_ Tia, de maneira alguma eu vim aqui para brigar ou afrontar a ti ou ao Matheus. Eu só vim pegar as minhas coisas e...
_Bruno, eu só queria entender o que te levou a fazer o que fez. Com tanto homem no mundo você foi se envolver justo com o namorado do seu primo.
Bruno abaixou a cabeça novamente. Estava tão envergonhado, que preferiu permanecer em silêncio.
_ Puxa, eu fiz tanto por você. Quantas vezes eu te defendi do Matheus, achando que ele estava sendo paranóico e na verdade ele tinha razão. Não pelas crueldades, mas pela desconfiança. E você ali, calado, me fazendo de idiota.
_ Eu nunca te fiz de idiota. Eu sou muito grato por tudo que fez por mim e tenho o maior respeito por você. Eu errei. Mas espero que um dia possa me perdoar.
_ Um dia pode ser que eu te perdoe. Você é o meu sobrinho e eu te amo muito. Mas eu estou muito decepcionada com você. Estou me sentindo traída, apunhalada. Puxa, o Matheus é mimado, é infantil, é temperamental, mas não merecia isso. Ele é seu primo! Vocês sempre se deram tão bem! E tudo isso por causa de um homem que não tem nada de especial. Um homem que só serviu para causar intriga na família.
Como que você Bruno se rebaixou por um homem que brincava com os seus sentimentos e com dos seu primo? Porque é isso que o Jonas fez. Ele enchia o ego por ter dois. Só se importava com as taras dele e vocês dois se matando.
Renata estava profundamente magoada com o sobrinho. Desejou que tudo aquilo nunca tivesse acontecido.
_E você não vai dizer nada?
_ O que eu vou dizer? Estou todo errado.
_ Eu prometi para a sua mãe que iria cuidar de você. Não há clima para você e o Matheus ficarem sob o mesmo teto. Vocês já estavam brigando muito e agora as coisas vão piorar ainda mais. Mas como eu disse, eu te amo e não quero o seu mal. Eu depositei uma quantia em dinheiro na sua conta para que possa se segurar.
Bruno arregalou os olhos. Sentiu que não merecia a generosidade da tia.
_ Não, tia. Não precisa me dar nada. Muito obrigado, mas não é justo. Eu estou trabalhando e posso me virar.
_ Bruno, você ainda nem tem nem um mês de trabalho. Está no período de experiência. Deixe de ser orgulhoso e aceite.
_ Eu não mereço isso.
_ Isso não é hora para esse assunto. Pegue o dinheiro e procure se manter bem. Só te peço que fique longe do Matheus. Não sei se você e o Jonas estão juntos, isso não me interessa. Só quero que fiquem longe do meu filho. Ele está sofrendo muito.
_ Assim que eu receber o meu salário eu vou te pagar.
_ Onde você vai morar?
_ No momento eu estou na casa de Isabel. Mas vou alugar um apartamento.
_ Tudo bem. Agora vai lá e pegue as suas coisas. Tome cuidado para não fazer barulho para não acordar o Matheus. Se você puder ser rápido melhor ainda.
Bruno subiu as escadas devagar. Ao chegar no quarto fez as malas com cautela para não acordar Matheus. Fez isso não somente atendendo o pedido da tia, mas também para evitar um confronto.
Do seu quarto, Matheus despertou. Foi até o banheiro e ouviu um barulho vindo do quarto de Bruno. Presumiu que o primo estivesse lá dentro e se enfureceu.
Entrou no quarto como um furacão.
_ Como se atreve a pisar aqui depois de tudo que fez?
_ Matheus, eu não quero brigar. Só vim pegar as minhas coisas e vou embora desta casa.
_ Agora a falsa traíra quer pagar de evoluída? Ah, francamente! É claro que você vai embora. Eu ouvi muito bem o desgraçado do Jonas dizer que vai te dar um apartamento.
'Sabe que nunca imaginei que o Jonas fosse tão burro? Uma puta de quinta como você ele consegue com pagando com um x-tudo qualquer. Mas ele foi tão burro, mas tão burro que pagou os seus serviços com um apartamento!'
Bruno permaneceu em silêncio arrumando as malas. Procurou conter a raiva para não piorar ainda mais a situação.
_ Vocês são dois baixos! Seres podres! E você é tão merda que precisa se rastejar, se prestar a esse papel de Judas para ter um apartamentozinho. Trabalhar que é bom nada, vagabunda em todos os sentidos. '
À medida em que era ignorado, a raiva de Matheus aumentava. No fundo, sentia-se humilhado e inferior a Bruno por ter sido incapaz de fazer com que Jonas o esquecesse.
_ É por isso que o seu pai não quer saber de você. Ele percebeu o merda que você é. E ainda dizem que ele é o errado da história.
Bruno foi tomado por um golpe de raiva. Apontou o dedo indicador para Matheus.
_ Olha aqui, você não tem o direito de falar sobre o meu pai! Você não sabe de nada. Não faz ideia do que eu passei.
_ Olha...
_ Cale a boca, que não terminei! Se você tá com raiva por causa do Jonas, tudo bem. Mas não venha meter no meio o assunto do meu pai. Me admiro você defender aquele cara. Ou você se esqueceu que ele jogou a sua mãe na rua quando você era apenas um feto?
_ Vocês dois são iguais. Aliás a família inteira. Você é igual a ele.
_ Você faz não faz ideia do que está falando.
Bruno agilizou as malas e tentou sair, mas Matheus segurou forte no seu braço.
_ Se você e o traíra acham que serão felizes as custas do meu sofrimento, estão muito enganados. Você vai me pagar, Bruno.
_ É mesmo? Você vai fazer o quê? Não vai deixar me deixar brincar com os seus carrinhos?
_ Sua...
_ Ah, vai tomar no cu, Matheus! Me deixe em paz!
Bruno soltou o seu braço e desceu as escadas. Matheus foi atrás gritando e xingando.
_ Fora daqui, Maricona! Vadia de merda! Que você e o Jonas morram!
Renata olhou espantada. Segurou o filho pelos braços.
_ Matheus, calma!
_ Calma nada, mãe! É muita ousadia ele pisar aqui depois de tudo que fez.
_ Filho, calma! Ele só veio pegar as roupas e vai embora!
_ Deveria ter ido antes! A culpa foi sua que não expulsou esse vagabundo quando eu pedi. Você é a culpada!
_ Matheus, você vai me atacar agora?
_ Você não acreditou em mim! Nunca acreditou! Que merda!
Bruno saiu correndo o mais rápido que pode. E Matheus foi para o quarto chorar.
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Borboletas sempre voltam
RomanceJonas é um adolescente que aos dezessete anos, que conhece o seu grande amor Bruno, um jovem jornalista cinco anos mais velho. Os dois se apaixonam e vivem um lindo romance, que encoraja Jonas a assumir a sua sexualidade para a família e decide s...