capitulo 7

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Bruno esticou as mãos sorrindo.
_ Muito prazer em conhcê-lo.
"Como pode ser tão cinico e fingir que não me conhece!" pensou Jonas furioso.
Para não estragar o clima da festa Jonas esticou a mão para cumprimentar Bruno.
Matheus havia falado que o nome do seu ficante era Jonas e no mesmo instante Bruno lembrou -se do ex-namorado, mas por Jonas ser um novo comum, teve esperanças de se tratar de outra pessoa. Sentiu uma sensação estranha ao saber que o homem que ainda amava estava tendo relações sexuais com o seu primo. "Bruno, contém as lágrimas que você não tem o direito de sentir ciúmes. " Foi o que disse a  si mesmo em pensamento.

A noite não era mais a mesma para Jonas. Por mais que tentasse disfarçar, queria muito indagar Bruno sobre qual foi o motivo da sua partida. Queria abraça -lo e dizer que ainda o ama. Que nunca o esquecera.
Contudo, olhou para Matheus que estava sendo extremamente carinhoso e radiava felicidades.
_ A minha noite de réveillon não poderia ser mais perfeita. Você me faz tão bem, Jonas. Eu te amo muito.
Jonas sorriu e acariciou o seu rosto.
_ Você não me merece.
_ Por que você está me dizendo isso?_ perguntou Matheus preocupado.
Jonas o abraçou e o beijou.
_ Eu gosto muito de você, mas não sei se vou conseguir te dar a felicidade que você merece.
_ Isso só depende de você. Eu gostaria muito de ser mais do que um ficante pra você. E além do mais, deu para perceber que eu não sou descartável.
_ Sim. Você não é.
Matheus o abraçou e beijou novamente.
Triste, Bruno saiu do terraço e foi ao banheiro. Encostou as costas na porta e pôs a mão na boca para abafar o choro.
Queria gritar. Os seus sentimentos batalhavam em seu peito.

Marquinhos se lembrou que não havia ido comprar as bebidas que Renata pedira, mas estava ocupado no comando do som da festa.
Jonas se ofereceu para ir buscar e Matheus se prontificou para ir junto.
_ Não, senhor. Você não fez nada durante o dia inteiro vai ajudar a sua mãe a servir as entradas.
_ Oh, vó o Jonas não sabe onde fica o boteco do Zé.
Bruno passou no mesmo instante e Marília o puxou pelo braço.
_ Bruninho pode ir com ele.
Bruno suspendeu as sobrancelhas.
_ Ir aonde?
_ Ir com o Jonas buscar as cervejas lá no boteco do Zé.
Matheus cruzou os braços e franzio o cenho.
_ Acho melhor o Matheus ir com ele.
_ Nã nã ni nã não. Matheus vai ajudar Renata a servir os convidados.
_ Eu posso ajudar a minha tia e...
_ Nem pensar. Matheus tem que fazer alguma coisa.
_ Tem algum problema pra você ir com o Bruno, Jonas? O boteco fica aqui pertinho.
Jonas viu uma boa oportunidade para saber o motivo do desaparecimento de Bruno. E não iria desperdiçá-la.
_ Por mim tudo bem.

Matheus emburrou a cara e foi ajudar a mãe contrariado.
Bruno e Jonas foram até o carro em silêncio Como se fossem dois desconhecidos.
Estando numa rua afastada, Jonas estacionou o carro.
_ Pronto! Agora você não precisa mais dar o seu showzinho de fingir que não me conhece.
_ O boteco fica na outra rua. E daqui a pouco vai fechar.
_ Eu tô pouco me fodendo para o boteco, cerveja e o caralho a quatro!
"Como você decide sumir assim sem me dizer nada? Nem uma ligação, uma mensagem de SMS.Me bloqueou de todas as redes sociais e nem me disse que iria se mudar!
Por acaso eu fui algum palhaço pra você?"
Bruno o olhava seriamente .
_ Vai me torturar com o seu silêncio? Já não cansa o que você fez comigo por todos esses anos?
"Eu te amava, porra! Doeu pra caralho!"
_ Tudo isso é passado...
_ Passado é o meu cu! Cara, eu senti muita saudade de você.
Porra, a gente iria casar! Eu... O que aconteceu, Bruno? Os meus pais fizeram algum tipo de ameaça?
_ Não. Eu nem conheço os seus pais.
_ O meu pai não esteve no seu apartamento?
_ Não.
_ Então, o que houve?
_ É sério, Jonas o boteco vai fechar o que vamos dizer a minha tia se chegarmos sem as cervejas?
_ Eu ainda te amo.
Bruno arregalou os olhos .
_ Eu permaneci te amando por todos esses anos. Você é o homem da minha vida. Se o meu pai te disse alguma coisa você não precisa temer. Eu não sou mais um adolescente dependente dele. Nem morar com eles eu moro.
"Você está seguro agora." _ disse segurando a mão de Bruno.
O moreno queria abraçá-lo e dizer que também o ama muito. Chorar nos seus braços. Mas sabia que não poderia piorar ainda mais a situação.
_ Como você tem coragem de dizer que me ama estando com o Matheus? Você acha que o meu primo é algum palhaço?
Jonas bateu no volante.
_ Eu tenho o direito de saber o porquê da sua partida.
_ Eu fui embora porque eu quis. Apareceram boas propostas profissionais e eu não poderia recusar.
Jonas o olhou com ódio.
_ Como assim?!
_ Eu recebi a proposta há alguns meses antes, já estava tudo programado para ir para Salvador.
_ E por que você não me disse nada?
_ Por que você era um moleque chato e grudento. Vinha com aquele papo de amor, de casamento e com certeza faria ceninha. Eu quis evitar aborrecimentos.
_ Seu filho de uma puta! Desgraçado do caralho!
"Esses anos todos sofrendo por sua causa e você agindo na falsidade?"
_ Tudo bem. Eu fui um babaca contigo. Te peço desculpas, mas isso já passou. Acabou.
"Você está com o Matheus e não deve magoar o coração dele..."
_ Lava a porra da sua boca antes de falar no Matheus. Você é ... Como eu sou um otário!
_ Agora vamos comprar as cervejas antes que o boteco feche?
"Seria bom se o Matheus não soubesse de nada. Ele está tão feliz."
Jonas queria socar o rosto de Bruno. Mas conteve-se e arrancou o carro com velocidade.

Borboletas sempre voltamOnde histórias criam vida. Descubra agora