➵ 24 | vespeiro

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Dulce Maria

Depois do café da manhã, Amber insistiu que eu ficasse mais um pouco, mas estava tempo demais fora de casa e não queria passar o dia ali como se eu fizesse parte da família ou algo do tipo. Já foi coisa demais eu ter passado uma noite lá e tomado um banho naquele banheiro da nasa. E agora eu estava saindo da garagem dos Uckermann's dirigindo um carro que um milionário comprou para mim.

Estacionei na garagem do prédio e subi até o meu andar. Quando entrei, avistei Christian estudando na sala. Ele sempre estava estudando quando não tinha nada para fazer.

— Bom dia! — falei sentando ao lado dele.

— Bom dia! Parece descansada. — me olhou sugestivamente.

— É, a manhã começou bem. — sorri. — O que está fazendo? Hoje é domingo.

— E eu preciso publicar a minha pesquisa daqui a dois meses. — ele disse sem tirar os olhos do notebook.

— E do que se trata?

— Quer mesmo saber?

— Sim.

— Você sabe que no início do século XX houve a corrida do ouro na Califórnia, foi aí que os americanos migraram para o oeste, local que antes era habitado por nativos.

— Ok, ok. — fiquei de pé. — É tudo o que o meu cérebro consegue absorver. Onde está a May?

— Acho que ela foi correr ou algo assim, não prestei tanta atenção.

— E que tal fazer algo mais produtivo para o seu cérebro?

— O que seria mais produtivo do que estudar?

— Meditar.

— Tá! — gargalhou.

— Pare de ser tão cético. — retirei meus chinelos e sentei sobre o tapete com as pernas cruzadas. — Vamos, eu te ensino.

— E quais os benefícios disso?

— Posso listar dezenas, mas particularmente falando, me ajuda bastante a controlar o estresse, controlar a ansiedade, melhora as dores no corpo, me ajuda a dormir melhor, além de me dar uma ótima experiência de autoconhecimento.

— Autoconhecimento? — franziu a testa.

— Sim.

— Espero que isso valha o meu tempo, Dulce Maria. — ele sentou no chão ao meu lado.

Eu e Christian meditamos por longos minutos e posso dizer que ele se saiu muito bem depois de ficar os primeiros cinco minutos me perguntando se ele deveria estar sentindo algo.

Ouvimos a porta da frente ser aberta e abri os olhos para poder ver Maite entrando. Ela sorriu para nós e depois sentou no sofá em nossa frente.

— Atrapalho? — perguntou.

— Dulce só estava me mostrando como meditar. — Christian explicou. — É bem relaxante, eu confesso.

— Sim, é ótimo. — May disse. — Sabem o que eu vi na garagem? Um dos moradores comprou um Audi Q7 vermelho novinho! Um carro dos sonhos. — suspirou.

— Então... — fiquei de pé e olhei para eles com animação. Os dois me encararam confusos, esperando que eu dissesse algo.

— Dulce, a gente sabe que você é bem mística, mas ainda não desenvolveu a habilidade de falar com as pessoas por pensamento. — Christian disse.

— O Audi é meu! Christopher comprou para mim.

— Oi? — Maite arregalou os olhos. — Ainda está transando com ele?

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