Kate olhou para o fumo que saía de onde a Jessie estava ainda há segundos.
- Je... Jessie? - gaguejou Kate.
Tommy olhou para Kate que agora se desfazia em lágrimas.
- Não, isto não pode estar a acontecer... - disse Kate enquanto chorava.
Tommy não sabia o que dizer.
- Acho que já não é muito seguro ficar aqui... Aquelas coisas já sabem onde estamos e... - Tommy acabou por ser interrompido.
- E VAMOS PARA ONDE? - gritou Kate enquanto chorava - Eles vão sempre encontrar-nos e vamos acabar todos por morrer.
- Teremos mais hipóteses se não ficarmos aqui. - disse Tommy.
- É assim que vai ser a minha vida? Andar a fugir com uma pessoa que eu nem conheço? - perguntou Kate.
- Não tem que ser assim. Podemos falar um com o outro sobre nós. Mas para isso é preciso ficarmos vivos. - respondeu Tommy.
- A JESSIE MORREU! Eu não sei o que fazer sem ela. Já perdi duas amigas... - disse Kate.
- Ouve... Lamento pelas tuas amigas, mas a não ser que queiras acabar como elas, sugeria-te a vir comigo. - respondeu Tommy.
- Porque é que tens de ser assim? - perguntou Kate.
Tommy não percebeu o que ela quis dizer.
- Assim como? - perguntou ele.
- Direto e agressivo - ela respondeu.
- Olha, pensa o que quiseres, mas eu não fico aqui nem mais um minuto. - respondeu ele - Vens comigo ou não?
- Óbvio que vou. - respondeu Kate - O que iria ficar aqui a fazer sozinha?
- Não sei bem, às vezes as pessoas são meio teimosas. - disse Tommy pegando numa lanterna e abrindo a porta de casa - Senhoras primeiro.
Kate saiu pela porta, seguida de Tommy.
- Não te afastes muito de mim - disse Tommy.
- Desde quando és tão protetor? - perguntou Kate.
- Desde o momento em que disse para entrarem em casa. - respondeu ele.
Continuaram a andar até chegarem perto de uma floresta.
- A floresta mais próxima da cidade não ficava a cerca de cento e oitenta quilómetros? - perguntou Tommy.
- Não sei... Só sei que não era suposto haver uma floresta aqui. - respondeu Kate.
- Achas boa ideia entrar? - perguntou Tommy.
- Não sei... Achas boa ideia voltar para trás? - perguntou Kate.
- Não. - respondeu Tommy - Parece que não temos escolha.
Tommy deu o primeiro passo na terra da floresta. Foi seguido de Kate, que mal deu o primeiro passo na terra húmida, sentiu algo estranho no pé.
Olhou para baixo e algo por debaixo das folhas a puxava para baixo.
Kate fez força para cima, mostrando o que a puxava. Era uma mão totalmente preta, que mal se distinguia por causa do escuro.
Mas a mão fez força de volta e a perna de Kate enterrou-se na terra.
Tommy interviu e segurou na mão de Kate, ajudando-a a ir para cima.
Porém aquela criatura que a puxava tinha força e Kate ia descendo lentamente, apesar da ajuda de Tommy.
Tommy usou todas as suas forças e ao ouvirem algo a partir-se, Tommy conseguiu puxar Kate para fora da terra.
Ao a tirar completamente, a mão ainda a segurava, porém sem nenhum corpo a puxar.
- Tira isso, por favor! Que nojo! - suplicou Kate.
Tommy retirou a mão e lançou para o alcatrão que estava perto deles.
- Levanta-te. Vamos sair daqui! O mais rápido possível. - disse ele.
Kate levantou-se e foi com Tommy para o meio da floresta.
— Começo a achar que devíamos ter ficado na casa - disse Kate ofegante.
— Mas lá, aquelas luzes iriam nos encontrar. - respondeu Tommy.
— Mas, ao menos, saberíamos o que esperar, aqui estamos literalmente no escuro, onde qualquer coisa que não conhecemos nos pode apanhar. - ripostou Kate.
— O quê, queres voltar para lá? - perguntou Tommy - Passar por aquele sítio cheio de mãos a sair da terra?
— Não, só estou a dizer que teríamos mais hipóteses de tivéssemos ficado na casa. - respondeu Kate.
— Nunca estás satisfeita. - respondeu Tommy.
— Quem és tu para dizer isso? Conheces-me de algum lado? - perguntou Kate - E como queres que eu esteja satisfeita no meio de uma floresta, com frio e toda suja de terra?
— Só disse o que tu deste a entender. E parece que acertei. Não estás satisfeita. - respondeu Tommy.
— E tu... Nunca consegues admitir que estás errado. - disse Kate.
— Nisso tu tens razão. - respondeu Tommy - Parece que já nos estamos a conhecer melhor.
Kate estava chateada, mas não pôde deixar de se rir.
— Parece que sim.
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O Dia em que o Sol não voltou [CONCLUÍDO]
Ciencia Ficción(Livro de Ficção Científica e Paranormal) LIVRO ANTIGO! A ESCRITA PODE NÃO ESTAR TÃO BOA! "O Dia em que o Sol não voltou" conta a história de várias personagens que testemunharam o dia em que o Sol não se levantou de manhã. Com medo, tentam encont...