POV RICHARD
Como de costume Alice foi a primeira a se levantar. O relógio marcava 7:15 o que queria dizer que ela ainda poderia estar no refeitório tomando café da manhã. Me arrumei rapidamente, peguei minha mochila e desci correndo até o refeitório. Encontro com Megan assim que entro.
Megan: Está procurando a Alice para se desculpar pelo bolo que deu nela ontem?
Richard: Sem sermão Meg. Cadê ela?
Megan aponta para a mesa onde Alice estava sozinha.
Me aproximo da mesa e logo sento. Alice olhava pra mim e se levanta para me dar um selinho. Isso me deixou confuso. Ela não estava brava?
Alice: Bom dia amor.
Richard: Bom dia.
Fico a encarando. Ela oferece pão de queijo e eu nego com a cabeça.
Richard: Está tudo bem?
Alice: Me diga você. O que houve para não comparecer ao jantar que havíamos combinado.
Richard: Me desculpe por isso. Eu estava ensaiando e perdi a noção do tempo.
Alice: Podia ter mandado uma mensagem Richard.
Richard: Eu tinha desligado a internet. Sabe que não gosto de distrações durante a aula de dança.
Alice: Sei sim. E como foi o ensaio? Já está pronto para gravar o vídeo, o tempo está acabando, não é?
Richard: Gravaremos amanhã. Me sinto pronto pra isso.
Alice: Quando forem gravar, posso estar lá?
Olho pra ela e me levanto para me sentar ao lado dela.
Richard: Claro que pode doninha.
Sorrimos um pro outro. E começo a fazer cócegas nela.
Alice: Rich! Pare!
Dou um selinho dela e roubou um de seus pães de queijo.
Alice: Pensei que não quisesse.
Richard: Agora eu quero.
Vamos para sala de aula de mãos dadas, entramos e seguimos para nossos respectivos lugares. Como hoje era quinta-feira, eu não tinha clube, então preferi ficar um pouco com a Alice, mas ela estava ocupada com o clube de literatura. Caminhei até a quadra onde encontrei os meninos, menos Chris, conversando.
Joel: Ele conseguiu um tempo para os velhos amigos.
Richard: O que fazem aqui?
Zab: Aqui é o nosso lugar, cara. Podemos desabafar e ouvir conselhos péssimos.
Rimos.
Erick: Quer ser o primeiro?
Richard: Estou passando por uma turbulência no meu namoro.
Joel: Isso começou desde que recebeu a carta da ADDF, não é?
Richard: Sim. Mas o que eu posso fazer? É o meu sonho entrar nessa academia.
Zab: Megan me disse que é a Elisabeth que está de ajudando.
Richard: Sim. É ela.
Erick: É o que a Alice acha disso tudo, faz um bom tempo que estão ensaiando juntos.
Richard: Alice fingi que confia, mas no fundo sabemos a verdade. Elisabeth não é uma pessoa ruim, ela só é perdida por não ter ninguém ao lado dela.
Joel: Está defendendo-a? Cara, ela mentiu sobre várias coisas.
Richard: Ela ainda assim merece receber afeto Joel.
Erick: Ainda sente algo por ela?
Richard: Não! Que isso gente! Claro que não. Eu sou apaixonado pela Alice. Mas eu e a Elisabeth ficamos boa parte do ano juntos, somos amigos.
Zab: Entendo. E você e a ruivinha o que farão caso passe na ADDF?
Richard: Alice agora é dona da editora do avô. Talvez precise ficar aqui por um tempo. Mas sei que ela logo vai querer ir pra Nova York.
Joel: Tem certeza?
Richard: Estamos falando da Alice.
Os meninos ficam em silêncio e voltam a olhar para a quadra vazia.
Erick: Eu e a Isa estamos pensando em ir pra Los Angeles, vão ser tipos vizinhos.
Richard: Claro, vizinhos que demoram 41 horas pra se encontrarem.
Erick ri.
Erick: Ao menos saberá que tem um amigo por perto.
Zab: Megan pretende entrar em Oxford. Ficarei aqui para apoiá-la.
Joel: E enquanto a você?
Zab: Não decidi o que irei fazer, então posso aproveitar um pouco mais minha namorada. — ele sorri. — E é claro, a comida da Tia Selene.
Joel: Sim cara! Melhor comida do mundo.
Richard: Concordo com vocês. Foram ontem no jantar dos Howard's?
Joel: Sim. A proposito porque não foi? Alice me pareceu chateada.
Zab: Eu não diria isso. Já que ela levou o Chris no lugar do Rich e vieram até embora...
Zabdiel parou de falar assim que olhou para minha cara.
Richard: Alice levou o Christopher pro jantar?
Ninguém respondeu. E nem precisou. Eu tinha ouvido tudo muito bem.
Me levantei furioso e sai correndo até achar aquele desgraçado. Entrei na biblioteca e o encontrei sentado lendo um livro, me aproximei dele e o agarrei por cima da mesa.
Chris: Está louco Camacho!
Richard: O que pensa que está fazendo Christopher? O que pensa que está fazendo?
Chris: Eu não sei do que está falando... cof cof... poderia me soltar.
Solto Chris que volta a cair na cadeira e leva a mão ao pescoço.
Richard: Sei o que você está fazendo Vélez.
Chris se levanta e se aproxima de mim.
Chris: Do que diabos está falando?
Richard: Estou falando sobre ainda ficar no pé da Alice. Sobre ir ao jantar a qual eu fui convidado por ser namorado dela.
Chris: E você foi? Não me recordo de você lá. Sabe porque Richard? Porque não se importa com a Alice. Se importa apenas com seu próprio ego. É claro, A CEREJA DO BOLO, VOCÊ ESTÁ ENSAIANDO COM A GAROTA QUE A SUA NAMORADA NÃO GOSTA. A GAROTA QUE VOCÊ FODIA EM QUALQUER LUGAR DO INTERNATO.
Ao ouvir essas palavras, eu voei em Chris, distribuindo socos na cara dele que também devolvia. As pessoas que estavam na biblioteca começaram a gritar. Eu não sabia mais o que estava fazendo, eu não sinta nada, não calculava força, eu estava cego de raiva.
Chris conseguiu sair de baixo de mim e me deu um chute no abdomen, cai longe dele e ele se levantou, a camiseta estava rasgada e seu nariz sangrava.
Chris: Escuta bem o que vou lhe dizer Camacho... — ele respirava com dificuldade. — Eu estarei sempre esperando você tropeçar, estarei sempre esperando você dar seu maior erro com a Alice e quando você cair, será eu quem ocupará seu lugar. No fundo você sabe que é autodestrutivo e que não serve para ela.
Me levanto e volto a ir pra cima de Chris.
Richard: Pensei que fossemos amigos!
Chris: Eu também Richard.
Ele respondeu antes de me empurrar, tentei me apoiar em uma mesa, porém eu pisei em falso e cair sobre a mesa, a quebrando ao meio.
Foi então que senti a dor insuportável. Um dor que eu já sabia do que era. Pois não era a primeira vez que meu tornozelo torcia.
Richard: Ai!
Chris correu até mim e tocou no meu pé direito.
Richard: Christopher!
Chris: Você torceu Rich. Olha o inchaço.
Olhei para meu pé e comecei a tremer.
Zab, Joel e Erick apareceram na biblioteca e caminharam até mim.
Erick: Eu falei que ele ia vim procurar o galego. Porque não me ouvem?
Joel: Não me diga que ele torceu o tornozelo.
Olhamos pro Joel e ele entendeu a resposta.
Um dos monitores aparecem e me ajuda ir até a enfermaria. O médico analisa minha situação e me diz que para minha sorte foi uma torção de 1 grau e que eu deveria ficar no mínimo cinco dias de repouso, mas que provavelmente depois disso ainda sentiria fisgadas de dor e que não era pra eu abusar do pé.
Richard: Doutor eu preciso dançar uma música de sete minutos pra um teste. Eu preciso do meu pé bom.
Doutor: Você torceu o tornozelo Camacho. Já te dei um antibiótico, agora precisa colocar a bolsa de gelo, de 15 em 15 minutos para isso desinchar. Daqui duas, três semanas poderá andar perfeitamente.
Richard: Eu não tenho três semanas doutor. Eu preciso gravar esse video até a próxima quarta-feira.
Doutor: Sinto muito Camacho. Mas se não colaborar, seu tornozelo pode virar um incomodo contínuo, é isso que quer?
Balanço a cabeça em negativa.
Doutor: Coloque o gelo. Daqui a pouco eu venho colocar a tala.
Faço o que o doutor me pede e me permito chorar ao me ver perdido e desqualificado para apresentar a performance.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Vício-CNCO
Fiksi PenggemarO Colégio Interno Delacroix, famoso por toda a Europa, chega a Londres. Muito reconhecido pelos alunos exemplares, a cidade inteira logo se agitou com a notícia. É pouco o número de vagas para bolsas, comparado a quantidade de alunos interessados, m...