Capítulo 11 - Stop calling my house

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Olá, gente ♡

Não vou me desculpar por sumir porque isso já deve estar chato, mas vocês sabem.

Queria só contar algo aleatório: li esses dias um livro muito legal, com essa temática meio adolescente, meio existencialista. Se chama Encontro marcado, do Fernando Sabino. Fico feliz pra caralho de encontrar coisas tão boas de escritores nacionais.

E outra coisa: Feliz Natal. Não sou definitivamente o maior entusiasta dessas paradas festivas mas, sei lá, vai que é importante pra alguém aí do outro lado, né.

Não tem muito o que falar sobre esse ep exatamente, então apenas... Boa leitura

_ É sobre essa menina que eu conhecia, Jamia. _contou, após um tempo em silêncio.

_Conhecia?

_É. A gente ficou junto um tempo, depois eu acho que ela, sei lá, se cansou? _respondeu, gesticulando com os ombros. Gerard sentia que havia um certo tom de interrogação subjacente na última sentença que Frank disse. _Pedicone o nome do cara.

Frank estava ansioso. Odiava se lembrar dela e do que ela o fez passar, mas ainda tinha tudo vívido na cabeça. Desde o primeiro beijo até o dia da traição. Ainda sentia ela segurando sua mão, com aquela complacência falsa no olhar, fazendo ele se sentir quase culpado por se irritar com toda aquela situação. Soava como se ela estivesse tentando convencê-lo de que dormir com Pedicone foi apenas um insignificante engano. Jamia pisava no orgulho dele.

No geral, até o fim, Jamia era okay. Era bonita, com certeza, e esse era um dos fatos que o tinham motivado a tentar ficar com ela no começo, mesmo seu colégio sendo tão longe do dele e ele precisando passar lá quase todas as tardes. E talvez seja o que tenha feito ela ficar com ele também: o prazer de se sentir bonita ao ponto de talvez não mover montanhas, mas de fazer um cara mover-se por uma hora com a caminhonete emprestada de um amigo até lá quatro vezes por semana. No fim, os dois eram grandes exibicionistas, ela com seu namorado de uma escola cara e ele com a sua namorada cheerleader gostosa. Mas ele chegou mesmo a pensar que alguma coisa poderia acontecer ali.

Frank não sabia como era estar apaixonado. Nunca antes havia estado, mas, tendo em vista seus pais, pensou que fosse um sentimento construído a partir do hábito e da convivência cotidiana. Isso significava que, se eles tivesse um começo legal, em alguns meses ele estaria de fato apaixonado por ela e então toda a sua vida seguiria o curso certo dali em diante. No entanto, não foi o que aconteceu.

Para ser honesto, ele não poderia culpá-la inteiramente. Bastante, com certeza, porque ela o traiu, mas não de todo. Alguma coisa ali não parecia coerente. O próprio fato de ele tentar descrever a relação entre eles com a palavra "coerente" não parecia certo. Era o vocabulário errado, não era? Porque relações têm altos e baixos, precisam da força de adjetivos passionais, de metáforas para serem explicados. E o dele... Bom, o dele poderia muito bem ser reduzido a termos técnicos e por vezes até frios, que provavelmente deveriam ser usados apenas por terapeutas de casal ou advogados de divórcio.

Talvez não fosse para ser. Ele entendia isso, não era isso o que fodia tudo. O que fodia tudo era o fato de que ele esteve mesmo compromissado em tentar. Ele se dedicou exclusivamente a ela por meses, ele desperdiçou tanto tempo... O que ela fez não só traiu a sua confiança, como bagunçou os seus planejamentos mentais para o seu futuro, todas as suas diretrizes e crenças sobre as etapas do que viria a seguir. Se amor não era hábito, então o que era e como chegar nisso? Talvez viesse com o casamento, a vida conjugal. Mas como fazer para prolongar um relacionamento até lá sem que nenhum dos dois fosse para a cama com outro? Além do mais, Frank sentia que estava começando a gostar de Jamia e não entendia porque não era recíproco. A sua mãe gostava do seu pai, até onde ele sabia, e o seu pai tinha um gênio forte e, muitas vezes, desgastante. Frank era explosivo às vezes, mas gostava de pensar que havia a distância de alguns anos-luz entre ele e o pai em questão de caráter. Então, se não era o seu gênio, o que o fazia tão detestável que em meses ele não conseguiu despertar nem mesmo empatia o suficiente em Jamia para ela pensar uma segunda vez antes de transar com outro cara? Aquilo deixava Frank pra baixo de verdade, porque ele sentia que estava falhando em ser amado, em conquistar as pessoas, assim como falhou em conquistar o seu pai.

Drowning Lessons  -,' Frerard ,'-Onde histórias criam vida. Descubra agora