Se o Luke esqueceu a chave de novo e está tocando a campainha as uma da manhã eu juro que eu mato ele, se ele não preza pelo sono dele eu prezo pelo meu.
- Olha Luke se você me acordou por... - As coisas daqui pra frente aconteceram rápido demais, primeiro eu estava surpreso por ter Calum na minha porta a essa hora, faz pouco mais de um mês que não o vejo, as vezes tenho notícias pela Mali; logo depois fiquei confuso por ele saber onde eu moro; e por fim completamente em choque por o ter enroscado no meu pescoço tentando me beijar. - Cal... - Tentei falar alguma coisa, mas mais uma vez ele me interrompeu.
- Quietinho. - Ele me empurrou pelos ombros pra dentro do meu apartamento e bateu a porta, por um instante eu cedi, o segurando pela cintura pra mais perto de mim, mas assim que nossos lábios se tocaram e eu senti o gosto de álcool o afastei no mesmo instante.
- Você bebeu.
- Um pouquinho. - Ele sorriu.
- Já se decidiu sobre as coisas?
- Estou tentando.
- Olha Cal, eu realmente não quero ser seu teste, eu entendo que as coisas podem estar sendo difíceis, mas você definitivamente não está tomando o caminho certo. - O puxei pra perto mais uma vez, agora o abraçando. Eu o entendo e não o culpo, eu sei que toda situação deve estar o pressionando e que ele deve estar confuso e eu não o culpo, eu tive o privilégio de passar por esse processo durante o começo da minha adolescência, ou seja, onde tudo naturalmente já é um caos, um caos a mais ou a menos, que diferença faz? Mas passar por isso aos vinte e pouco porque seu amigo confessou uma paixão? Isso definitivamente é um caos num momento inoportuno.
- Eu só quero te beijar.
- Não fala isso.
- É sério.
- Não Cal, não é. Você esta bebado, se quiser ficar e quiser companhia eu posso fazer isso, mas nada além disso, não com você bebado, não quero ser um teste. - Ele chorava baixinho encolhido contra meu corpo e isso me parte o coração. - Vem, eu faço alguma coisa pra você comer.
Calum se manteve calado o tempo inteiro, comeu a fatia de bolo que dei a ele junto a caneca de chá, se manteve próximo, quando eu me afastava ele levantava e me seguia pela casa, ele parece assustado e eu já me senti como ele. Se ele não quer ficar sozinho eu não vou o deixar sozinho.
- Você quer conversar? - Perguntei enquanto arrumava a cama, o lugar é pequeno então estava arrumando a cama pra ele e caso ele não se sinta confortável comigo dormindo ao seu lado eu posso dormir no sofá.
- Eu não sei.
- Olha se quiser me dizer alguma coisa e quiser que eu só escute você tudo bem, sabe que sou um ótimo ouvinte. - Sentei na cama e ele sentou logo ao meu lado.
- Eu estou envergonhado. Eu achei que precisava falar com você e pedi seu endereço a Mali, e então eu achei que seria uma boa ideia beber alguma coisa antes, sabe, um fiozinho de coragem, mas no meio do caminho eu pensei que eu não poderia saber se realmente gosto de algo até que eu... prove. E eu sei que é um pensamento errado e que as coisas deviam acontecer de forma natural, principalmente porque não sou mais um adolescente, então eu sinto muito. Parecia uma boa ideia.
- Você tem que parar de se desculpar por coisas que não fez.
- E você tem que parar de passar a mão na minha cabeça Ash, o que eu fiz não foi legal.
- Tudo bem, precisa descansar e relaxar, vamos dormir porque já está tarde.
- Não precisa dormir no sofá. - Ele disse sem me olhar, não pude evitar de suspirar aliviado, porque a última vez que dormi no sofá acordei todo dolorido, e por mais que não queira invadir o espaço dele eu definitivamente não quero acordar todo dolorido mais uma vez.
Deitamos um ao lado do outro, a única coisa que Calum fez foi entrelaçar sua mão a minha, era um toque confortável, o suficiente, nada que tornasse a situação desconfortável e muito menos um distanciamento que desse a entender que estávamos bravos um com o outro.
- Boa noite Ash.
- Boa noite.

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Lost Boy ** CASHTON
FanfictionPobre Calum Hood que tem de recolher os pedaços de seu coração partido do chão, sorte a sua que Ashton Irwin está mais do que disposto a o ajudar.