Capítulo 24

64 9 1
                                    

Capítulo 24

Rose correu até Bruno, mas Gustavo a deteve. Indgnada, a mulher o empurrou se libertando das suas mãos.
_ Você está bem?
Bruno permaneceu em silêncio, contendo a vontade de revidar a bofetada.
_ Como se atreve a bater nele, seu monstro? Disse Renata gritando.
Bruno temeu que a raiva do pai se voltasse para a tia.
_ Tia, vamos embora daqui.
_ Não sem antes dizer umas verdades na cara desse pilantra. Fique você sabendo que eu não sou mais aquela menina assustada que você causava medo.
'Você fica aí com o seu ar de superioridade, mas não passa de imoral, um homofóbico, cretino e nojento. '
Gustavo ergueu a mão para bater nela, mas Bruno a segurou e olhando no fundo dos seus olhos disse:
_ Não se atreva a encostar as suas mãos imundas nela, que eu sou capaz de arrebentar a sua cara.
Com medo do combate entre pai e filho. Rose puxou Bruno afastando os dois.
_ Vem comigo, meu filho.
_ Você volte agora, Rose._ disse Gustavo em tom ameaçador.
Rose o ignorou e conduziu o filho e a cunhada até o lado externo. Bruno conhecia a crueldade do pai e temia que ela recaisse sobre a sua mãe.
_ Mãe, por favor. Volte pra dentro.
_ Eu não vou voltar! Quero saber como você está. Estou morrendo de saudades.
_ Mãe, por favor! Eu estou bem, mas volte lá para dentro.
'Tia, vamos embora agora mesmo. O clima está pesado aqui.'
_ Você tem razão, Bruno. Eu não tinha nada de vir até aqui.
_ Eu quero muito conversar com você.
Gustavo os olhava da portão da capela. Bruno quis sair dali o mais rápido possível.
_ Se cuida, mãe.  Entre. Eu não quero que você seja prejudicada por minha causa.
Bruno e Renata saíram do local. Rose tentava conter as lágrimas. Seu coração bateu acelerado quando Gustavo se aproximou dela e disse sussurrando no seu ouvido:
_ Você vai me pagar caro por essa rebeldia.
_ Eu só quis evitar um escândalo no velório do seu pai.
_ Deixa de ser mentirosa. Você quis me humilhar na frente da piranha e do veadinho do seu filho. Você nunca deve me desafiar. Você é minha mulher e deve me obedecer.
Rose sentiu muito medo do marido.
_ Faça o que quiser comigo, mas não faça nada com o meu filho, por favor!
Gustavo a olhava com ódio.

Bruno passou a viagem inteira em silêncio. Renata sentia remorsos por tê-lo levado até lá. Ela se desculpava e Bruno mentia dizendo que estava tudo bem.
_ O meu pai é uma pessoa extremamente perigosa. Dele se deve manter a distância.
_ Gustavo não é tudo isso que quer parecer. Ele é um verme e precisa de alguém para por no seu lugar.
_ Tia, o meu pai não é mais o mesmo que você deixou a dezoito anos atrás. Ele é um monstros extremamente perigoso.
_ Você o chamou de pedófilo. Por acaso o Gustavo fez alguma coisa contigo?
_ Não. Nunca tocou em mim nesse sentido. Só para bater mesmo.
_ Você pode se abrir comigo.
_ Eu estou dizendo a verdade.
_ E por que você o chamou de pedófilo?
Bruno alegou que estava com dor de cabeça e não queria mais falar no assunto, o que deixou Renata ainda mais desconfiada. Mas, preferiu se calar para respeitar o momento do sobrinho.

Retornar à presença do pai o fez muito mal psicologicamente. Eles nunca tiveram uma boa relação. Gustavo era um homem violento tanto com a mulher quanto com o filho.
Muitas vezes, Rose escondeu o filho no armário para que ele não assistisse as pacandas que ela levava do marido.
Com dezeste anos, Bruno fugiu de casa deixando para trás todo o conforto da sua casa num bairro de classe média alta para viver humildemente, por não suportar mais conviver com ele.
A família de Bruno era proprietária de um colégio particular,o  São Bernardo, que era referência no mercado educacional.
Bruno estudou lá durante toda a sua vida e lá sofreu o pior tormento que poderia sofrer.

Durante todo o carnaval, Jonas mandava várias mensagens para Bruno, que as ignoravam, fazendo com que Jonas ficasse ainda mais preocupado.
Apesar de passar dias maravilhosos com Matheus, sorrindo , ele estava muito preocupado com o rumo que a sua relação com Bruno poderia tomar e temia  perdê-lo.
Ao retornarem de viagem, Bruno continuava ignorando Jonas. O jornalista se corroia de ciúmes ao ouvir Matheus relatando a viagem para Renata e Marília  com alegria. Bruno estava tomado pelo ódio imaginando Jonas e Matheus sorrindo e transando. Sentia-se roubado.
Como Matheus possuía uma cópia da chave do apartamento do namorado, aparecia sempre de surpresa. Com isso, Jonas temeu que Matheus pudesse aparecer de surpresa quando Bruno estivesse lá.
Decidiu alugar um apartamento para Bruno. Procurou um corretor de imóveis e instruiu que queria um local confortável e pequeno.

Borboletas sempre voltamOnde histórias criam vida. Descubra agora