CAPÍTULO 19

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No dia seguinte... Elena acordou com a impressão de quem acorda de um sonho ruim. Um pesadelo. Impossível, uma vez que graças aos remédios, ela não sonhava. Se espreguiçou, passando a mão no cabelo... E seus olhos se abriram em placa. Não foi um pesadelo. Ela passou um bom tempo na cama, medindo o que sobrou do cabelo com as mãos, sabendo que não suportaria olhar no espelho. Foi quando vieram vozes no corredor. Ela se encolheu, assustada, querendo se esconder, mas não tinha como. O quarto não tinha porta.
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- Hay, ela vai ter que comer isso agora. O cheiro do molho é muito forte pra esconder.
- Também achei, mas ela disse que gostava... Bom, ela come e nos livramos do resto.
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Hayley: Trouxemos mantimentos. – Disse, sorrindo ao entrar no quarto, então as duas pararam. Elena ainda estava sem voz na cama, aturdida. A sacola de papel transbordando cachos estava no chão. O cabelo de Elena parecia ter sido tosado. – O
que aconteceu com você?? – Perguntou, assustada.
Caroline: Elena, olhe pra mim. – Disse, largando as falsas sacolas de roupa no chão e avançando pra Elena, fazendo-a encará-la. Elena a encarou, os olhos castanhos completamente perdidos – Você consegue falar comigo?
Elena: Sim. – Respondeu, rouca, e as duas suspiraram de alivio.
Hayley: O que houve? – Perguntou, chocada, se aproximando. Nem sabia o que dizer do cabelo de Elena.
Elena: Damon... – Ela parou, meio débil.
Hayley: Damon cortou seu cabelo?!? – Exclamou, imediatamente.
Elena: Ele me fez cortar. – Duas lagrimas caíram pelo rosto de Elena – Um abridor de cartas... Um canivete... – Disse, desorientada.
Caroline: Ele fez você cortar o seu cabelo com um canivete? – Disse, os olhos negros.
Elena: Não sobrou... Não sobrou nada. – Disse, passando a mão no cabelo de novo.
Caroline: Hay, você pode cuidar dela? – Perguntou, os olhos duros.
Hayley: Claro que posso. Porque? Onde você vai? – Perguntou, confusa, vendo Caroline saindo, furiosa. Ela não respondeu. Nada bom viria dali. Na sede da empresa, Damon estava em reunião.Vários executivos estavam na sala de reuniões, negociando a compra e o
desmembramento de uma empresa... Até que a porta abriu com um estampido, a madeira se batendo contra a parede com um baque, revelando uma Caroline furiosa no portal, usando uma calça escura, louboutins pretos, uma camisa
grafite e um sobretudo preto, os cabelos arrepiados pelo vento sobre os ombros. Havia uma secretaria ao lado dela, insistindo que ela não podia entrar. Todos olharam, sem entender. Aquilo nunca havia acontecido antes.
Caroline: Me deixem a sós com meu cunhado. – Disse, em tom baixo, encarando Damon. Esse correspondia o olhar dela. Ninguém se moveu – Não me fiz clara? Saiam daqui! – Ordenou, raivosa.Damon assentiu, e os executivos saíram, ultrajados e a porta enorme de madeira foi fechada. Caroline avançou pela sala, se amparando na mesa na frente de Damon, que esperou, educadamente.
Damon: Em que posso ajudar, Cah? – Perguntou, cruzando os dedos.
Caroline: É como Elena diz. Você é mesmo um filho da puta frustrado. – Damon esperou – Que diabo você acha que fez com ela?! – Rosnou.
Damon: Um corte de cabelo novo. Nada demais. – Disse, sereno. Caroline respirou fundo, se controlando – Seu marido sabe que você está aqui?
Caroline: Eu sou livre. Meu marido não é nenhum tipo de psicopata. Pena que não se pode dizer o mesmo dos irmãos dele. – Rosnou. – Elena teve bulimia na adolescência. Uma doença decorrente de um transtorno da mente dela que dizia que ela estava feia, o corpo gordo demais, e você CORTA A PORRA DO CABELO DELA! – Gritou, furiosa.
Damon: Porque você se importa tanto com Elena, Caroline? – Perguntou, curioso – Não é da sua conta, não é problema seu. – Caroline se sentou, sorrindo de canto, embora o rosto só mostrasse raiva – Você não viu como ela se portava no colégio. Não viu o que ela fez comigo. Ela não merece sua pena, nem a pena de ninguém.
Caroline: Ela era uma adolescente, você é um adulto. – Rebateu.
Damon: Sou um adulto com uma ótima memória. – Ressaltou – Nosso relacionamento sempre foi tão bom. Porque estragar isso por uma pessoa que não vale a pena?
Caroline: Porque, Damon... Eu fui uma rainha. – Disse, com um sorriso satisfeito – A rainha do Constance St. Clarence, aqui mesmo de Nova York. As pessoas me seguiam e abriam caminho pra mim nos corredores. – Entregou, sorrindo – Não sei quais os métodos de Elena, e não era tão cruel quanto ela, mas ela teve motivos pra
se tornar aquela pessoa. E mais uma vez: Ela era uma adolescente. Pessoas
crescem, chegou a sua vez. – Alfinetou – Cresça, Damon! Deixe-a em paz! - Damon se curvou sobre a mesa, cruzando os braços, interessado, olhando-a por um instante. Sempre teve um ótimo relacionamento com Caroline, nunca podia imaginar que no passado ela fizera parte daquela sujeira.
Damon: Se não o que, Caroline? – Ela sorriu, cruzando as pernas – Se eu não
crescer, se eu não a deixar em paz, você vai fazer o que? – Perguntou, com um sorriso pretensioso – Interromper minhas reuniões? Gritar comigo? Não vai funcionar.
– Advertiu.
Caroline: De fato, não. Mas eu converso com a sua mãe todos os dias. Eu poderia ter um relapso e deixar escapar algo. – O sorriso de Damon se manteve.
Damon: Então a empresa do pai de Elena iria pelos ares. – Disse, claro.
Caroline: Oh, não. – Esclareceu – Não me referia a isso. Não me interprete mal. – Pediu, imediatamente
Damon: Ao que você se referia? – Perguntou.
Caroline: Eu posso deixar escapar, por um acidente, que você come a sua própria prima há Deus sabe lá quantos anos. – O sorriso de Damon morreu, mas o de Caroline seguiu – Um caso podre, Grace ficaria arrasada de tanta decepção.
Damon: Você não tem provas. – Disse, duro.
Caroline: Como rainha, eu aprendi a jogar. – Ressaltou – Assim como o prédio em que moramos, eu estive envolvida na construção desse prédio. De forma que eu tenho acesso a sala de segurança. E de forma que eu tenho uma cópia da fita que mostra
você transando com Jennifer no chão da sala do seu escritório, no dia que ela voltou do país. – O rosto de Damon ficou ainda mais duro – Eu posso ter um relapso. Posso deixar escapar. Não queremos que isso aconteça, não é, querido?
Damon: Caroline...
Caroline: Vou te dizer o que vai acontecer a partir de agora. – Disse, direta – Você vai deixar Elena em paz. Se você atacar ela desse modo de novo, Damon, Deus me ajude, mas eu mostro aquela fita a sua mãe. Cresça, já passou da hora. – Disse, se
levantando – Está avisado. Tenha um bom dia. – Disse, dando as costas, o sobretudo aberto criando uma redoma em volta dela. Estava na porta quando ele a chamou.
Damon: Cah? – Chamou, de braços cruzados.
Caroline: Sim? – Perguntou, se virando.
Damon: É guerra? – Confirmou, e ela sorriu.
Caroline: Adoro você, Damon, mas sim, é guerra. – Confirmou – E não seja tolo de pensar que eu não tenho outras armas, além dessa. – Avisou e saiu, fechando a porta. De volta ao apartamento de Damon... Até Gail se sensibilizou. Preparou um café
da manhã pra Elena, que continuou quase catatônica. Prometeu não se meter, mas a pobre menina estava em estado de choque. Jennifer, infelizmente, foi até o apartamento buscar uma pasta que Damon esqueceu. Moravam todos no
mesmo prédio, de forma que era só subir e pegar. Ela saiu do escritório e ia embora, quando ouviu a conversa vindo do quarto. Se aproximou, quieta.
Gail: Não fique assim. – Consolou, passando a mão nos braços dela – Só precisa de uns retoques, e ficará linda, como sempre. Estonteante. – Consolou. – Eu vou dar fim em toda essa bagunça, e você vai ver como ficará tudo bem.
Jennifer: Oh. Meu. Deus. – Disse, com um sorriso enorme, parada no portal do quarto. Ela olhou a sacola no chão, então pra Elena, e caiu na gargalhada – Rainha Katherine, olhe pra você agora!
Gail: Menina Jennifer, não faça isso. – Intercedeu, sem resultado.
Jennifer: Oh, Deus, olhe só você! – Se vangloriou – Se achava tão bonita, tão
impecável, e olhe só isso! – Elena estava abatida, pálida, os olhos vermelhos pelas lagrimas, isso fora o cabelo.
Hayley: Agora escute bem. – Disse, se revelando do nada atrás de Jennifer – Não sei quem diabo você pensa que é, mas não vai tripudiar sobre isso. Não enquanto eu estiver aqui.
Jennifer: Hayley? – Perguntou, escandalizada. Hayley saíra pra ligar pra o cabeleireiro que ela e Caroline freqüentavam, mas quando esse chegou haviam ordens de Damon
pra não deixar subir. Ela tentou, mas não conseguiu reverter. Aproveito o pretesto pra prender o cabelo no coque mais apertado que conseguiu. Os cabelos de Hayley eram enormes,

EFEITO BORBOLETA 1° Temporada (DELENA) ADAPTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora