Capítulo 3 - Three cheers for sweet revenge

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Oi, gente.
Esse ep me faz refletir seriamente sobre as minhas condições mentais. É errado eu curtir tanto pancadaria? Caramba.
Mesmo assim, espero que gostem desse ep tanto quanto eu porque ele é meio crucial pra coisa que vai movimentar todo o resto da fic acontecer.
Boa leitura ♡

Era um dia frio e nublado. A neblina cobria tudo ao redor e apenas alguns raios de sol ousavam observar por entre o enevoamento, certeiros como dardos agudos, mas delicados como fitas de seda translúcidas. Uma camada de ar frio preenchia as roupas de Gerard, pressionada entre sua pele e seu moletom, fazendo-o arrepiar. Ele andava pelos corredores agora vazios do internato - a maioria dos internos estava nas salas ou em seus quartos, mas ele estava novamente cabulando as aulas. O som de seus coturnos no chão opaco e sujo ecoava, propagando-se pela atmosfera vazia e densa. O reflexo de seu corpo no chão era um vulto solitário e distorcido que o acompanhava. Fumava seus cigarros, vício antigo que havia adquirido nos orfanatos por onde passou. Eles eram seu ansiolítico mais acessível, mas pareciam fazer cada vez menos efeito. Mesmo assim, sentir a fumaça inalada envolver seus órgãos como uma pleura quente ainda lhe servia de conforto.

De repente, passos cautelosos ecoaram pelo corredor: alguém estava se aproximando. Gerard não precisava se virar para saber quem era - ninguém mais no internato se daria o trabalho de ir falar-lhe. Ele parou calmamente, tragando pela última vez seu cigarro ainda na metade para então suspirar e jogá-lo no chão, apagando-o com a sola do coturno. Era um pecado desperdiçar tanta nicotina. Antes, ele realmente tinha considerado se esconder nas cabines dos banheiros para alimentar seu vício em paz, mas seu cabelo ficava com cheiro de defumado sempre que ele fazia isso. Além disso, fumar em áreas abertas era uma vingança particular e pouco ambiciosa sua contra os pulmões dos babacas riquinhos que ele odiava e contra seus planos de saúde particulares (okay, okay, era uma estratégia de conspiração ruim, mas era com certeza um ponto de partida válido). De qualquer forma, havia sido uma decisão burra considerando que aquele idiota estava por aí atrás de Gerard, claramente nem um pouco intimidado pelos seus cigarrinhos baratos. Merda, isso vai ser chato.

_O que você quer? _perguntou Gerard, se virando e tendo uma surpresa realmente desagradável. Vieram os três.

_Pensei em continuarmos a conversa do outro dia, mas dessa vez sem você me interromper. Que tal? _sugeriu o mais baixo cujo nariz apresentava um hematoma púrpura vibrante e a voz uma entonação sinistra.

_Não acho extremamente necessário, você acha? De repente podemos remarcar.

Não era exatamente a intenção de Gerard (porque ele estava realmente sem saco hoje, não era só uma piadinha), mas a tensão da situação e a tendência que Gerard tinha de ser sempre irônico fizeram com que o menor entendesse a fala como uma chacota. Gerard o estava subestimando, estava zombado dele por tê-lo acertado da última vez - que outra coisa podia ser? Essa impressão fez o seu sangue ferver como água carbonatada. Em um disparate animalesco, empurrou Gerard contra a parede, segurando-o pela gola da camisa acima do chão. Seus dentes rangiam e suas narinas inflavam. Gerard estava afoito. A pressão com a qual o garoto o empurrava era tamanha que parecia ser capaz de fazer a parede afastar-se ou mesmo ceder. As costelas de Gerard doíam e estava impossível respirar, o que o fazia arfar desesperadamente.

_Você achou mesmo, seu viadinho, que podia fazer o que fez comigo e eu não iria pegar você? _corvejou.

Gerard estava começando a se sentir tonto, então encontrou forças para replicar apenas um "Me beija" de uma forma engasgada e petulante, forçando o melhor sorriso de deboche que podia diante da evidente hipóxia, na intenção de irritar Frank (ou flertar com a morte, quem sabe). Era realmente uma pena que ele não tenha conseguido articular nenhuma resposta melhor mesmo que estivesse tão cheio de boas piadas sobre viadagem para usar (um desperdício completo da sua inclinação natural para o cômico, se querem saber). Ainda assim, mesmo que claramente aquela não tenha sido a sua réplica mais criativa, foi o suficiente para fazer o garoto o encarar por alguns segundos, confuso, as lufadas de ar que antes saiam de suas narinas em bufadas cessando, como se ele estivesse prendendo a respiração.

Drowning Lessons  -,' Frerard ,'-Onde histórias criam vida. Descubra agora