Peter a narrar...
Fiquei em choque com o que aconteceu. Acabei por ir para uma casa que não era a minha, sem querer.
Também não havia ninguém cá dentro. Isto leva-me a querer que fiquei mesmo sozinho no meio da cidade.
Estarei mesmo sozinho? Isso poderia ser bom por um lado, já que podia ir pilhando as casas e nunca me faltaria água nem comida.
Mas, por outro lado, eu poderei ficar louco aqui. Sem falar daquelas luzes, que se poderem, fritam-me os olhos.
Estava assim, perdido nos meus pensamentos, quando ouvi um monte de barulho. Era loiça e madeira? Talvez mobília...
O barulho vinha de umas casas ao meu lado.
Por uns momentos, não senti medo. Não sei se era a adrenalina causada pelo que aconteceu com aquela luz, mas eu não senti medo.
Pelo contrário, eu até senti vontade de ir ver o que era.
Peguei na mochila, abri a porta e comecei a correr em direção do barulho.
Fui saltando as cercas que rodeavam cada casa. A certa altura, ouvi um barulho de vidro a partir.
Já estava perto.
Quando fiquei de frente à casa, peguei no meu telemóvel e liguei a lanterna.
Eu reconheci a casa. Era a casa do John, da Alice e da sua filha Bethany.
Eu lembro que em criança, eu brincava com a Bethany num parque a uns quarteirões daqui.
A janela da frente estava partida. Foi por lá que entrei, pois a porta estava trancada.
Apontei a lanterna para todos os lados, com medo, até ouvir um estrondo no andar de cima e um grito feminino de seguida.
Subi as escadas a correr e havia pedaços da porta por todo o lado.
Apontei a lanterna para dentro do quarto e havia uma criatura negra, mesmo em frente do John e da Bethany.
Ela pareceu queimar ao lhe apontar a luz.
Quase que imediatamente, aquilo saltou para fora do alcance da minha luz, partiu a janela e saiu, soltando um grito ensurdecedor que eu apenas imaginaria ouvir num filme de terror.
O grito fez eco por todo aquele mundo escuro lá fora.
O senhor John olhou para mim e pareceu surpreendido.
- Peter? - ele perguntou.
- Está bem, senhor John? - perguntei.
- Estou ótimo. Obrigado por apareceres... - ele disse.
A Bethany correu para mim e abraçou-me.
- PETER! - ela gritou enquanto me abraçava.
Eu abracei-a de volta.
- Peter. Tu por acaso não viste a minha mulher? - perguntou o John preocupado.
- Não. Eu também não sei dos meus pais. Também fui a casa dos Gibson, mas não havia lá ninguém. - respondi.
John colocou-se de pé.
- Ao que parece andam pessoas a desaparecer. - ele disse - Sem falar do Sol.
Depois ele olhou-me nos olhos.
- Peter? Estás bem? - ele perguntou.
Eu não tinha percebido a pergunta.
- Sim, porquê? - perguntei.
- Os teus olhos... Estão muito vermelhos.
Já me tinha esquecido da luz vermelha por causa daquela criatura.
Eu expliquei-lhe detalhadamente o que me aconteceu e ele pareceu assustado.
Ele encostou-se à parede e passou as mãos pela cara.
- O que se está a passar? - perguntou ele.
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O Dia em que o Sol não voltou [CONCLUÍDO]
Ficção Científica(Livro de Ficção Científica e Paranormal) LIVRO ANTIGO! A ESCRITA PODE NÃO ESTAR TÃO BOA! "O Dia em que o Sol não voltou" conta a história de várias personagens que testemunharam o dia em que o Sol não se levantou de manhã. Com medo, tentam encont...