetir. Ela está acordada, vá. – Ordenou, e
Damon se levantou. Elena não estava nada bem, na verdade. Tinha um soro com medicamentos no braço, aparelhos monitorando o coração, um tubo de oxigênio no rosto. Os
lábios estavam pálidos, assim como o rosto. Vestia o avental do hospital, e os cabelos estavam soltos na cama. Os cantos dos olhos estavam molhados pelas lagrimas. Se sentia sufocada, ameaçada. Mil lembranças desagradáveis afloravam na cabeça dela, lembranças de antes de New Jersey e seu reinado em St. Jude, lembranças que ela lutara pra esquecer por muito tempo. Um momento sobre o domínio físico dele e viera tudo a tona. Damon entrou no quarto e ela o olhou, respirando fundo e secando o rosto.
Elena: Você não podia nem esperar amanhecer? – Perguntou, irritada.
Damon: Você quer me explicar que diabo foi isso? – Cobrou, parando ao lado da cama com as mãos nos bolsos – Você não é doente, e aquilo não foi fingimento. Eu tenho o direito de saber. – Elena sorriu. Antes de se casar foi forçada a fazer todos
os exames de saúde possíveis.
Elena: Pobre Garota Salvatore, um dia depois e seu contrato já começa a mostrar brechas. – Disse, juntando toda a maldade que tinha naquela frase, mas ainda foi pouco, a voz
saiu tremula.
Damon: Só vou perguntar uma vez: O que aconteceu? – Perguntou, e ela continuou sorrindo, olhando pra ele. – Eu vou descobrir de qualquer modo, só estou te dando a chance de ser você falar.
Elena: Quando sair, avise a enfermeira que o ar condicionado está forte demais. Estou com frio. – Dispensou, debochada. – Vá pro inferno. – Mandou, olhando o teto. Damon curvou as mãos em punhos, guardando-as dentro do bolso do
sobretudo pra se controlar e não esganá-la. A idéia era muito atraente, agora que ela estava frágil naquele ponto. Resolveu que sair dali era o melhor agora.
Damon: Tudo bem, vou deixá-la descansar alteza. – Disse, com um sorriso de canto – Mas devo parabenizá-la. Seu teatrinho de “A virgem intocada” convenceu a todos. – Disse, e deu as costas. De algum modo ia descobrir, pior pra ela. Já estava na porta quando a resposta veio.
Elena: Eu não sou virgem desde que tinha seis anos de idade. – Disse, e ele se virou para olhá-la. Ela tinha os olhos duros, pousados nele – Perdoe-me se, quando alguém
tenta me forçar fisicamente a algo, meu corpo reage mal. – Debochou - Agora suma daqui. - Damon parou um instante, olhando-a, se lemb nada a ser dito.

EFEITO BORBOLETA 1° Temporada (DELENA) ADAPTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora