Capítulo 08

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A movimentação na cafeteria começou a diminuir conforme as horas foram passando. Por volta de meia-noite, já não havia ninguém ocupando as mesas no pequeno espaço, apenas Camila tentando convencer Regina a não beber mais nada. Seus sermões dirigidos à irmã cessaram quando Lauren parou diante delas.

— Podemos conversar um minuto a sós?

— Não sei se é uma boa ideia deixar a minha irmã aqui sozinha nesse estado.

— Não seja boba, Camila...é preciso muito mais do que alguns coquetéis para me derrubar — Regina deu uma risada e em seguida olhou para o outro lado do salão.

— Podem ir tranquilas. Eu estou sóbria e não vou sair daqui.

Com alguns resquícios de relutância, Camila se levantou e acompanhou Lauren para o lado de fora. Paradas, uma de frente para a outra, Camila pôde sentir o olhar ardente sobre ela, mas manteve os braços cruzados e o olhar direcionado ao chão.

— Ainda está brava comigo?

— Eu não estou brava com você.

— E por que não atendeu as minhas ligações e nem respondeu minhas mensagens?

— Não tive tempo.

Lauren ficou inexpressiva, como se alguém tivesse sugado todas as suas emoções.

— Meu passado não é nada agradável — disse ela, evitando seu olhar.

— E a verdade é que eu detesto a ideia de contá-lo a você.

— Jamais pressionei você para que me falasse do seu passado.

— Eu sei. Tudo o que eu quero é que você confie em mim.

— Nunca disse que não confiava.

— Você vai mesmo ficar na defensiva todo o tempo?

Enquanto Lauren e Camila discutiam lá fora, a tensão dentro da cafeteria aumentava à medida em que Regina se aproximava de Emma. Os olhos castanhos intensos pareciam querer desnudá-la. Era assim que Emma estava se sentindo: nua diante dos olhos de Regina. Ela deu mais um passo e então parou numa distância perigosa de poucos centímetros.

— Você não me intimida — murmurou Emma.

— Eu sei. E não estou tentando fazer isso.

— Ah, entendi. Você é do tipo que ladra, mas não morde — desafiou, arrancando uma risada de Regina.

Os cabelos volumosos e loiros de Emma estavam presos, expondo a maciez do seu pescoço. Era um convite, pensou Regina, incapaz de ignorar e recuar. Ela inclinou a cabeça, passeando com o nariz por todo o comprimento do colo, a boca entreaberta fazendo a mesma coisa. A pele de Emma estava quente sob os lábios de Regina. Ela os abriu um pouco mais, deixando que a língua o tocasse e sentisse seu gosto. Em seguida foi a vez dos dentes tocarem a pele, mordendo-a com delicadeza. Só então Regina recuou. Os olhos de Emma estavam fechados, e quando se abriram novamente, a inquietação tinha desaparecido, dando lugar ao que parecia ser desejo.

— Viu? Eu mordo. - Antes que Emma pudesse reagir, a porta se abriu e Camila entrou.

— Vamos, Regina.

— Estou indo — disse, virando-se para a irmã. Os sapatos de saltos altíssimos fazendo um barulho tão sexy quanto o seu caminhar na direção da porta. Com a mão na maçaneta, ela se virou uma última vez.

— Gostei do sabor — dito isso, Regina abriu a porta e foi embora.

[...]

— Conseguiu se entender com a Dra.?

Mentiras de PrimaveraOnde histórias criam vida. Descubra agora