Lost Boy ** CASHTON

34 A S H T O N

Eu estou ansioso, eu nunca tive um encontro, as coisas só aconteciam e quando eu via eu já estava no meio de um relacionamento. Assumo que nunca fui com calma, ou devagar, e agora eu noto que é porque eu nunca me apaixonei, não da mesma forma que me apaixonei por Calum, eu quero que ele se sinta bem e confortável, e saber que eu estou indo buscar ele pra termos um encontro faz eu me sentir derretendo, feito um sorvete.

- Pontual. - Calum disse abrindo a porta, assim que toquei sua campainha. Eu nunca fui tão grato por alguém deixar o cabelo crescer, seus cachos são adoráveis.

Eu acho engraçado como podemos ser tão parecidos e tão diferentes ao mesmo tempo, gostamos de comida italiana, filmes de comédia, caminhadas no parque e dormir até tarde, mas enquanto eu estou usando meu quase uniforme de trabalho, minha tão amada roupa social - claro que um ou dois botões abertos e as mangas dobradas, Luke diz que isso me faz parecer sexy, estou confiando nele - Calum usa uma calça de moletom e uma jaqueta jeans, também como absolutamente sempre.

- Pra onde vamos? - Ele perguntou entrando no carro.

- Eu nunca tive um encontro, então eu não sei exatamente o que fazer, mas pensei em uma pizzaria, talvez uma caminhada no parque, ou um cinema.

- Eu estou morrendo de fome, então acho uma boa ideia a pizzaria, depois podemos tomar um sorvete, eu gosto de sorvete.

Cal parecia relaxado enquanto eu dirigia, confesso que vez ou outra o olhava pelo canto dos olhos e ver que ele está sorrindo me faz sorrir também.

Pedimos uma pizza inteira quando chegamos, comemos ela inteira em questão de talvez uma hora, completamente alheios durante uma conversa. Descobri que Calum quer ter um cachorro, disse que costuma se sentir sozinho e que tem medo de tempestades, acha que um cachorro pode o ajudar, também descobri que se tornou recorrente compor músicas com sua irmã, pedi pra que ele cantasse uma delas pra mim depois, ele disse que faria uma chamada com Mali e que então eu teria um show particular. Eu fico feliz que ele não se sinta mais tão acuado em relação a cantar, ou tocar, ele já me disse uma vez que sua música é a melhor forma que tem de se expressar, nunca realmente o vi cantar, mas eu acredito nele, e em Mali que em qualquer oportunidade faz questão de reforçar o quão talentoso ele é.

- Eu acho que não aguento comer um sorvete. - Resmunguei pegando minha carteira.

- Vamos dividir a conta?

- Só se me deixar pagar seu sorvete. - Ofereci.

- Feito.

Calum queria ir andando até a sorveteria, mas eu não sou do tipo que gosta de caminhar a essas horas da noite, mas eu não diria isso mesmo que ele saiba então eu disse que queria ir até a sorveteria perto de seu trabalho e não na que tinha a uma ou duas quadras da pizzaria.

- O que disse? - perguntei ouvindo Calum murmurar algo.

- Eu perguntei se está gostando de sair comigo.

- É claro que eu estou, por que não estaria?

- Só fui a um encontro na minha vida e isso faz muito tempo, então existe a possibilidade de eu estar fazendo isso errado.

- Bom, se é assim então talvez nós dois estejamos fazendo isso errado. - eu gostaria de o olhar, porque eu sei que ele provavelmente está sorrindo, mas no momento estou dirigindo um carro e Calum é uma enorme distração.

Pouco tempo depois Cal só se aproximou e colocou uma das mãos próximas ao meu pescoço, só pra enrolar entre os dedos os fios de cabelo que ele conseguia alcançar. Eu sei que eu estou sorrindo, e por mais que não seja nada demais, talvez essa seja uma das melhores noites da minha vida, porque ele parece tão confortável e eu me sinto tão bem que talvez eu seja o motivo, que eu mal consigo explicar qual a sensação.

Quando chegamos até a sorveteria eu lhe paguei um sorvete como prometido, também não peguei um pra mim ou vou acabar explodindo, Cal não quis comer na sorveteria então me pediu que o levasse de volta pra casa, que ele comeria seu sorvete no caminho mesmo.

Assim que terminou seu sorvete Calum voltou sua mão pra perto do meu pescoço, seus toques me fazem arrepiar, mas é um arrepio bom, ele parece sonolento com a cabeça apoiada em seu braço esticado, porém eu confesso que não queria já o deixar em casa, eu só queria que a noite durasse mais alguns minutos.

- Quer ficar? - Acho que ele lê pensamentos. - Amanhã podemos chamar o Mike e Luke pra passar a tarde aqui, eu sei que eles tiveram um encontro também a alguns dias, vai ser engraçado, Mike é um cara tímido.

- E Luke está completamente na dele. - Eu disse rindo, é adorável ver Luke gostando de alguém, ele passou horas me contando como foi o encontro dele, e como Michael parece ser adorável.

- Então isso quer dizer que vai ficar.

- Acho que sim. - Eu me sinto nervoso por estar mais uma vez na casa dele, da última vez as coisas saíram do controle e deram errado, eu realmente espero que nada de errado dessa vez.

- Eu vou pegar roupas pra você, pode arrumar o sofá pra gente assistir algum filme? Pode pegar as coisas no quarto que você ficava. - E assim eu fiz, eu peguei o cobertor que estava na cama e os dois travesseiros, eu sou tão agradecido por Calum ter trocado de sofá porque minhas costas já estavam implorando pra eu não ficar lá. - Gostou do sofá? - ele perguntou me entregando as roupas.

- Olha, minhas costas adoraram, e eu nem sentei nele ainda.

- Cortesia da Mali e da minha mãe, estão reformando a casa e esse era delas, agora é meu.

- Vou agradecer elas depois. - Disse saindo da sala, eu gosto dos pijamas do Cal, parecem pijamas que senhorzinhos usam em filmes, calça xadrez e uma camiseta com três botões perto da gola. - O que vamos assistir? - Perguntei assim que voltei até a sala, agora já com a roupa trocada.

- Eu não sei, não achei nada interessante passando nos canais.

- Então coloca qualquer um, você parece estar caindo de sono, não vai aguentar nem quinze minutos de filme.

- Não seja malvado comigo Ashton Irwin. - Eu mal deitei no sofá e Calum já se aconchegou logo a minha frente, esse sofá tem o espaço maior então não tenho a impressão de que vamos desabar no chão durante a noite, também não preciso ficar com minhas pernas encolhidas ou as costas tortas. - Tudo bem se eu continuar assim? - Eu não o respondi, só passei meus braços em torno de seu corpo o mantendo perto de mim.

Cal puxou o cobertor para nos cobrir, eu segurei sua mão e ele entrelaçou nossos dedos, eu acho que ele pode sentir meu coração agitado, mesmo já o conhecendo e já tendo o tido por perto outras vezes a sensação é a mesma, o nervosismo é o mesmo.

- Eu gostei de hoje, podemos fazer outras vezes?

- Sempre que quiser. - O respondi.

- Você vai voltar a ir até a cafeteria? Sinto falta de te dar um muffin como cortesia tentando te fazer ganhar uns quilinhos.

- Então quer dizer que eu não sou bonito assim? - Eu provoco como se tivesse saúde pra isso.

- Bonito você é, mas eu gosto de dormir em cima de você e uns quilinhos a mais tornaria tudo um pouco mais confortável. - Isso quer dizer que ele vai dormir em cima de mim mais vezes?

- Você é um aproveitador. - Calum sorriu quando se virou pra mim, tão próximo que eu podia sentir sua respiração.

- Boa noite travesseiro.

- Boa noite seu folgado. - Cal deixou um beijinho na ponta do meu nariz, eu reuni toda a coragem que tinha no meu corpo e segurei seu rosto com uma mão, deixando um beijo sútil sobre seus lábios, eu pude o sentir sorrir e não pude deixar de sorrir de volta.

- Pensei que não faria isso, já estava ficando triste.

- Você é um abusado, fica quietinho e dorme. - Dorme antes que meu coração saia pela boca.

Cal deitou a cabeça no meu ombro, eu não tirei a mão de seu rosto, ele me abraçou e murmurou mais uma vez um boa noite. Calum Hood é adorável em todos os seus atos e me transformou em um romântico incurável.