➵ 19 | incrivelmente viciante

1.3K 151 178
                                    

Dulce Maria

Meu primeiro instinto ao acordar foi passar meu braço no lado da cama onde Christopher estivera, notando assim que ele não estava mais lá. Esfreguei meus olhos, sentei e olhei em volta no quarto. Ele foi embora no meio da noite enquanto eu dormia. Pensar em por que ele havia feito isso me fez ficar preocupada. Ele fugiu? Arrependeu-se do que aconteceu?

Levantei da cama, me vesti e saí do quarto indo até a cozinha. Maite e Christian estavam tomando café da manhã e estavam vestidos para ir ao trabalho.

— Que horas são? — perguntei.

— Você tem quinze minutos até o próximo metrô sair. — May disse.

— Metrô? — fiz uma careta.

— Você quem deixou o seu amante se livrar da vermelhinha.

— Ele não é...

— Francamente, Dulce Maria. — Christian me interrompeu. — Você ainda se acha no direito de nos julgar? Nós estávamos só a alguns metros de vocês!

— Eu... — era a primeira vez que eu não sabia o que dizer para eles. — Ok.

— Ok? — Maite riu. — Vamos criar a nossa primeira regra de convivência: é proibido transar na sala a partir de hoje.

— E na cozinha? — Christian perguntou fazendo graça.

— Não! — arregalei os olhos. — Que nojo.

— Enfim, eu sabia que isso ia acabar acontecendo. — Maite ficou de pé. — E agora que já transou com o Christopher, esqueça isso.

— O que? — franzi a testa.

— Dulce, ele ainda é pai de uma aluna. Eu relevei você transar com ele porque nunca vi você desejar tanto um homem e isso estava te deixando ainda mais doida do que você já é. Mas ainda vai contra o decoro do colégio uma professora sair com o pai de um aluno.

— Tudo bem, Maite. Eu acho que isso não vai mesmo se repetir. — falei com desânimo. — Ele saiu no meio da noite sem se despedir.

— Caralho, que mancada. — Christian disse.

— Foi melhor assim. — May colocou a mão em meu ombro. — Dez minutos, te espero na portaria. — começou a andar até a saída da cozinha.

— Metrô!? — gritei para que ela ouvisse.

— Dez minutos! — gritou de volta antes de bater a porta da frente.

— Prende a respiração, aí não vai sentir a energia nem o cc de ninguém. — Christian falou também levantando.

— Haha. — forcei um sorriso.

Coloquei cristais nos bolsos da minha jaqueta e também na minha bolsa. Além de acrescentar mais dois amuletos em meu pescoço. Maite soltou um suspiro tedioso quando me viu se aproximar dela, mas preferiu não reclamar. Eu não podia arriscar que tanta energia humana me atingisse. Era por isso que detestava aglomerações.

Nós pegamos o metrô e eu pude respirar tranquilamente quando saímos de lá. Caminhamos mais um pouco até chegar ao colégio e eu logo avistei Christopher acompanhando Amber até a entrada. Quando me viu ele falou algo para ela e se despediu, ficando sozinho ali, me encarando.

Parei de andar no mesmo instante e o encarei de volta. Maite olhou para mim como se estivesse repetindo as palavras de mais cedo então afastou-se, cumprimentou Christopher com um aceno de cabeça ao passar por ele e enfim entrou.

Doce Amargo Onde histórias criam vida. Descubra agora