Capítulo 9

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Kirishima ouviu a porta bater com força contra sua parede, já se perguntando o que tinha feito dessa vez.

Bakugou estava em seu quarto só de toalha, o cabelo ainda úmido e o olhar raivoso e acusatório. Provavelmente ele descobrira mais uma roupa que Eijirou havia roubado.

— Você pegou a minha camisa preta?

Bingo!

— Que camisa preta? — Eijirou perguntou, fechando a porta de seu guarda-roupa e se aproximando de Bakugou, sua mente correndo para achar uma forma de distraí-lo.

Era injusto que Bakugou estivesse saindo tanto e tendo compromissos que o pediam que usasse algo diferente de suas fardas de ficar em casa e de sair, que consistiam em 2 calças, uma bermuda e 3 camisas. Quando as coisas estavam normais, Kirishima sempre podia roubar o que quisesse que ele demorava meses ou anos para notar, até mesmo quando Eijirou ousava vestir a roupa na frente dele, muitas vezes o outro não reparava que a roupa o pertencia.

Mas agora com essa nova vida agitada Eijirou estava levando bronca toda semana, pois Katsuki continuava percebendo a ausência de diversas roupas. Veja bem, não é que Eijirou precisava de roupas. Era apenas a emoção de pegar de Katsuki e vir com o cheirinho dele, além de sempre se sentir bem vestido quando era algo dele, mesmo que gostasse de seu próprio estilo.

— A camisa preta com uma Mamba Verde na frente que você disse que era linda quando eu usei a primeira vez e depois eu nunca mais vi. — Bakugou falou, ameaçadoramente.

— Hummm, aquela camisa? Poxa, tu nunca mais usou, né? Fica linda em ti, por que tu nunca mais vestiu? — Eijirou pagou de doido.

— Talvez porque você me roubou aquela camisa? Eijirou eu vou apresentar um artigo na faculdade hoje, me da minha blusa, vai.

Eijirou fez beicinho.

— Não fica bravo comigo!

— Não to bravo, idiota. — Bakugou falou de cara fechada.

Eijirou se preocupou de verdade. Não gostava quando Katsuki ficava com raiva dele. Era raro, e ele não gostava quando acontecia, nem mesmo se fosse só por 5 minutos.

— Não fica com raiva de mim!

— Não tô, meu deus!, eu disse alguma coisa? Só me da minha camisa que eu vou sair cedo.

Eijirou fez beicinho e choramingou.

Mas logo uma ideia passou por sua cabeça de repente e ele sorriu, travesso.

Não uma boa ideia, claro. Só... uma ideia.

Ergueu seus dedos em direção à barriga exposta de Bakugou, ainda molhada do banho e começou a fazer cócegas, escutando a gargalhada rápida e descontrolada de seu amigo.

O segredo que Katsuki o fez prometer não contar e Eijirou guardou até de Denki, como uma arma secreta que só ele podia usar: Bakugou tinha cócegas. Na barriga, nos pés e no pescoço. Um mero toque era suficiente para liberar a maior das gargalhadas, um som doce que Eijirou amava ouvir, contudo raramente era abençoado com essa dádiva.

— P — p — ara! Faz cosquinha! — Bakugou falou, em meio a risos, se segurando em Eijirou para não cair e movimentando seu corpo para fugir dos braços fortes do amigo que o segurava.

Eijirou não teve piedade. Sentia tanta saudade de ouvir Katsuki rindo daquele jeito.

— Para, c — caralho! — Bakugou falou, quase sem ar, tentando revidar as cosquinhas em Eijirou, que para a infelicidade dele não era tão sensível a isso.

Bakugou se contorcia nos braços de Eijirou enquanto suas risadas reverberavam pelo apartamento que dividiam, os olhos molhados de lágrimas querendo cair.

Os dois pararam de se mexer quando, de repente, a toalha em volta da cintura de Katsuki caiu no chão. Bakugou sentiu primeiro e parou de tentar fugir, engolindo em seco. Eijirou olhou para baixo quando o amigo parou de se mexer e voltou a olhar para cima tão logo percebeu o que aconteceu.

Com vergonha, ambos ficaram ali, Eijirou ainda segurando a cintura de Katsuki suavemente e o loiro respirando pesado, se recuperando das cócegas enquanto segurava o ombro de Eijirou. Um evitando olhar nos olhos do outro.

Tomando uma atitude, Eijirou se afastou e disse:

— Eu vou levar sua camisa no seu quarto. — ele murmurou, já de costas e abrindo de novo a porta do guarda-roupas.

— Tá certo. — Bakugou falou baixinho, pegando a toalha e saindo do quarto após se cobrir novamente.

Eijirou pegou a camisa preta e levou para o quarto do amigo tentando não pensar em pêlos pubianos ou cinturas finas.

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