- Puta merda! - Mikey estava estressado, andando de um lado para o outro, depois de mim ter contado tudo os três estavam espantados.
- Sabe que podia ter contado para nós, Fovvs - disse Jack.
- Eu sei, desculpe.
- Tudo bem - Brooklyn se levantou. - Você quer ficar aqui?
- Não - exclamou Mikey. - Ele pode ficar comigo. Ele não vai querer ouvir você e o Jack durante a noite quando estiverem fazendo aquilo.
Ele tinha razão.
[...]
Na casa do Mikey, ele disse que eu podia ficar o tempo que eu quisesse e separou um quarto para mim.
- Eu fui burro - eu disse olhando para o quarto.
- Por quê?
- Eu saí e não trouxe nada. Só meu celular, que estava no bolso.
- Relaxa. Posso te emprestar algumas roupas e quem sabe, podemos ir a um bazar pra você - ele disse sorrindo.
- Como se eu gostasse de usar roupas de quem eu não conheço!
- Ah, Fovvs - ele revirou os olhos. - Você é tão enjoado - disse se virando e saindo do quarto.
Seria legal ficar com o Mikey, já que ele morava sozinho e seus pais eram um doce de casal e vinham visitá-lo. Mas, eu ainda me preocupava com o meu pai e eu queria falar sobre isso com alguém.
Fui até a cozinha, Mikey estava preparando o jantar dele e o meu. Me sentei na bancada e fiquei encarando ele.
- O quê? - ele perguntou mexendo a panela.
- O cheiro está ótimo - elogiei e ele sorriu. - Mikey?
- Sim?
- Meu... pai. Ele disse que eu estava livre pra ele. Acha que... ele vá me deixar em paz e que... não virá atrás de mim? - ele parou de fazer o que estava fazendo e veio até mim.
- Se seu pai quiser respirar o mesmo ar que você de novo, vai ter que passar por mim e pelos meninos. Entendeu? - sorri e concordei, lhe dando um abraço. Eu sabia que perto dos meus amigos eu ficaria bem.
Depois de jantarmos, fomos para nossos quartos. Tomei um banho frio e depois fui para a cama. Toda noite quando me deito, uma onde coisas me envade. Começo a pensar na minha mãe, no meu pai, isso era tudo que me prendia, e mesmo agora não mais em casa ainda sinto medo de me encontrar com meu pai.
Me lembro de uma vez, minha mãe estava chorando e perguntei o que tinha sido, ela disse que queria fazer uma viagem, apenas eu e ela, para sempre. Eu não entendia porque nos planos dela, sempre era só eu e ela, nunca meu pai. Mas acho que agora eu entendo. Do mesmo jeito que ele me batia, ele deveria bater nela também. E como ninguém nunca soube que ele me batia, como eu nunca contei, minha mãe também não.
Duas semanas depois
- Eu não queria ter vindo hoje - disse Jack.
- Ninguém queria - completou Brooklyn.
Enfim, as aulas voltaram. O sinal tocou e fomos cada um para suas aulas. Hoje, Brooklyn e eu ficamos na mesma sala, na aula de química.
- Eu não suporto essa aula, Fovvs - ele cochichou.
- Eu gosto - eu gostava mesmo e ele revirou os olhos.
O professor estava explicando, e de repente uma áurea encantadora abriu a porta da sala de aula, o mundo pareceu parar só para ele entrar e coçar a nuca de nervosismo. Gato... Mas toda aquela ilusão passou.
- Quem é você? - perguntou o professor.
- Meu nome é Rye. Beaumont.
- Rye Beaumont?
- Isso.
- Certo. Sente-se com alguém - o garoto pareceu perdido, mas uma voz soou atrás de mim.
- Aí, Rye! Chega mais! - Harvey o chamou para sentar ao lado dele, bem atrás de mim.
Ouvi eles se cumprimentarem, e de onde vinha aquele cheiro doce? Um cheiro bom de perfume... Rye...
[...]
Hora da saída, eu e os meninos íamos para qualquer lugar, mas, frente ao colégio me deparei com uma figura assustadoramente familiar, na calçada.
- Merda - suspirei.
- O que foi? - perguntou Mikey.
- Meu pai.
Por quê ele estava ali? O que ele queria? O que eu faço? Eu não quero voltar com ele.
- Vamos correr? - perguntou Jack.
- Precisamos saber o que ele quer. De qualquer jeito Andy não vai voltar com ele, de maneira nenhuma - disse Brooklyn.
- Eu vou lá - eu disse saindo. Os meninos murmuram para mim espera-los, mas não esperei. Teimosia. Parei frente ao meu pai, olhando em seus olhos. - O que está fazendo aqui?
- Quero que volte para casa, filho.
- Eu não vou mais ser o seu saco de pancadas. Não lembra quando disse que eu estava livre pra você? Estou muito bem com meus amigos. Eles gostam de mim.
- Eu também gosto.
Eu deveria dar um soco na cara dele.
- Andy - ele deu um passo a frente e dei um passo para trás. Meu corpo extremeceu, temendo qualquer movimento deste homem. Daquele mostro.
- Vamos, Andy? - ouvi a voz de Mikey soar como um comando.
- Filho, eu prometo que as coisas vão ser diferentes - o quê ele estava dizendo? - Acha que sua mãe iria querer isso? Todos merecem uma segunda chance, não é? - canalha, filho da puta.
- Você não merece nada. Foi tarde pra minha mãe e é tarde pra você. Mas ainda não é trade pra mim.
Segurei cada lágrima de raiva que queria cair, olhei para ele como se fosse a última vez e fui embora. Meus amigos o olhava com desespero, eles não imaginavam o quão tenha sido difícil passar por tudo praticamente sozinho.
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Alguém Que Me Ame
FanficSeu pai descobriu sua sexualidade e seria pedir para morrer continuar na mesma casa que o homem. Após sair de casa, Andy, descobre um novo amor que pode lhe salvar. Mas o garoto, voltaria para a casa algum dia? Seria seguro voltar a morar com seu pa...