Capítulo 8

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Capítulo 8

Bruno entrelaçou os dedos entre os dedos de Jonas. Deitados na cama, um adorava curtir a presença do outro.
Jonas apoiava a sua cabeça no peito de Bruno, enquanto tinha os cabelos acariciados pelo amado.
_ Sabia que quando eu era criança...pré adolescente eu tinha um namorado imaginário?
Jonas levantou a cabeça e o olhou com espanto erguendo uma sobrancelha.
_ Como assim você tinha um namorado imaginário, Bruno? Geralmente as crianças têm amigos imaginários. Namorado imaginário é novidade!
_O nome dele era André, era engenheiro agrônomo, morava em Malibu e era extremamente bonito.
_ Ele tinha o pau maior que o meu?
_ Fala sério, Jonas!_ Bruno disse rindo.
_ O cara é bonito, rico e inteligente, se tiver pauzão aí mesmo que fica difícil de competir com ele.
_ Eu não sei quem é mais doido eu que tinha um namorado imaginário ou você que está com ciúmes de um ex imaginário.
_ "De todos os loucos do mundo eu quis você/ porque eu estava cansado de ser louco assim sozinho..."
_ "Te todos os loucos do mundo eu quis você /porque a sua loucura parece um pouco com a minha."
Eles cantavam com as pontas dos narizes colados e sorrindo um para o outro. Bruno o beijou. Amava-o com tanta força. Está com Jonas era um dos únicos momentos em que se sentia seguro e extremamente feliz.
_ Eu te amo demais, meu menino.
_ Não mais do que eu._ Jonas disse o envolvendo nos seus braços.

Com olhos umedecidos, sentado na ponta da cama, Bruno se preparava psicologicamente para ir tomar café da manhã. Sabia que iria encontrar Jonas e Matheus aos amassos e isso partiria o seu coração.  O pior para Bruno era ter que ocultar a sua infelicidade e o  ciúme. Isso o destruía.

Renata mandou encher a piscina de plástico no terraço. O casal estava abraçados e aos beijos quando Bruno se aproximou.
Renata e Diego, um amigo que dormira na casa, estavam sentados na cadeira de praia.
_ Boa tarde, Buba. Põe uma sunga e vem ficar aqui com a gente.
Bruno fitava o casal na piscina. Matheus deitou entre as pernas de Jonas apoiando a cabeça no colo do namorado.
Quantas vezes ele e Jonas ficaram juntos daquele jeito. Oito anos de distanciamento não foram o suficiente para esquecer Jonas.
_ Eu adoraria, tia, mas estou com uma dor de cabeça. Só vou tomar um analgésico e voltar para a cama.
_ Nossa! Mas você nem bebeu nada alcoólico ontem! Deve ter comido alguma coisa que te fez mal.
_ Com esse calor insuportável do Rio de Janeiro quem não passa mal?_ disse Diego.
_ Oh, meu bem, faz o seguinte: tem uma caixinha de remédios lá na pia do banheiro, você toma, vai para o meu quarto, liga o ar-condicionado, descansa um pouquinho e assim que você melhorar vem ficar aqui com a gente. Daqui a pouco a Marília, Luíza, Marquinhos e as crianças vem pra cá vamos um churrasco.
Bruno saiu e foi para o quarto de Renata. Deitou na cama e ligou a TV. Não tinha a intenção de sair enquanto Jonas estivesse na casa. Queria evitar mais dores emocionais.

Apesar de aparentar felicidade, Jonas sentia-se muito incomodado. Para ele era torturante está ao lado de Bruno e fingir que nada estava acontecendo. Queria ir embora, mas foi detido por Matheus e família que insistiam por sua presença.
De todos, Matheus era o mais feliz. Estava completamente apaixonado por Jonas e tê-lo por perto aquecia o seu coração.
_ Desde o dia em que eu te conheci fui tão feliz como nunca fui antes. Eu te amo tanto, bebê. _ Matheus dizia sorrindo.
_ Eu também, meu amor.

Jonas sentia-se aflito por não ver Bruno durante o churrasco. Mesmo que não pudesse tocá-lo queria vê-lo nem que fosse um pouco.
_ O seu primo parece ser um pouco tímido.
_ Um pouco. Ele é meio bicho do mato. Depois você se acostuma._ respondeu Matheus o beijando.

Jonas ficou na casa de Matheus até o anoitecer. O loiro o acompanhou até o portão para se despedir. Jonas encostou as costas no carro e Matheus enfrente a ele segurava as suas mãos.
_ Pena que você não pode ficar mais um pouco. Eu amei a sua visita.
_ Amanhã a pizzaria reabre e eu tenho que estar lá.
_ Mas ela só abre a partir das quatro da tarde. Você poderia ir de manhã. A gente poderia dormir agarradinhos lá no meu quarto e..._ Matheus aproximou a boca no ouvido de Jonas._ Você poderia me comer gostoso.
_ Hum! Com uma proposta dessas é até covardia da sua parte, hein bebê.
"Mas deixa para a próxima. Amanhã tenho algumas coisas para resolver no banco e vou dar um abraço de feliz ano novo na minha avó.
"Mas saiba que você está intimado a visitar o meu apartamento. "
_ Que dia eu posso ir?
_ O dia que você quiser. As portas sempre estarão abertas para o meu nenenzinho.
_ Olha que eu vou, hein.
Jonas o beijou.
_ Quando você vai me apresentar para a sua família, bebê?
_ Oh, meu amor, no meu caso é um pouco mais complicado.
_ Por quê?
_ A minha família não é tão boa quanto a sua. Meus pais são homofóbicos, daquele tipo insuportável. As únicas pessoas conviviveis são a Olivia, que você já conhece, e a minha avó.
_ Por você eu enfrento qualquer coisa. Até mesmo sogros homofóbicos. Eles que lutem para me engolir.
Jonas sorriu.
_ Menino, você é demais. Te amo pra caralho.
"Qualquer dia eu vou te levar para conhecer a minha avó. Mas vou esperar a ocasião certa."
_ Tudo bem.
_ Mas no meu apartamento e na pizzaria você pode ir quando quiser.
"Agora eu preciso ir."
Matheus o agarrou pela cintura e encostou a cabeça no seu peito.
_ Ah, não! Eu vou sentir saudades.
Jonas sorriu e olhou para cima. Seu sorriso se desfez ao ver que Bruno os observava.
_ Eu preciso ir, amor.
Matheus o beijou e se afastou. Jonas entrou no carro e partiu.

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