Capítulo 9 - O Colar de Ouro

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Não foi apenas a Kate e Jessie que aquele homem apareceu naquela noite...

Horas antes de a festa onde Kate ia começar, o homem já tinha aparecido a outras pessoas.

5 horas antes do desaparecimento do Sol...

- Tens a certeza que é verdadeiro? - perguntou Tommy.

- Por favor, Tommy. Eu nunca te dei nada para vender que não fosse verdadeiro. Às vezes até suspeitavas e investigava... Mas claro, era sempre verdadeiro. - disse o homem gordo e careca à frente de Tommy, convencido.

O homem tinha uma barba ruiva e usava óculos pretos.

- Onde arranjaste? - perguntou Tommy.

- Normalmente eu não te costumo dizer. Mas desta vez até eu estou com dificuldade em não contar... Digamos que a minha equipa conseguiu roubar um navio onde se encontrava um grupo de pessoas que tinha ido investigar as pirâmides do Egito. Estavam a voltar para Itália pelo Mar Mediterrâneo, mas a nossa equipa conseguiu lá chegar e roubar alguns dos pertences. Esse colar que aí está é feito de ouro verdadeiro e deve valer perto de um milhão de dólares. - respondeu o homem careca.

O colar representava o Sol, feito num completo ouro brilhante, com pequenas esmeraldas em cada ponta dos raios de Sol e um pequeno diamante no centro.

Era completamente perfeito. Feito sem nenhuma falha.

- Um... Um milhão? - gaguejou Tommy.

- Ouviste bem. Eu apenas quero metade do dinheiro quando o venderes. - respondeu o homem.

- Metade? - perguntou Tommy.

- É uma percentagem maior, porém é muito mais dinheiro do que alguma vez ganhaste aqui. - respondeu o homem.

- Sim, mas é muito mais arriscado. - respondeu Tommy um pouco chateado.

- Continua a ser muito dinheiro. - respondeu o homem - Mas, só levas se quiseres. Se achares que é demasiado para ti, eu arranjo outra pessoa.

Ambos se ficaram a entreolhar por uns segundos, antes de Tommy levantar a mão e pegar no colar.

- Eu vendo, Greg - ele disse.

O tal de Greg colocou um sorriso na cara e disse:

- Eu sabia que não ias desperdiçar esta oportunidade, Tommy.

Tommy apenas virou as costas e andou até à saída da velha loja, enquanto colocava o colar de ouro no bolso das calças.

Tommy já vendia algumas relíquias da loja de Greg há dois anos.

Nesses anos, apenas tinha visto relíquias de prata e bronze. Nunca tinha visto algo de ouro verdadeiro, muito menos com pequenas esmeraldas e um diamante.

Ele teria que esperar no mínimo uma semana antes de vender o colar, pois seria muito arriscado vendê-lo logo após ter sido roubado.

Mesmo após essa semana, continuaria a ser arriscado vender o colar, devido ao seu valor.

Mas, Tommy já não se importava com o risco. Não tinha nada por que lutar. Não tinha emprego além daquele, não tinha família e o mais próximo de amigos que ele tinha, seria os velhotes que falavam com ele quando ele saía para beber um café.

Nao tinha nada a perder.

Estava prestes a chegar a casa, quando sentiu uma mão a agarrar-lhe o braço.

Tommy assustou-se quando viu aquele homem, branco como a neve, vestido como um monge e com o capuz a tapar-lhe a parte superior da face.

— Não o podes fazer. - disse o homem.

— Desculpe perguntar, mas eu conheço-o? - perguntou Tommy chateado.

— Não podes fazê-lo, Tommy. - continuou o homem.

— Como sabe o meu nome? Fazer o quê? - perguntou Tommy.

— Não podes vender o que tens no bolso. - respondeu o homem - Vai entrega-lo ao seu amigo naquela loja e dizer que já não o vai vender.

Tommy olhou-lhe nos olhos, mas passados uns segundos começou-se a rir.

— Boa tentativa. - disse Tommy - Eu sei quem você é.

— Acredito que você não saiba. - respondeu o homem.

— Podes crer que sei. - disse Tommy chateado - Deves ser o outro vendedor que o Greg disse que daria o colar, caso eu não o vendesse. Fiquei eu com o colar e agora tentas assustar-me com essa roupa de dia das bruxas. Veja se cresce.

Dito isto, Tommy virou as costas, mas logo o homem lhe tocou no ombro de novo.

— Não faça isso... Você não será o único a sofrer as consequências caso decida vender esse colar. Será você e outras pessoas inocentes. Não queira ser responsável pela desgraça delas. - avisou o homem.

Tommy empurrou o homem.

— Saia daqui. Nunca mais o quero ver. - disse Tommy.

O Dia em que o Sol não voltou [CONCLUÍDO] Onde histórias criam vida. Descubra agora