— Espero que não tenha transado com ela em cima do meu balcão. Lauren soltou uma risada baixa. Parecia considerar a questão, pensativa, antes de negar com a cabeça.
— Camila não é esse tipo de mulher.
— Ela está te perseguindo igual àquela...
— Nem comece — Lauren a interrompeu.
— Não quero falar sobre isso.
— Muito bem. Depois não venha dizer que eu não te avisei. Irritada, Lauren saiu para fazer uma caminhada e clarear a mente.
Talvez aquilo lhe afastasse a imagem de Camila da cabeça. Em vez disso, quando abriu a porta do carro, se deparou com ela caminhando em sua direção. Lauren ficou parada no estacionamento vazio, encarando-a como uma adolescente sem jeito.
— Coitados dos seus pacientes — provocou Lauren.
— Deve ser uma sorte muito grande encontrá-la no hospital.
— Então pelo visto você é muito sortuda — rebateu Camila. — Nem precisa ir ao hospital para me encontrar.
— Tem razão. Sou muito sortuda. Pena que você não é — ela abriu a porta do carro com um movimento gracioso.
— Acabou de chegar e eu já estou indo embora.
— Não se preocupe. Só vim convidá-la para me acompanhar a um jantar essa noite.
— Não estou de bom humor hoje, portanto serei uma péssima companhia.
— Se acha que vai me assustar falando assim, está enganada. Apenas tornou o jogo mais interessante.
— É isso que significa para você? Um jogo? Porque, se for isso, talvez tenhamos algo em comum.
Os olhos verdes que pareciam mais claros em contraste com a luz do sol, estavam fixos em Camila com uma intensidade que a deixou sem respiração. E mais uma vez Camila se maravilhou da perfeição do rosto dela, dos seus espetaculares e elegantes traços. Foi então que Lauren se aproximou, invadindo seu espaço pessoal. Camila por sua vez, permaneceu onde estava. Era isso que ela estivera procurando, era o motivo de estar ali, embora não tivesse admitido para si mesma até esse exato momento. Ela inclinou o queixo só um pouco, esperando... E antes que Lauren pudesse se conter, a puxou para um beijo. O impacto fisiológico daquele beijo em seu corpo foi arrebatador. O fluxo apressado do sangue nas veias e as chamas que a consumiam, aumentaram seu desejo por Camila. O corpo dela, tão macio e maleável, se moldava ao seu, tão grudado como uma segunda pele, tão tentador e perigoso como nenhuma outra coisa que ela conhecia. Lauren estava a ponto de puxá-la para dentro do carro, arrancar suas roupas e possuí-la ali mesmo, mas então recuperou o bom senso e a soltou. Com a respiração tão ofegante quanto a de Camila, ela olhou em sua volta e felizmente não havia ninguém por perto registrando aquela cena.
— Sinto muito — disse Lauren, recuando de repente.
— Por quê? — perguntou Camila, soando mais triunfante do que abalada.
— Pensei que você nunca fosse me beijar. Alarmes dispararam na mente de Lauren.
— Tenho que ir — ela entrou rapidamente dentro do carro e colocou o cinto de segurança.
— Mandarei o endereço por mensagem — insistiu Camila.
— Eu não vou — Lauren acelerou e desapareceu ao longo da estrada.
Lauren desistira da caminhada que pretendia fazer e dirigiu direto para casa. Desabando em cima da cama, ela fechou os olhos tentando apagar o rosto de Camila da sua memória. Mas de repente, lembrou-se do beijo. Foi tão diferente de tudo o que ela já havia experimentado. Aquilo ia muito além da atração física, que tinha se tornado impossível ignorar. Recusando-se a pensar nisso, Lauren se levantou e foi tomar um banho.
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Mentiras de Primavera
Fanfic- CONCLUIDA - O amor de Camila será capaz de suportar o peso das mentiras de Lauren? Até que ponto o passado pode interferir no futuro de um casal G!P