Cap.20

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POV ALICE
(semanas depois)
A escola toda estava sabendo que eu e Richard estávamos juntos. Alguns diziam que já suspeitavam, já outros estavam surpresos. Contei para meu pai que estava com um garoto e ao contrário do que pensei que aconteceria, ele reagiu super bem. Levei Rich para conhecê-lo e tals, e meu pai adorou Richard, mas assumiu que ele parecia não fazer muito meu tipo. Richard e eu passamos a dormir juntos na mesma cama, gostamos de dividir o fone de ouvido e assistir vídeos juntos por horas comentando e rindo juntos.
Hoje quando acordei me levantei com cuidado para não o acordar e fui tomar um banho. Me troquei e fui pra aula, passando antes no refeitório na intenção de pegar algo pra comer. Encontrei Benji no caminho e fomos conversando até a sala, ele sentou atrás de mim e continuamos a conversa até o professor entrar.
Depois que a aula acabou, passei novamente no refeitório para pegar um saquinho com pães de queijo e um refrigerante. Depois fui ao teatro, pois quando não havia o curso, ficava vazio e tinha um lindo piano ali que parecia sempre estar me pedindo para fazer algumas notas.
Quem me ensinou também foi meu avô, eu adorava aprender. Comecei com Beethoven, depois Ludovico Einaudi. Era como estar sentada em um balanço sentindo o vento batendo no rosto.
Passei cerca de uma hora ali e quando me virei, vi Richard encostado no batente da porta de entrada do teatro.
Alice: Está aí a quanto tempo?
Rich: Não muito. Por que não me disse que sabia que tocar piano. — indagou, se aproximando. — Seus dedinhos se mexem muito rápido.
Eu ri e me levantei, peguei minha bolsa e caminhei até ele.
Alice: Como está?
Rich: Bem eu não estou, porque alguém levantou sem me dar bom dia. Depois ficou toda hora falando com o "Benji"e sumiu. Estou achando que não gosta de mim.
Alice: Como é dramático — disse e logo lhe dei um beijo.
Rich: Hoje o pessoal está combinando de jogar na quadra a noite, suas primas vão. O que acha?
Alice: Vou ver se minha agenda está livre. — brinco.
Rich: Disse a rainha Elizabeth. — riu. — E agora ela está livre? Queria aproveitar um pouco de você.
Alice: Eu vou adorar ficar na sua companhia.

Saímos do teatro caminhando de mãos dadas, conversando sobre bobagens. Enquanto eu falava sobre uma série de tv fui interrompida pelo som de notificações, peguei meu celular e era meu pai mandando mensagem.
📱Papá: Lice. Preciso conversar com você, estou na sala do diretor te esperando.
Richard: Quem é?
Alice: Meu pai. Está me esperando na sala do diretor.
Richard: Deve ser importante, espero você no jardim?
Alice: Sim. Assim que ele for embora, vou te encontrar.
Richard me deu um beijo na testa e se retirou.
Caminhei rapidamente até a sala do diretor, a srta. Jones abriu a porta e eu fechei. Papai estava sentado na poltrona do diretor, que não estava presente.
Alice: O que trás o grande Oliver Howard aqui?
Papá: Você.
Alice: Certo. Imagino que deve ser importante já não me avisou que viria aqui.
Papá: Filha tenho uma proposta para você.
Alice: Proposta?
Ele concordou com a cabeça e colocou uma pasta azul em cima da mesa. Me aproximei e me sentei na cadeira a sua frente, peguei a pasta e abri, tinha alguns documentos e comecei ler.
Papá: Falta apenas quatro meses para você se formar e eu pensei que talvez deseje participar dos negócios da familia, afinal numa me disse que tem interesse em outra profissão. — ele deu uma pausa.
Alice: Papai sabe muito bem que eu sou de humanas, eu não seria nada eficiente na Howard's...
Papá: Não estou lhe oferecendo um cargo na Howard's. Estou lhe oferecendo um cargo na editora do seu avô, na verdade estou lhe oferecendo controle total dela. Conversei com seus tios e eles concordaram que não somos as pessoas mais indicadas para continuar com o controle da editora Queen e bem acho que o papai... o papai... — lágrimas brotarem nos olhos do meu pai e sua voz ficar rouca. — Acho que o papai treinou muito bem uma substituta a altura.
Alice: Está falando sério? Eu vou poder assumir a editora do vovô?
Papá: Bem, você precisará fazer admistração e logística, talvez Letras... Mas se aceitar a editora é sua, para fazer o que quiser depois disso.
Lágrimas brotaram em meus olhos e corri para abraça-lo.
Alice: Obrigada papá. É claro que aceito. Meu Deus!
Papá: Promete pra mim Alice que se comprometerá de corpo e alma nisso.
Assenti com a cabeça. Tentei secar as lágrimas, mas foi em vão. Depois começei a gargalhar.
Alice: Sim! Eu prometo.
Eu e papai ficamos mais um tempo abraçados, mas logo o trabalho precisou dele, se despedimos e eu fui atrás do Rich.
POV RICHARD
Alice e eu ficamos ainda mais próximos nas últimas semanas. Fazíamos várias coisas juntos no nosso tempo livre. Às vezes eu me juntava a ela e ao Benji na biblioteca, até aproveitava um pouco para ler alguns livros que eles me indicavam. Quando Alice podia ela acompanhava as aulas e os ensaios do clube de dança, sempre me elogiando e dando opiniões positivas.
Esperava Alice no jardim comendo salgadinho, quando ela aparece correndo extremamente eufórica.
Alice: Rich! Rich!
Richard: O que foi? Aconteceu algo?
Ela balança a cabeça e começa a rir.
Richard: O que foi Howard?
Alice: Sabe a editora do vovô?
Richard: Sei sim.
Alice: Meu pai me deu controle sobre ela. Ou seja, serei a dona dela, poderei cuidar da maior conquista do meu avô.
Richard: MEU DEUS ALICE! ISSO É INCRIVEL!
A abraço e a giro no ar.
Alice: Eu nunca pensei que diria isso, mas me sinto menos perdida agora. No fundo eu sabia que desejava trabalhar com livros, mas agora parece tão real. Tem noção que poderei acompanhar de perto tudo, desde a revisão até a publicação de uma obra?
Srta Jones: Richard Camacho! Meu Deus menino!
Olhamos para a srta. Jones, tentando se equilibrar de salto alto no gramado.
Srta. Jones: Camacho, isso chegou para você. — ela estende uma carta.
Alice me olha em expectativa enquanto pego a carta e abro retirando uma folha de papel branca. Desdobro e leio.
Sinto minhas mãos tremerem e meu coração palpitar quando entendo a importância daquilo. Era nada mais do que um convite da Academia de Dança de David Fisk, dizendo que fui avaliado e selecionado para apresentar uma coreografia para concorrer uma bolsa de estudos.
Alice pega a carta da minha mão e solta gritinhos de espanto e felicidade. Logo ela me abraça e começa a gargalhar.
Alice: MEU DEUS RICH! ISSO É INCRIVEL!
Richard: Eu nem estou acreditando que isso está acontecendo... — dei uma pausa, respirando fundo. — Tem noção que isso pode elevar minha carreira.
Alice: Eu sei amor! Eu sei!
Richard: Preciso contar isso pra minha mãe e para tia Georgie.
Caminhamos até o quarto, onde ao chegar ligo para mamãe e depois para Tia Georgie, explicando tudo o que teria que fazer para concorrer a bolsa, depois que desligo o celular, Alice volta a falar.
Alice: Estou muito feliz por você viu.
Richard: Eu sei que sim. Eu nem sei por onde começar a trabalhar nessa performance.
Alice: Você é talentoso Rich. Sabe disso.
Ela se levanta e se senta no meu colo sorrindo.
Richard: Eu sei. Mas gosto de ouvir essa boquinha falar. — digo segurando o queixo dela.
Alice: Bobo.
Encosto meus lábios nos dela, iniciamos um beijo doce e apaixonado. Nossos beijos passaram a ser assim, apaixonado. Eu era apaixonado pela Alice, não saberia por quando tempo duraria, mas aproveitaria cada instante que tivesse com ela. Ela era a pessoa que acalentava minha alma, sempre me fazia rir, era extremamente inteligente e uma pessoa de coração nobre.
Richard: É possível se apaixonar todo dia pela mesma pessoa?
Alice: Sim. Devia dizer isso a sortuda.
Sorrio.
Richard: Eu me apaixono todo dia por você Alice. Todo dia que acordo e vejo esse seu rosto lindo, ou depois de me contar uma piada ruim, ou quando me fala sobre seu amor pelo seu avô, ou por ser apenas você.
Alice: Eu também. — ela sussurrou.
Richard: Concordamos que hoje foi o dia mais surpreendente das nossas vidas?
Alice gargalhou.
Alice: Sim. Estou feliz por nós amor.
Richard: Eu também doninha, eu também.

Meu Vício-CNCOOnde histórias criam vida. Descubra agora