Cap.26

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Pov Alice
(Quase 1 mês depois)
As aulas se encerraram, terminei todos os meus exames e entreguei todos os livros que estavam acumulados no meu quarto de volta a biblioteca. Esse internato tinha sido minha casa, por um ano. Ia ser difícil deixar ele com tantas lembranças, sendo elas boas ou ruins.
Amanhã seria a formatura e sinceramente não queria que esse momento chegasse. Por que tenho medo do que possa acontecer depois dela. Todo mundo, o tempo todo diz a mesma coisa "aproveitem esse resto de tempo juntos". Não deveria ser assim.
Amanhã vou tocar três músicas no piano durante a formatura. Sr.Delacroix me pediu e tenho certeza que é só pra que tenha a foto de uma Howard bem bonita em sua formatura pra eles colarem em algum outdoor idiota.
Sinto em informá-los, mas por mim, eu iria de camiseta e calça jeans. O que infelizmente também não vai acontecer porque todo mundo diz que eu preciso mudar minhas roupas e minhas primas me obrigaram a comprar um vestido.
Hoje ficamos o dia fora e quando chegamos a primeira coisa que fiz foi me atirar na cama e garantir se acordaria amanhã depois do meio dia.
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(Dia seguinte)
Me sentei na cama e observei o quarto vazio. Malas arrumadas e aquele caos de adolescentes que não arrumam a cama tinha cessado.
Eu me levantei e olhei o horário era 11:57, quase consegui vai. Troquei de roupa, escovei meus dentes e prendi meu cabelo.
Logo desci para o refeitório e todos estavam sentados em uma mesa cheia de comidas que depois acabei descobrindo que era um presente do internato aos formandos. Aproveitamos ao máximo e ficamos conversando, rindo e brincando a tarde toda.
Quando deu 18h todos fomos para os quartos na intenção de começarmos a se arrumar. Coloquei meu vestido, penteei meu cabelo e Isa insistiu em me maquiar, acabei deixando. Terminei mais cedo que todos e desci para ensaiar por uma última vez.
Com o tempo vi alunos entrando na quadra e parei. Minhas primas, Isa e os meninos logo chegaram. Estavam todos lindos.
E meu amor, bem... Era meu amor. De muletas kkkkkkkk, mas continua sendo perfeito.
Ainda me lembro do dia em que o vi pela primeira vez, seus cachinhos vermelhos me chamaram atenção. Seu cheiro ainda era inebriante e seu sorriso ainda era a vista mais bonita que eu já vi.
Os pais foram chegando e eu e minhas primas tínhamos que ir até a entrada para receber nossos pais e minhas duas tias.
Oliver: Está linda pequena. Meus parabéns.
Alice: Puxei ao lado bom da família.
Rimos e depois que os fotográfos conseguiram as fotos que queriam, entramos.
Aconteceram alguns discursos e fui fazer o que tinha que fazer. Quando terminei, antes de sair dali, ainda tirei um papel do bolso, abri e disse perto do microfone olhando para aqueles que me importavam.
Alice: Passei algumas semanas escrevendo isso aqui. Mas até agora não sei se consegui descrever tudo o que sinto. Sinto vocês, na verdade. Sinto que vou sentir falta, sinto que vou querer voltar no tempo, que a saudade do quarto bagunçado ou da zona no refeitório vão me invadir a todo instante. Eu nunca esperei muito desse lugar para ser sincera e nem das pessoas que estariam nele. Mas achei vocês e alguém especial na cama ao lado. Descobri coisas e uma delas é que algumas pessoas são tão intensas que até dá pra entender o porquê furacões recebem nomes de nome de gente. Tenho a sensação de que já os vi queimando ao meu lado quando ainda éramos estrelas. E ser real, assusta. — Respirei e terminei. — Agora, se pudessem pedir qualquer coisa e a resposta fosse sim, o que pediriam? Sejam bons, tirem boas notas e comam pão de queijo no café da manhã. Tomem banho de chuva, vejam o nascer do sol e me mandem um oi pra eu saber como vocês estão. Vou sentir falta, eu os amo. Daqui até a estrela da terra do nunca
Eu desci dali ainda ouvindo as palmas, por mais que não achasse que as merecesse, porque não tinha me expressado exatamente que queria.
Esperei chamarem meu nome para pegar meu certificado. 1...2...3...e jogamos os chapéus pra cima.
Senti novamente a sensação de estar no melhor do lugar do mundo.
Foram fotos aqui, fotos lá e depois disso era hora da festa.
POV RICHARD
A festa começou e eu não podia aproveitar quase nada, afinal estava com as muletas e era horrível tentar se locomover. Alice, minha mãe, tia Georgie estavam sentadas na mesma mesa observando os formandos dançarem enlouquecidamente.
Richard: Deveria ir dançar doninha.
Ela riu.
Alice: Só pode estar de brincadeira amor. Sabe que sou horrível.
Richard: Poderia ir dançar ao menos para eu sentir como se fosse eu.
Alice: Tortura psicológica? Seus truques estão em baixo escalão. É isso que eu tenho que aguentar Sra. Camacho.
Susanna: Pode me chamar de Susie, Alice.
Alice assente com a cabeça.
Georgiana: Ele sempre foi assim se quer saber.
Gargalhei.
Richard: Sempre joguei sujo titia.
Susanna: Mas ele tem razão querida, porque não vai aproveitar um pouco da festa.
Alice: Farei isso por vocês, ok?
Richard: Ótimo.
Alice se levantou e seguiu em direção as primas que dançavam com seus respectivos namorados. Elisabeth me avistou e caminhou até minha mesa. Ela usava um vestido lilás, muito bonito por sinal. Os cabelos negros estavam soltos e ela sorria.
Lisa: Está se escondendo ou está com preguiça de andar?
Richard: Nem na formatura deixa de ser cruel?
Lisa: Ah não querido! Esqueça bondade da minha parte, principalmente tratando do senhor.
Richard: Mãe. Tia Georgie, essa é Elisabeth Frey. A pessoa que me ajudou com o vídeo para a ADDF.
Tia Georgie sorri e acena para ela.
Susanna: É um prazer conhecê-la Elisabeth.
Lisa: O prazer é meu Sra. Camacho. Sou uma grande fã do seu trabalho, tanto como modelo, como por filantropo.
Susanna: Você é muito gentil.
Lisa: E então Camacho, alguma resposta da ADDF?
Richard: Nenhuma. Mas eu já esperava.
Lisa: Não diga isso. Eu assisti aquele vídeo diversas vezes e não dá pra perceber que estava com uma torção no pé. Precisa acreditar em você Camacho.
Tia Georgie: Ela tem razão meu amor.
Suspirei fundo e tentei sorrir.
Srta. Jones: Richard!
Richard: Srta. Jones, como está bonita. — brinco com ela.
Srta. Jones: Para com isso menino! — ela sorri. — Isso estava perdido entre as correspondências do colégio.
Era um envelope preto com as letras ADDF, mostrei o envelope para minha mãe e tia e vi os olhos delas brilharem em expectativa. Abri com cuidado e retirei um cartão, onde estava escrito a seguintes palavras: VOCÊ É O MAIS NOVO ALUNO DA ADDF.
Olhei para a Elisabeth que ainda estava parada na minha frente, em seguida olhei para minha mãe, ela percebera, é claro. Meus olhos estavam cheios de lágrimas e eu tremia.
Tia Georgie: Você conseguiu não foi?
Balancei a cabeça em afirmativa e as duas se levantaram pra me abraçar.
Susanna: Meu amor! Ah meu amor! — minha mãe estava emocionada. — Parabéns.
Richard: Eu consegui! Meu Deus! Eu consegui.
Elisabeth: Parabéns Camacho! Eu falei pra você.
Richard: Sim, você falou.
Elisabeth me abraçou e então eu ouvi a voz da Alice perguntar.
Alice: Aconteceu algo que eu não sei?
Lisa se afastou e eu olhei pra ela, peguei sua mão e balancei a cabeça. Alice olhou para mesa e viu o envelope e o cartão.
Alice: Rich... Você conseguiu! — ela me deu um selinho e riu. — Ai meu Deus, isso sim é motivo de comemoração.
Richard: Preciso agradecer você também. Pela morfina.
Susanna: Morfina? Que morfina Richard Yashel Camacho?
Gargalhamos e a noite estava completa e perfeita.

Meu Vício-CNCOOnde histórias criam vida. Descubra agora