EXTRA

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NOTAS: Agora sim, o último capítulo, no último dia do ano! Quero agradecer imensamente à todes que estão lendo esse cap. Quem chegou aqui desde o começo, quem chegou em outubro, quem chegou ontem e quem tá lendo muitos anos lá na frente. Brofriends foi escrita e postada para me trazer um conforto em meio a pandemia, mas foi muito mais que isso. Espero que um dia os cientistas expliquem por que o amor enorme entre dois personagens fictícios me deixa tão feliz, mas até lá, não sei explicar. Espero que as confissões muito muito gays aqui deixem vocês felizes e emocionados assim como me emocionou escrever. Obrigado por acompanhar até aqui!



Eijirou apreciou a vista no topo da montanha. Tinha sido um longo caminho a escalar com Katsuki, seguindo trilhas, indo pelo meio da floresta, subindo em árvores e pedras só por diversão e experimentando o banho em rios de água doce e fria para se refrescar. Ao fim, ontem à tarde, eles chegaram juntos ao topo.

Os dois assistiram juntos o pôr do sol, comendo e descansando da longa caminhada durante a noite, já que pela manhã deviam voltar para casa. Kirishima até pensou em fazer aquilo pela noite, mas não conseguia tirar a imagem belíssima do sorriso de Bakugou e seus fios loiros iluminados pelo sol no começo da manhã de sua cabeça, então decidiu aguardar o amanhecer.

Respirando fundo, os olhos focados no azul que lentamente clareava no céu, dando lugar a um roxo clarinho, o laranja, o amarelo e o rosa, sinalizando que o sol estava quase despertando. Estava quase na hora do sol ser agraciado com a visão da mais bela estrela do Universo. Só faltava ele acordar.

Kirishima colocou Lemon Boy, de Cavetown, para tocar. A música era calma e suave, sobre alguém que faz amizade com um 'garoto limão' - azedo e cítrico - com quem ele acaba se dando bem. Como na música, o ruivo achava muito fácil ser legal com alguém azedo como Katsuki, e desejava que eles pudessem viver para sempre. Ou, pelo menos, que eles pudessem viver juntos o máximo de tempo possível.

Ele escutou o barulho da barraca abrindo, logo viu Bakugou sair de dentro dela, esfregando os olhos miudinhos de sono.

— Bom dia, amor. — Ele falou, a voz rouca.

— Bom dia, amor. Vem cá. — Eijirou chamou.

— Que foi? Quer um café da manhã diferenciado? Vai ter que esperar. — Katsuki brincou.

Eijirou riu, reunindo sua coragem.

— A gente se conhece há 10 anos, né? Fez uma década esse ano que você mandou eu tomar no cu por sentar perto de você no intervalo.

— Uma década que você foi besta o suficiente pra sentar do lado do cara que todo mundo no colégio detestava. Aí você levou um fora e, para a surpresa de todos, continuou enchendo meu saco. — Bakugou riu.

— E valeu a pena, não valeu? Hoje você faz meu café da manhã todo dia. Lava até minha roupa suja. — Eijirou rebateu.

Bakugou fechou a cara, um biquinho enfeitando seus lábios, pois Eijirou vencera a pequena implicância matinal deles.

Eijirou riu, pegando a mão de seu namorado na sua.

— Fez dez anos que a gente se conheceu, que você me deu um fora e que eu pensei "Ah, esse cara é chato, mas não é tão ruim". Três anos depois, a gente foi pra formatura juntos, todo mundo já achava que a gente namorava naquele dia, sabia? Logo depois, a gente passou a morar junto, e então namorar. E, ao invés de pensar "Ah, ele não é tão ruim", eu passei a pensar "Ele até que é legal de vez em quando", até que eu pensei "Ah, a gente é muito parecido". A gente é bem parecido, Katsuki. Nossos medos, inseguranças, desejos e sonhos. Pra muita gente, somos os maiores opostos. Não somos. — Eijirou olhou nos olhos dele. — Somos duas faces da mesma moeda, muito semelhantes em nossa diferença. Choramos juntos sobre nossas ansiedades e nos confortamos juntos. Eu vi refletida em você a mesma tristeza que eu senti diversas vezes. Eu vi em você o mesmo amor e lealdade que tenho pelos meus amigos. Eu vi em você a alegria e os sorrisos que já enfeitaram meu rosto. Não somos opostos. Você não é difícil de amar, como muitos pensam. Foi muito fácil ser gentil com você, me apegar a você, ser seu amigo. Foi a coisa mais fácil do mundo me apaixonar por você. Amar você até hoje é uma das coisas mais simples e fáceis que eu já fiz. Mesmo quando você é difícil, mesmo quando brigamos, mesmo quando eu morro de vontade de te sufocar enquanto você dorme, mesmo quando você está sendo insuportável por causa de alguma besteira —

— Tá, tá, eu entendi. Pode ser bem difícil. — Bakugou interrompeu.

Ambos riram baixinho e ele notou seu namorado engolir em seco, disfarçando os olhos molhados.

— O que eu quero dizer é que... mesmo quando tudo é complicado, quando a vida está ruim e você é difícil, mesmo quando brigamos. Amar você nunca foi difícil. Você continua sendo a melhor coisa que me aconteceu, Katsuki. E espero ser isso pra você também. Quer casar comigo? — Eijirou perguntou, puxando a caixinha com a aliança do bolso e abrindo-a, expondo o anel prateado.

No silêncio que se sucedeu, a música pareceu mais alta. Katsuki parecia estar pensando em muitas coisas. Enquanto o sol nascia e iluminava os olhos vermelhos e os fios loiros de seu melhor amigo e - tinha esperanças - futuro noivo em breve, Kirishima teve ainda mais certeza do que estava fazendo. Queria viver com Bakugou para sempre.

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O pequeno salão estava bem iluminado, as diversas flores amarelas e vermelhas enfeitavam as mesas, fitas laranjas presentes em cada detalhe. Cada mesa estava repleta de comida e tudo brilhava, muito belo e organizado.

Todavia, todos os olhos estavam voltados para os noivos. A juíza estava no altar, guiando a cerimônia. As alianças de ouro brilhavam, recentemente colocadas na mão esquerda de cada noivo, que assim como os convidados não conseguiam tirar os olhos um do outro.

As mães de Kirishima choravam, abraçadas uma à outra. O pequeno menininho que elas criaram era agora um homem formado, com um bom emprego e tinha acabado de proferir seus votos para aquele que seria, ao fim da cerimônia, seu marido. O bebê delas cresceu tanto!

Todos aguardavam ansiosos os votos de Bakugou. Conhecido por ser frio, grosso, insensível e péssimo com as palavras, ninguém realmente esperava muito dele no casamento. Os votos de Eijirou tinham feito todos chorarem e desejarem que um dia pudessem se casar, ou ao menos achar um romance como aquele para si. E os que não tinham interesse algum por romances ou casamentos ficaram ao menos felizes por verem os amigos tão radiantes de felicidade.

Bakugou respirou fundo, sabendo que todos os olhos estavam focados nele. No entanto, ele não conseguia tirar os olhos de Eijirou, no terno preto que lhe caia como uma luva, destacado por detalhes vermelhos que chamavam atenção para seus olhos e cabelos, perfeitamente preso num rabo de cavalo frouxo, com algumas mexas emoldurando seu rosto. Ele apertou em suas mãos o papel branco com seus votos, rasgado, manchado e derretido com seu suor. Ele tomou a péssima decisão de segurá-lo na mão para não perder, mas a suadeira de sua ansiedade e nervosismo destruiu os votos que passara uma semana reescrevendo como um louco. Ele fez uma contagem mental até dez com os olhos fechados.

O jeito, agora, era improvisar.

— Quando Eijirou me pediu em casamento, eu aceitei. Na hora, eu pensei que foi porque o amava. Porque queria fazê-lo feliz e sabia que ele sempre quis o casamento, nada muito além disso. Mas aí, eu pensei em algo. Me veio uma imagem na cabeça: eu e ele, muito mais velhos, e nossos filhos. Eu seria o pai rígido, mandão, estrito e ele seria o pai mole, que mima as crianças, e as deixa fazer tudo o que querem. Nós brigariamos por isso todos os dias. — Ele respirou fundo. — Mas mesmo a imagem dessa briga colocou um sorriso no meu rosto. Nós nos amaríamos, para sempre. Seríamos uma família pequena, briguenta, cheia de pequenos desentendimentos, mas nos amaríamos, respeitaríamos sempre a individualidade e desejos de nossos filhos e mostraríamos a eles o melhor caminho. Eu sei que faríamos de tudo por eles. Naquele momento, eu percebi que morreria pelos filhos hipotéticos que tinha acabado de imaginar com o homem que sequer era meu esposo até então. E foi aí que eu disse sim. Porque percebi que jamais poderia desejar um futuro, uma família, ou mesmo uma vida sem este homem. Eu te amo, Eijirou.

Chorando, Eijirou se aproximou e beijou Katsuki. Um beijo rápido e singelo, e logo eles se afastaram.

Assim que encerrada a cerimônia e com ambos oficialmente casados, foram conversar e se divertir com seus amigos mais íntimos e família. Era, afinal, só mais um ponto, mais um momento na longa história de amor dos dois. Muitos outros momentos repletos de amor, carinho, devoção e amizade os esperavam.



NOTAS: Obrigado por lerem até o final. Até a próxima. Caso tenham gostado mesmo do meu estilo de escrita podem acessar meu perfil e ler mais histórias! Tenho muito mais KiriBakus e até uma KamiShin, fiquem comigo por aqui que, espero, conseguirei postar mais fics ano que vem! Feliz ano novo!!!

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