{Chapter 3} 🥺

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- Puta merda! - Mikey estava estressado, andando de um lado para o outro, depois de mim ter contado tudo os três estavam espantados.

- Sabe que podia ter contado para nós, Fovvs - disse Jack.

- Eu sei, desculpe.

- Tudo bem - Brooklyn se levantou. - Você quer ficar aqui?

- Não - exclamou Mikey. - Ele pode ficar comigo. Ele não vai querer ouvir você e o Jack durante a noite quando estiverem fazendo aquilo.

Ele tinha razão.

[...]

Na casa do Mikey, ele disse que eu podia ficar o tempo que eu quisesse e separou um quarto para mim.

- Eu fui burro - eu disse olhando para o quarto.

- Por quê?

- Eu saí e não trouxe nada. Só meu celular, que estava no bolso.

- Relaxa. Posso te emprestar algumas roupas e quem sabe, podemos ir a um bazar pra você - ele disse sorrindo.

- Como se eu gostasse de usar roupas de quem eu não conheço!

- Ah, Fovvs - ele revirou os olhos. - Você é tão enjoado - disse se virando e saindo do quarto.

Seria legal ficar com o Mikey, já que ele morava sozinho e seus pais eram um doce de casal e vinham visitá-lo. Mas, eu ainda me preocupava com o meu pai e eu queria falar sobre isso com alguém.

Fui até a cozinha, Mikey estava preparando o jantar dele e o meu. Me sentei na bancada e fiquei encarando ele.

- O quê? - ele perguntou mexendo a panela.

- O cheiro está ótimo - elogiei e ele sorriu. - Mikey?

- Sim?

- Meu... pai. Ele disse que eu estava livre pra ele. Acha que... ele vá me deixar em paz e que... não virá atrás de mim? - ele parou de fazer o que estava fazendo e veio até mim.

- Se seu pai quiser respirar o mesmo ar que você de novo, vai ter que passar por mim e pelos meninos. Entendeu? - sorri e concordei, lhe dando um abraço. Eu sabia que perto dos meus amigos eu ficaria bem.

Depois de jantarmos, fomos para nossos quartos. Tomei um banho frio e depois fui para a cama. Toda noite quando me deito, uma onde coisas me envade. Começo a pensar na minha mãe, no meu pai, isso era tudo que me prendia, e mesmo agora não mais em casa ainda sinto medo de me encontrar com meu pai.

Me lembro de uma vez, minha mãe estava chorando e perguntei o que tinha sido, ela disse que queria fazer uma viagem, apenas eu e ela, para sempre. Eu não entendia porque nos planos dela, sempre era só eu e ela, nunca meu pai. Mas acho que agora eu entendo. Do mesmo jeito que ele me batia, ele deveria bater nela também. E como ninguém nunca soube que ele me batia, como eu nunca contei, minha mãe também não.

Duas semanas depois

- Eu não queria ter vindo hoje - disse Jack.

- Ninguém queria - completou Brooklyn.

Enfim, as aulas voltaram. O sinal tocou e fomos cada um para suas aulas. Hoje, Brooklyn e eu ficamos na mesma sala, na aula de química.

- Eu não suporto essa aula, Fovvs - ele cochichou.

- Eu gosto - eu gostava mesmo e ele revirou os olhos.

O professor estava explicando, e de repente uma áurea encantadora abriu a porta da sala de aula, o mundo pareceu parar só para ele entrar e coçar a nuca de nervosismo. Gato... Mas toda aquela ilusão passou.

- Quem é você? - perguntou o professor.

- Meu nome é Rye. Beaumont.

- Rye Beaumont?

- Isso.

- Certo. Sente-se com alguém - o garoto pareceu perdido, mas uma voz soou atrás de mim.

- Aí, Rye! Chega mais! - Harvey o chamou para sentar ao lado dele, bem atrás de mim.

Ouvi eles se cumprimentarem, e de onde vinha aquele cheiro doce? Um cheiro bom de perfume... Rye...

[...]

Hora da saída, eu e os meninos íamos para qualquer lugar, mas, frente ao colégio me deparei com uma figura assustadoramente familiar, na calçada.

- Merda - suspirei.

- O que foi? - perguntou Mikey.

- Meu pai.

Por quê ele estava ali? O que ele queria? O que eu faço? Eu não quero voltar com ele.

- Vamos correr? - perguntou Jack.

- Precisamos saber o que ele quer. De qualquer jeito Andy não vai voltar com ele, de maneira nenhuma - disse Brooklyn.

- Eu vou lá - eu disse saindo. Os meninos murmuram para mim espera-los, mas não esperei. Teimosia. Parei frente ao meu pai, olhando em seus olhos. - O que está fazendo aqui?

- Quero que volte para casa, filho.

- Eu não vou mais ser o seu saco de pancadas. Não lembra quando disse que eu estava livre pra você? Estou muito bem com meus amigos. Eles gostam de mim.

- Eu também gosto.

Eu deveria dar um soco na cara dele.

- Andy - ele deu um passo a frente e dei um passo para trás. Meu corpo extremeceu, temendo qualquer movimento deste homem. Daquele mostro.

- Vamos, Andy? - ouvi a voz de Mikey soar como um comando.

- Filho, eu prometo que as coisas vão ser diferentes - o quê ele estava dizendo? - Acha que sua mãe iria querer isso? Todos merecem uma segunda chance, não é? - canalha, filho da puta.

- Você não merece nada. Foi tarde pra minha mãe e é tarde pra você. Mas ainda não é trade pra mim.

Segurei cada lágrima de raiva que queria cair, olhei para ele como se fosse a última vez e fui embora. Meus amigos o olhava com desespero, eles não imaginavam o quão tenha sido difícil passar por tudo praticamente sozinho.

Alguém Que Me AmeOnde histórias criam vida. Descubra agora