{Chapter} 10 😤😱

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||Rye Pov

Momentos de desespero, medidas extremas. Não é?

Meu pai é o tipo de advogado que todo mundo odeia ir contra ele. O velho é bom no serviço. Mas como pai, comigo, ele não soube trabalhar muito bem.

Depois dos meus pais descobrirem minha sexualidade e de que eu havia me relacionado com um garoto, meu pai quis me deserdar. Minha mãe ficou chateada por mim ter mentido e por isso criou paranóias de que eu tenha feito coisas piores.

Então, saí de casa quando tudo começou a virar o inferno. Digo que fui embora por brigas do término dele, como me mudei para um lugar novo, eu pude contar essa mentira como desculpa.

Mas agora, precisei recorrer a eles. Eu não me sinto culpado por nada. É a vida e esse é quem eu sou. E minha situação com Andy, está um pouco delicada.

- Andy? - o chamo baixinho. O mesmo parece se assustar um pouco e olhar rapidamente  para mim. - Você está bem?

- Eu quero ir embora - disse triste.

- Nós vamos. Eu prometo - alisei a mão dele, a qual eu estava segurando. Andy estava apavorado, afinal, quem matou uma pessoa acabou sendo ele. Deixei alguns beijinhos na mão dele e o mesmo sorriu, e fiquei mais feliz pela reação. - Eu te amo.

- Eu também te amo - ele piscou e sorrimos. Me aproximei dele para um selinho, mas o delegado abriu a porta. Disfarçamos e ele se sentou em sua cadeira do outro lado da mesa. Frente a nós, sério. Não gostei dele.

- Bom, rapazes. Analisamos todo o caso. Andrew, sua tia depôs que seu pai já havia agredido sua mãe, sinto muito por ela. A mesma também disse que, tratava você mal mas nunca presenciou nada. Vimos marcas de agressões em você e no seu... - ele olhou para mim. Não tinha muita certeza do que eu poderia ser de Andy. - amigo? - Andy e eu nos entre olhamos com um sorriso no rosto e concordamos com o delegado. - Certo. E, o depoimento de vocês foi avaliado. Andrew matou o pai para salvar o amigo, porém poderia ter impedido de outra forma - daquele momento aquela cena do sangue, se passou pela minha cabeça.

- Impedido de outra forma? - pronunciou Andy um pouco indignado.

- Sim, jovem. Ou foi intencionalmente sua ação?

- É claro que não - Andy estava zangado. - Acha que eu estou bem por ter matado meu próprio pai? Eu não tive escolha! Ele ia acabar nos matando!

- Amor, calma - falei baixinho para ele. Agora o delegado sacou que não éramos apenas amigos. - Senhor delegado, seja direito por favor. O senhor falou com o meu pai. Como ficou? - eu disse tentando ficar calmo, agora sabendo que Andy não estava realmente tão tranquilo.

- Okay. Seu pai e eu chegamos ao acordo de uma fiança. Até ela ser paga, em um prazo de vinte e quatro horas, vocês vão ficar aqui, na delegacia.

Então, aquilo foi tudo para termos uma esperança para sairmos bem dessa. Andy principalmente.

Saímos da sala do delegado e vi meu pai. O mesmo veio até mim e Andy.

- Obrigado, pai - eu disse.

- Sem problemas. Eu vou pagar a fiança do seu amigo - ele disse a palavra "amigo" um pouco áspera e levantei uma sobrancelha.

- Com todo respeito, pai, se você não quiser fazer isso de coração, então não faça - eu disse, curto e grosso. Ele suspirou.

- Filho, repensei bem minhas ações com você, no passado - dizia olhando em meus olhos, o que me deixou hipnotizado. - Queremos fazer diferente no presente e no futuro. E sua mãe e eu devemos um pedido de desculpas e um jantar bem gordo.

Olhei para Andy, o mesmo parecia confuso com um olhar exigindo explicações. Sorri para ele e depois para o meu pai, dando um abraço nele e depois em Andy, que ainda estava sem entender nada.

- Obrigado, pai - falei com um sorriso agradecido.

- Obrigado, senhor - disse Andy ainda abraçado comigo, com a cabeça encostada no meu peito.

- Vocês vão ficar bem - disse meu pai.

- Rapazes, temos que ir, agora, por favor - disse um policial. Então, meio nervosos, nos despedimos.

Imploramos para deixaram meu loirinho e eu na mesma cela. Usei a desculpa de não estarmos com os medicamentos de asma dele. Então colou.

Ficamos em uma cela com uma pequena cama estreita de metal e um colchão azul fino por cima.
Sentamos e ficamos um pouco em silêncio como se esperávamos por algo. Claramente querendo que o tempo passasse o mais possível.

Eu estava preocupado com Andy. Ele parecia estar com medo, mas não me dizia.

- Andy...

- Rye eu sou uma pessoa má? - ele olhou para mim, sério.

- Não.

Andy concordou e parecia não querer falar sobre aquilo naquele momento.

- Qual o lance entre você e a sua família? - o julgando como esperto, ele notou.

- Eu... menti pra você - eu disse. Ele ficou olhando para mim, deixando eu me explicar. - Eu me relacionei com um garoto, uma vez. Era para ser sério, mas de algum jeito eles descobriram e estragaram tudo. Eu acho que eu não gostava tanto daquele garoto, mas, eu gostei quando senti atração por uma pessoa que não fosse uma garota. Minha mãe desconfiou de várias outras coisas absurdas e meu pai não aceitava. Eles não me tratavam mal, mas, o olhar deles me julgava o tempo todo. Eles não viam nada em mim além da sexualidade. Daí ficou difícil continuar sobre o mesmo teto que eles, então peguei minhas coisas e fui embora.

- E qual era o nome do garoto?

- Sonny - sorri e ele sorriu também.

- Por quê não me contou sobre isso antes? - agora ele não sorria.

- Eu pensei que não mudaria nada.

- Mas mudou. Não foi?

- Sim. E você? Por quê nunca me contou nada, Andy? - soei um pouco áspero.

- Eu pensei que todos os problemas já tinham se resolvido.

- Assim mesmo, era algo importante para mim saber.

- Não, Rye. Não era! Era pessoal. Eu duvido que você ficaria comigo se tivesse descobrido tudo antes.

- O quê? É claro que ficaria! Andy eu ainda estou aqui. Não vê? Estou, não estou? - ele abaixou a cabeça. - Andy o que você acha que eu vou fazer quando sairmos daqui? - ele olhou para mim e seus olhos lagrimejaram um pouco. Ele pensou.

- O quê?

- Você e eu, vamos morar juntos - eu disse sério e ele riu. Continuei sério olhando nos olhos dele e ele parou de rir.

- Do que você está falando?

- Estou falando sobre nós. Precisamos continuar nossas vidas. E eu quero continuar com você. Porque eu te amo - dizer isso parecia doer. Dói dizer ou pensar alguma coisa e ter medo que não seja nada como você espera depois. Dói saber quando você pode amar alguém que não queira ficar com você. Mas por quê estou pensando nessas coisas? Deveria ser medo de Andy não aceitar. - Eu quero fazer planos com você, Andy - toquei o rosto dele e acariciei suas bochechas.

- Eu não quero estragar sua vida - avancei nele e o abracei. O mesmo me abraçou imediatamente de volta. Estávamos tão perdidos no que fazer daqui pra frente, que não iríamos conseguir um sem o outro.

- Você nunca estragou nada, Andy - eu disse ainda em nosso abraço.

- Você me desculpa?

- Não tem que pedir desculpas. Nós só precisamos confiar um no outro. Tá?

- Sim.

Ficamos assim. Juntos até escurecer.

Alguém Que Me AmeOnde histórias criam vida. Descubra agora