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Eu estou tremendo de ansiedade parado na porta de Ashton, um surto de coragem? Talvez. Bom, ao menos dessa vez eu estou sóbrio. Na realidade não sei se é tão bom assim, porque se eu me humilhar não vou poder culpar a bebida, só minha imbecilidade.

- O que devo a honra da sua visita? - Ashton perguntou assim que abriu a porta, ele estava adorável enrolado em um coberta escura, o cabelo bagunçado e com seu sorriso costumeiro. Eu me sinto bem quando o vejo, ele carrega um bom clima em torno de si, ele traz aquela sensação de que não importa o que aconteça, as coisas vão ficar bem.

- Ao Luke persuasivo que passou hoje lá na cafeteria. - Hoje o culpado não será a bebida, só o Luke mesmo.

- Deveria perguntar como foi essa conversa?

- Acho melhor não. - Definitivamente não, de qualquer forma eu não responderia, vau evitar me expor, quando começo a falar costumo falar demais. Ashton me deu espaço pra entrar e eu juro que quase desisti, dei meia volta e voltei pra minha casa, não sou a pessoa mais corajosa do muito, na realidade bem longe disso. - Eu só... só tava com saudade. - Ashton sentou no sofá, deu dois tapinhas no lugar ao seu lado e logo sentei ao seu lado. - Se não for incômodo achei que seria uma boa ideia te fazer uma visita.

- Não é incômodo algum. - Por que eu estou tão nervoso perto dele? - Certeza que é só isso? - Ele perguntou sorrindo, afastando a coberta do seu corpo.

- Não exatamente. Sabe, se não for um incômodo também eu... eu...na realidade eu não sei como te dizer isso.

- Calum fala de uma vez.

- Eu não consigo parar de pensar em como eu quero te beijar.

- Pode acontecer, mas depende de você.

- Como assim?

- O que descobriu? - Meu Deus eu acho que vou desmaiar.

- Hm, olha, digamos que Michael me deu uma mãozinha. Não! Não exatamente uma mãozinha, não esse tipo de mãozinha, ele só me ajudou.

- Calum não precisa me explicar. - Ele disse rindo, eu devo estar vermelho, mas não tenho culpa se é constrangedor dizer em voz alta que beijei meu melhor amigo.

- Certo, ele me ajudou, e eu meio que gostei, e então eu comecei a reparar e talvez eu goste muito? Não sei, eu não sei o que dizer, eu só não paro de pensar em você e... - E eu fui interrompido pelos incríveis lábios de Ashton Irwin.

Eu imediatamente levei minhas mãos pro seus rosto, suas mãos na minha cintura me deixam arrepiado e seus lábios se movendo contra os meus me dão a sensação de que caso eu já não estivesse sentado eu desabaria no chão. A sensação é maravilhosa, não é nada demais, não existe nenhum tipo de toque invasivo, ou segundas intenções, mas eu me sinto nas nuvens. Estar sendo beijado por ele faz com que eu me sinta sortudo, como se eu estivesse exatamente onde deveria, e eu confesso que é um pouco assustador, porém ao mesmo tempo saber que ele está aqui comigo é reconfortante.

- E então? Ainda gosta? - Ele perguntou se afastando.

- Definitivamente eu gosto. - Foi quase que instintivo eu esconder meu rosto contra seu ombro. A minha cabeça está uma confusão, meus sentimentos todos bagunçados e eu posso sentir minhas mãos tremendo contra seu peito.

- É bom saber que eu tenho um vislumbre de uma chance.

- Você com certeza tem. - Eu finalmente tomei coragem pra o encarar e ele sorria ainda mais, e então eu sorri de volta. - E o que isso quer dizer?

- Não sei. O que as pessoas costumam fazer quando tem interesse em outra?

- Cinema? Encontros?

- Acho que sim. Você iria em um encontro comigo?

- Se você estiver me chamando pra um, sim.

- Com tanto que possamos ir com calma pra não confundir as coisas, sim eu estou te chamando. - Meu Deus ele está me chamando pra um encontro.

- Amanhã?

- Me parece ótimo.

- E eu posso passar um tempinho aqui hoje?

- Claro. - Eu só me aconcheguei em seu abraço, focando meus olhos na televisão, que só agora reparei estar ligada. - Você está surtando, não está?

- Bastante. - Murmurei fechando os olhos com força, eu realmente não quero chorar agora.

- Quer conversar? - Eu apenas neguei com a cabeça. - Se quiser podemos adiar esse encontro, podemos só... - Eu o interrompi.

- Tá tudo bem Ash. - Lhe garanti, apertando um pouco mais os braços em sua cintura, eu só quero que ele me abrace de volta e então eu vou sentir que tudo vai ficar bem.

- Eu sei que não está, e que é uma bagunça, e que as vezes é difícil compreender a si mesmo, mas tudo vai ficar bem com o tempo. - Como se lesse meus pensamentos ele só me puxou pra mais perto, me mantendo em seu abraço, e eu pude sentir o desespero que crescia dentro de mim se dissipando.

Eu não sei o que sinto por Ashton, também não sei o que posso um dia sentir, não sei definir ao certo minha sexualidade, mas eu posso garantir uma coisa, homens me atraem de uma forma que nunca imaginei e ter Ashton me acolhendo em seus braços faz com que eu me sinta amado e... completo.

Lost Boy ** CASHTONOnde histórias criam vida. Descubra agora