Capítulo 19 - Todos Unidos

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- Já arranjamos a água - disse Peter pousando a garrafa cheia com água negra.

John pousou outra.

- Ótimo - respondeu Amon tocando nas garrafas para saber a sua posição - Só vos resta encontrar o colar e a pedra.

John e Peter entreolharam-se.

- Será que eles estão na floresta ou na cidade? - perguntou Peter.

- Não sei. Se calhar separamo-nos... Um de nós vai ver aqui na floresta e outro vai para a cidade - respondeu John.

- Não sei quanto a você, John... Mas mim não me parece uma grande ideia separarmo-nos agora - respondeu Peter - A melhor ideia parece ser ficarmos juntos e procurar-mos a Bethany na floresta.

- Talvez tenhas razão - disse John pensando na filha.

Ambos se despediram de Amon e do resto do grupo e saíram da escola.

Voltando à floresta, John e Peter aceleraram o passo, tentando ficar o mínimo de tempo possível naquele lugar.

A certa altura, conseguiu-se ouvir a cerca de uns quinhentos metros dali, um estrutura de madeira a cair e um monte de gritos.

- O que foi aquilo? - perguntou John.

- Não sei... Mas a verdadeira pergunta é: Será que devíamos ir ver o que é? - perguntou Peter.

- Eu ouvi gritos... Significa que alguém precisa de ajuda - disse John - Temos que ajudá-los.

- Talvez até encontremos a Bethany no caminho - disse Peter - Vamos.

Correram em direção do barulho.

Ao chegarem lá, viram uma mulher desmaiada, dois corpos cortados ao meio, uma criança e umas outras pessoas em pânico.

Ao fundo via-se uma figura negra a correr para a imensidão da floresta.

Ao chegarem mais perto poderam que reparar que os corpos eram de um miúdo negro e um idoso.

Olharam para os outros que lá estavam. A mulher desmaiada era negra. Estava lá um asiático e uma criança... Bethany.

Ao ver que era a sua filha, John correu para ela e abraçou-a.

- Bethany... Felizmente, estás bem - disse John não a soltando do abraço.

- Tive saudades tuas, pai - disse ela abraçando-o também.

O asiático olhava para os corpos despedaçados com um olhar aterrorizado.

Peter aproximou-se dele.

- Eu prometi a este miúdo que ia tratar da amiga dele - disse ele a Peter sem desviar o olhar dos corpos.

- Se foi alguma criatura deste lugar que vos atacou, não havia muito que podesses fazer - disse Peter colocando-lhe a mão no ombro.

- Não me parece boa ideia ficar aqui muito mais tempo - disse John pegando Naomi ao colo - Eu levo-a e vocês seguem-nos... Nós temos um lugar seguro.

Assim foram correndo até à escola. John ia à frente com Naomi ao colo, seguido de Bethany, Jin e Peter.

John corria ao seu máximo, porém no caminho acabou por embater em algo.

Quando olharam um rapaz que estava nos seus vinte anos e uma rapariga que aparentava ter uns dezoito anos.

A rapariga queixava-se da dor nas costas.

- Nunca mais vou às tuas cavalitas - dizia ela.

- Quem raio são vocês? - perguntou John.

Os outros apenas observavam a cena.

- Eu sou o Tommy - disse o rapaz levantando-se - E ela é a Kate.

- O que estão a fazer na floresta? - perguntou John.

- Poderia fazer-te a mesma pergunta - respondeu Tommy.

Peter andou para a frente e ficou lado a lado com John.

Depois, interrompeu a conversa de ambos.

- Tommy, tu ou a Kate têm algum colar de ouro convosco? - perguntou ele.

Tommy sentiu-se nervoso.

- Porquê? - ele perguntou.

- É um dos ingredientes para saírmos deste sítio... - disse Peter - Para voltar tudo ao normal.

Tommy levou a mão ao bolso de trás e retirou o colar de lá.

- Meu Deus - disse Kate - Tinhas isso contigo o tempo todo.

- Sim, tinha isto comigo este tempo todo - respondeu Tommy.

Depois entregou o colar a Peter.

- Obrigado - disse Peter - Agora só falta a pedra com o anel preso.

Depois começou a andar em direção à escola. Apercebendo-se de que Tommy e Kate não sabiam para onde ele se dirigia, ele virou-se para eles e disse:

- Sigam-nos... Temos um lugar seguro. Vamos todos juntos sair daqui.

Kate sorriu e olhou para Tommy.

- Se calhar sempre tinhas razão sobre a minha amiga estar do outro lado - ela disse sorrindo.

Tommy sorriu-lhe de volta.

- Só falta sair daqui para saber se realmente tinha razão - ele respondeu.

O Dia em que o Sol não voltou [CONCLUÍDO] Onde histórias criam vida. Descubra agora