14 A S H T O N

222 38 14
                                    

- Boa noite. - Calum estava sorrindo quando sentou na cadeira de frente pra minha, com meu muffin e meu cappuccino.

- Oi Cal.

- Olha eu vou te fazer um convite que pode parecer terrível. - Coitado, mal sabe ele que pode me pedir e convidar pro que quiser porque eu estou na palma da mão desse homem e eu jamais recusaria qualquer pedido ou convite dele.

- Me diz e eu vou poder te confirmar isso.

- Meu aniversário é amanhã e eu queria saber se não quer ir lá em casa, mamãe vai fazer um bolo, vai ter salgadinhos e cerveja, meu melhor amigo de infância vai estar lá e Mali me ameaçou pra que eu te chamasse.

- Então quer dizer que se ela não te ameaçasse não ia me chamar? - fingi estar chateado e o vi corar imediatamente. Eu não sei de onde estou tirando tanta autoconfiança, mas eu sou grato por isso.

- Não, eu...

- Calum eu estou brincando. - Lhe garanti. - E eu vou sim, quero conhecer Mali. - ele soltou um suspiro aliviado.

- Quer ir lá em casa hoje? - Senti meu coração acelerar e torci pra não estar corado, eu e Calum trocamos mensagens quase que diariamente, eventualmente ele me liga e o vejo algumas vezes na semana na cafeteria, mas eu ainda não estou acostumado com a nossa proximidade e com ele me chamando pra ir até sua casa, já que depois da última vez não saímos mais ou qualquer coisa do tipo. - Mamãe e Mali vão chegar no almoço, acho que minha irmã vai gostar de te ter lá, ela gostou de você, eu vou adorar que ela vai estar enchendo o seu saco e não o meu. - Não pude deixar de rir, Mali Koa parece ser engraçada e realmente parece ser alguém com quem vou me dar bem, somos parecidos.

- Tudo bem, só preciso passar em casa antes. Acho que consigo fazer o que preciso antes de sair do trabalho, aí posso te dar uma carona. - Na realidade eu preciso de um presente de aniversário pra Calum.

- Não precisa me dar uma carona.

- Eu quero te dar uma carona, amanhã é seu aniversário, o aniversariante precisa ser mimado. - lhe garanti tentando sorrir, ele deitou a cabeça na mesa escondendo o rosto com os braços, provavelmente tapando as bochechas coradas. - Até daqui a pouco. - deixei o dinheiro em cima da mesa e levantei levando meu muffin e cappuccino. Afaguei o cabelo de Calum antes de me afastar e ele me olhou sorrindo. Por Deus eu daria a vida só pra o ver sorrir sempre.

Assim que entrei no meu carro pensei por alguns minutos antes de dar partida. O que Calum gostaria de ganhar de aniversário? Eu acho que dar uma roupa seria aleatório demais, e também é difícil saber do que ele gosta, já que um dia ele parece usar um pijama, no outro uma calça social, no outro tá vestido como se fosse um tipo de badboy, eu não consigo o acompanhar. Mas uma coisa que ele nunca tira são seus anéis, Cal sempre está usando dois ou três anéis e uma corrente fina no pulso, talvez um anel ou outra pulseira seja uma boa opção.

Estacionei na frente da primeira joalheria que vi, acabei optando por um anel, já que ele tem dez dedos e pulso só dois, então imagino que vai ser uma peça que ele vá usar com mais frequência.

Passei em casa e procurei no meu armário alguma roupa que não fosse social, eu não vou usar gravata e camisa social no aniversário dele.

Voltei pra cafeteria e esperei por Calum do lado de fora, ele sorriu assim que me viu dentro do meu carro e eu me sinto derretendo só em saber que foi pra mim que ele sorriu.

Calum fez o de costume, ligou o som e cantarolou até chegarmos em sua casa, eu gosto de como ele faz isso, ele raramente entra no meu carro, mas sempre que entra faz isso, como se eu lhe desse carona diariamente, como se fosse rotina, eu gosto disso.

- O que quer de jantar? - Calum disse abrindo a porta, eu entrei logo atrás dele. - Pode deixar suas coisas no quarto que ficou da última vez.

- O que fizer está bom. - Lhe disse indo até o quarto, deixei minhas coisas em cima da cama e voltei em direção a cozinha. - Precisa de ajuda?

- Não, só vou fazer um macarrão. - ele disse já no fogão. - Se quiser cerveja pode pegar na geladeira. - ele disse bebericando a sua que estava ao seu lado.

- Estou bem. - Disse puxando uma das cadeiras e sentando ao seu lado.

- Amanhã eu vou no mercado antes da minha mãe chegar. Quer ir comigo?

- Você só quer aproveitar o porta-malas do meu carro. - acusei e ele sorriu.

- Que bom que sabe.

Calum era bom em cozinhar, eu comi como se não tivesse comido durante toda a semana, eu estava morrendo de fome, só tinha tomado café da manhã e feito a pausa na cafeteria, então estava com a fome de umas dez pessoas.

- Você tem que se alimentar melhor. - Calum acusou colocando os pratos na pia e indo em direção a sala.

- Você tem garantido isso me dando muffin de graça, acho que já engordei uns dois quilos. - Eu o segui e sentei ao seu lado no sofá.

- Eu faço o que eu posso.

Assistíamos em silêncio o que passava na televisão, Cal parecia sonolento, então poucos minutos depois ele estava encostado no meu ombro cochilando, e eu senti meu estômago revirar em ansiedade por o ter tão próximo de mim, ele é naturalmente adorável, mas dormindo encostado em mim ele consegue se superar e ser de longe a criatura mais adorável do mundo.

- Cal, acho melhor ir pra sua cama. - O chamei tentando o afastar do meu corpo, ele abriu os olhos e me encarou ainda sonolento parecendo não ter entendido uma palavra sequer do que eu disse. Ele me empurrou pelo peito me encostando no sofá e deitou no meu ombro se ajeitando de forma que parecia confortável. - Calum se eu acordar com as costas doendo a culpa vai ser sua. - Essa foi a melhor desculpa que encontrei pra desesperadamente tentar tirar ele de cima de mim ou eu vou acabar enfartando.

- Se você se ajeitar e deitar direito não vai acordar com dor nas costas. - ele se afastou pra que eu me arrumasse, sustentando seu peso em seus braços, mas a única coisa que eu fiz foi o encarar ainda muito chocado, ele é tão lindo e está tão próximo e tão adorável que eu só quero o abraçar e dormir com ele aconchegado em mim. - Ou só vai pra sua cama, que meu braços já estão doendo. - eu estiquei as pernas em cima do sofá e ele voltou a soltar seu peso em cima do meu corpo.

Eu não vou precisar tentar dormir, eu vou enfartar e morrer antes. Ele está deitado no meu peito e seu cabelo faz cócegas no meu rosto, eu estou estático com as mãos paradas ao lado do meu corpo evitando o tocar pra que ele não me entenda mal e ele já está no milésimo sono.

Talvez eu tenha demorado uma hora pra eu conseguir pegar sono, foi terrível, demorou pro meu corpo entender que estava tudo bem e somos só dois amigos sonolento dividindo um sofá, acho que venci meu subconsciente pelo cansaço.

———-xXx———-

Pessoal não deu tempo de eu revisar, mas o capítulo tá tão adorável que decidi publicar logo.

Lost Boy ** CASHTONOnde histórias criam vida. Descubra agora