➵ 45 | namastreta

1.1K 152 217
                                    

Dulce Maria

Estávamos na rodovia e até então Billy ainda não havia notado que estava sendo seguido. Mas quando saímos oficialmente da cidade para uma estrada mais deserta, ele notou. Acelerou o seu carro e Christopher fez o mesmo. Eu já havia ligado para a polícia e eles estariam vindo logo depois, mas não podíamos perdê-los de vista.

Eu estava muito ansiosa, suando por todos os poros como se estivesse derretendo. Christopher intercalava o olhar entre eu e a estrada a todo momento. Ele percebeu como eu estava alterada e isso com toda certeza o estava preocupando.

— Eu estou bem. — garanti. — Vá mais rápido.

Billy saiu da estrada e fizemos o mesmo. Estávamos perto de um penhasco e de repente, o carro de Billy parou. Nós paramos também e ficamos estáticos olhando fixamente para a frente. Por que ele parou de fugir? O que ele pretendia? Foi quando a porta do motorista foi aberta e ele saiu segurando uma arma.

— Pelo amor do cosmos... — arfei.

— Dulce, eu vou pedir que você tente não se assustar. — Christopher disse se esquivando até o porta-luvas.

— Por que eu iria... MEU DEUS! — gritei quando ele tirou uma arma de lá. — Você tem uma arma?

— É só para emergências.

— Por que nunca me contou?

— Agora não é o momento para uma DR. — ele abriu a porta do carro e preparou-se para sair.

— Não! — segurei seu braço. — Ele pode te machucar.

— Ou eu posso machucar ele. Não tenha medo e fique aqui. — ele não esperou que eu protestasse novamente e saiu do carro.

Os dois homens apontaram suas armas um para o outro e começaram uma discussão que eu não conseguia ouvir direito. Comecei a me sentir muito mal, um enjoo subindo pelo estômago. Agora não era a melhor hora para se fazer presente, bebê. Não conseguiria segurar por muito tempo, então abri a porta e ainda sentada vomitei do lado de fora.

— Ah, você trouxe a Dulce! — Billy exclamou. — Agora as coisas podem ficar mais fáceis.

— Dul, você está bem? — Christopher perguntou sem tirar seus olhos de Billy.

— Sim! — gritei de volta.

— Tranque a porta. — ele pediu.

— Ou ela poderia vir até aqui. — Billy retrucou.

— Só se eu estivesse louco pra permitir isso.

— Façamos um acordo. A Dulce pela Amber.

— Como é!? — Christopher gritou como se não acreditasse no que acabara de ouvir. Bom, eu também não estava acreditando. — E toda aquela conversa de unir a família?

— Eu cheguei um pouco atrasado com a Amber, mas já que você a criou como se fosse sua, eu também posso fazer o mesmo com o seu filho.

— Você está implorando pra que eu estoure os seus miolos, não é? — notei que Christopher pressionou tanto suas mãos na arma que os dedos ficaram brancos.

— Estou te dando uma escolha. Conhece a Dulce a pouco tempo, mas a Amber você conhece desde sempre. Qual delas é mais importante?

— Eu não vou fazer essa escolha.

— Omissão também é uma escolha.

— Você vai soltar a Amber se eu for com você? — me pronunciei caminhando atrás de Christopher.

Doce Amargo Onde histórias criam vida. Descubra agora