Cap.7

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POV ALICE
Segunda-feira.
Acordei ainda lembrando de sábado a noite, podia sentir a raiva percorrer meu corpo. Quem ele pensa que é?
Saio de meus pensamentos eu vou tomar um banho, em seguida vou para a aula e quando ela acaba vou para o refeitório com as meninas.
Megan: Então estavam dançando?
Agnes: Eu ainda não posso acreditar.
Alice: É. — digo rindo.
Agnes: E ele beija bem?
Alice: Eu não sei né gente, quer dizer ontem eu disse que sim, mas eu nunca beijei ninguém, então não sei muito o que dizer. Mas ruim não foi, faria de novo.
As duas sem muita demora soltam um "uuuuuu" e eu morro de vergonha como sempre.
Megan: Ele parece ser legal Lice, porque não investe nele?
Agnes: Vocês gostam das mesmas coisas, dançam desengonçado igual.
Alice: Que audácia!
Digo e rimos juntas
Megan: Bem... Preciso ir, esta na hora do clube de gastronomia.
Agnes: Também preciso ir para o meu, até mais meninas
Megan: Me espera rapariga.
Disse Megan levantando e correndo atrás de Agnes, de longe pude ouvir "até depois Lice" e ri fraco.
Quando termino de comer vou para a biblioteca e começo a organizar umas prateleiras que tinham me pedido com Benji.
Benji: Aaaaaaa que saco, como você consegue?
Alice: Não é tão chato vai.
Benji: É insuportável, depois daqui vou até sair.
Rio dele quando o ouço falar
Benji: E você vai ir junto.
Alice: Ah não Benji.
Benji: Vai sim e pronto.
Respiro fundo e continuo arrumando. Quando terminamos Benji volta a falar.
Benji: Tem uma Burgueria aqui perto e te pego às 19h.
Apenas assenti com a cabeça e ele saiu, e eu que não tinha muito o que fazer. Fui estudar na arquibancada da quadra de jogos do internato.
Pude ver alguns dos meninos jogando, ao que indica, eram bons.
Joel era tão fofo, Zab era educado, Erick tinha o mar morando nos olhos e o sorriso... Chris era carinhoso, e Richard... é um sem educação do caralho, que não tem empatia com ninguém.
Desculpa gente, odeio falar palavrões, mas é a verdade. Pensei que ele fosse legal quando me ajudou aquele dia, mas é um mal educado.
Quando lembro de Rich, a cena da noite anterior volta em minha mente e me lembro de o mesmo dizer "você me fez perder 16 euros".
A merda, eu fui uma aposta. QUE ÓDIO, penso e jogo os livros no chão.
Erick: Ta tudo bem ruivinha? —indagou passando a mão no rosto para tirar o suor.
Alice: Parece que está?
Erick: Vixe. Calma, só perguntei. O que aconteceu?
Alice: Aconteceu que seu amigo Richard fez uma aposta e você também provavelmente estava envolvido.
Erick: Eu não, quer dizer, eu vi eles apostarem, e podia ter impedido, mas sabe como é... Quem ia te beijar era o Zabdiel, nem eu, nem Joel, nem Chris tínhamos participado da aposta.
Alice: Você tem certeza?
Erick: Sim. Chris até te defendeu esses dias.
Alice: Hum, bom saber
Erick se senta ao meu lado e encosta a cabeça em meu ombro.
Erick: Acho que eu estou apaixonado Lice.
Alice: Por quem? — Digo rindo.
Erick: Na Isa, mas ela parece que não gosta de mim.
Alice: Acho que ela gosta, só não quer admitir.
Erick: Eu acho que não, ela é do mangue.
Alice: Ela é de onde?
Erick: É uma expressão que Rich disse, "cachorro do mangue" são pessoas que gostam de curtir e etc.
Alice: É bem a cara dele mesmo.
Passo a mão em seus cabelos os colocando para trás, já que estavam em seus olhos.
Chris: Oi Lice. — Disse Chris sorrindo e se sentando.
Alice: Eai.
Chris: Parecia brava, está tudo bem?
Alice: Apenas descobri aposta que vocês fizeram.
Chris: Ah é. Me desculpa inclusive.
Alice: Me beijou porque quis?
Chris: Sim.
Alice: Então está desculpado.
Joel: Eai galerinha, ruivinha... —Disse em tom de cumprimento
Alice: Eai Joelin
Erick: Já vai se preparando, Zabdiel e Rich estão chegando.
Alice: Então eu estou saindo.
Digo pegando minhas coisas e me levanto, logo caminho para longe com pressa.
Fui para o quarto e organizei algumas coisas. Minha cama, minha escrivaninha e meu guarda-roupas.
Quando terminei, olhei no relógio e já eram 18h, era hora de me arrumar.
Tomei um banho e coloquei um vestido. Ele era amarelo, era mais justo encima e mais solto embaixo. Tinha florezinhas espalhadas por ele, e as alças quando amarradas formavam um laço. Nos pés eu calcei um tênis, penteei meu cabelo que até então estava embaraçado e passei um perfume.
Quando estava saindo vi Erick chegar apenas ignorei e continuei a andar.
Um pouco a frente no outro corredor vi Chris, Zab e Joel entrarem em outra porta.
Andei rápido para que não me vissem, mas aparentemente Zabdiel enxerga muito bem.
Ele assobiou, eu desacelerei o passo e ele veio até mim. Joel e Chris ficaram olhando da porta.
Zab: Me desculpa pela aposta... Sei que foi errado.
Alice: Hum.
Zab: Estou falando sério. — diz me cutucando.
Alice: Tudo bem, agora se me der licença, tenho um compromisso.
Digo saindo e ainda o ouço dizer.
Zab: Está linda e toma cuidado.
POV RICHARD
O jogo terminou com uma vitória nossa, os meninos começaram a se dispersar e vi o exato momento em que Erick se senta ao lado da Howard ruiva. Eles estavam bem próximos, não sabia que eles eram íntimos assim.
???: Camacho?
Me viro para ver quem me chamava. Era Theodore, um aluno do lado B.
Richard: Eai cara, jogou muito hoje.
Theodore: Ainda bem. Preciso melhorar bastante.
Richard: Nada melhor do que treinar bastante.
Theodore: Sim, imagino que sim. Aliás queria dizer para ficar esperto com o Frederick.
Olho pra ele confuso,logo indago.
— Frederick? Quem é esse?
— O cara que você deu uns socos.
— O que tem ele?
— Ele é filho dos Cranes cara. Temos uma hierarquia aqui.
— Hierarquia? Me explique isso.
— Os maiorais digamos assim. Todos que estão aqui tem dinheiro na sua conta, mas os maiorais são a elite da elite do internato Delacroix. Começamos pelo topo, Howard. Em seguida Crane e Sheffield. Na base, Pimentel, Hamilton e Bourbon.
— Está me dizendo que não posso mexer com as pessoas desses sobrenomes?
— Estou dizendo que antes de todos os outros o Delacroix vai ouvir primeiro eles. Ou seja o Crane tem influência.
— Tenho dois amigos entre os maiorais.
— Sorte a sua. Só tome cuido com o Frederick, ele é um cara ruim.
Assinto com a cabeça.
— Obrigado cara.
— Por nada. Agora preciso ir.
Me encontro com Zab e caminhamos até arquibancada. Alice se levanta e vai embora.
Zabd: O que ela tem?
Joel: Ódio provavelmente.
Rich: Ué, por que?
Chris: Porque vocês apostaram ela provavelmente?
Zab: Vocês também participaram.
Erick: Não, não, não. A aposta era que VOCÊ beijaria a Alice.
Rich: Ai o que é que tem gente, foi só uma aposta. Daqui a pouco ela esquece e está tudo certo e quem se importa também.
Zab: Vou pedir desculpas depois.
Rich: Ah não!
Zabd: Vou sim.
Rich: Que seja. Vou encontrar a Elisabeth. Até mais.
Saio da quadra e vou atrás da Lisa. Mando mensagem para ela e ela me responde dizendo que estava no jardim. Sigo pra lá e a vejo sentada na grama.
Lisa: Rich! Aqui.
Me sento ao lado dela e a vejo sorrir.
Lisa: Como foi seu dia?
Richard: Estressante.
Lisa: O que houve? — indaga demostrando preocupação.
Richard: Aqui todos sabem dessa tal hierarquia?
Lisa assente.
Lisa: Sim. Todos sabem. São as famílias mais populares de Londres.
Richard: O que sabe sobre os Crane?
Lisa: Os gêmeos? Sophia e Frederick Crane? Bem... Sophia foi considerada a jovem mais promissora de Londres, mas não se gaba por isso, ela é gentil e divertida. Já Frederick é bipolar, você nunca vai saber o humor dele. Costuma ser estúpido e violento. Os pais dele sempre passam pano para suas atitudes, então é meio complicado ele receber o que merece.
Richard: Certo.
Lisa: Aconteceu algo que eu não sei?
Richard: Talvez eu tenha dado uns socos na cara dele.
Lisa: Richard! Que merda fez?
Richard: Ele mereceu. Estava agarrando a Howard quando ela estava bêbada
Lisa: E você agora virou super herói dela?
Olho para ela e sorrio, me divertindo com a situação.
Richard: Está com ciúmes?
Lisa: Que?... Não... Pelo amor de Deus Camacho... — diz corando. — Só fico preocupada com você, o Frederick não é flor que se cheire.
Richard: Já fiquei ciente disso.
Ficamos bastante tempo ali conversando sobre várias coisas. Lisa era uma grande amiga e entendia de assuntos que eu gostava, além de entender o que era ser sozinho e independente.
Richard: Que horas são? — indaguei quando percebi que estava escurecendo.
Lisa: Faltam 10 minutos para as 19 horas.
Richard: Vou tomar um banho. Vai me acompanhar?
Lisa: Não amor. Pode ir.
Richard: Te vejo no jantar?
Lisa: Posso me sentar com vocês?
Richard: Claro.
Dou um beijo na testa dela, me levanto e vou embora.
Caminho devagar pelo hall vazio do colégio e encontro com Alice, ela usava um vestido amarelo e eu precisava admitir estava linda.
Ela olhou para minha cara e não negou a insatisfação daquele momento.
Alice: Está no meu caminho, poderia me dar licença?
Não saio do lugar, afinal ela tinha o hall inteiro para passar.
Alice: Sem infantilidade Camacho. — ela diz quando percebeu que eu não sairia do caminho.
Richard: Para onde vai assim?
Alice cruza os braços e da uma risada amarga.
Alice: O que é isso? Quem você acha que é?
Richard: Te fiz uma pergunta.
Alice: E eu não quero responder.
Me aproximo dela, perto o suficiente do seu rosto.
Richard: Vai sair com o Chris?
Alice: Eu... Eu não lhe devo satisfação.
Richard: Está nervosa com minha proximidade? — digo baixo no ouvido dela.
Sinto sua respiração se acelerar, os olhos de Alice encontram os meus, ardendo em chamas de ódio.
Alice: Qual é o seu problema Camacho?
Richard: Você é o meu problema Howard.
E foi inevitável não beija-la, o ritmo da sua respiração era excitante demais, os seios pequenos subindo e descendo com se implorassem para ser liberto daquele vestido apertado e fossem tocados das maneiras que eles mereciam.
No primeiro momento Alice tentou se afastar, mas logo cedeu, senti suas mãos na minha nuca me puxando para mais perto, ela era voraz e um pouco inocente, talvez...
Richard: Você não tem costume de beijar não é? — indago me afastando um pouco e beijando o pescoço dela.
Alice: Camacho... — ela se segura no meus ombros.
Richard: Não... você não tem costume.
Volto para boca dela, dessa vez seguro seu queixo e colo o corpo dela no meu. Ficamos ali por alguns minutos se beijando, Alice aprendia rápido. Está excitado demais, ela era deliciosa.
Richard: Alice... Acho que estamos com um problema— digo baixo em seu ouvido, apertando seu corpo contra mim,a fazendo me sentir.
Alice: Estamos?. — respondeu em um arquejo. E ela parece me sentir— é...estamos
Sorrio torto e quando ia puxando ela pro lado de fora do colégio, vi um monitor de longe e me afastei.
Alice: O que houve? — indagou e se virou para olhar.
Richard: E melhor ir para seu compromisso.
Digo começando a andar.
Alice: Camacho?
Ouvi Alice me chamar, mas não olhei pra trás.
O que aconteceu ali?, penso.
Entrei no quarto e agradeci por não ter ninguém no quarto e nem no banheiro precisava resolver uma coisinha. Eu e minha mão.

Meu Vício-CNCOOnde histórias criam vida. Descubra agora