Capítulo 8

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Bakugou olhou para a bola com cara de joelho cheia de remela, baba e catarro em seus braços.

Ele nunca gostou muito de crianças. Mas ele não gostava de seres humanos no geral, nenhuma fase da vida humana parecia menos insuportável, de qualquer forma.

Os vizinhos do andar de cima que tinham um bebê deixaram a criança em seus braços enquanto subiam para procurar algum documento que esqueceram, prestes a levar o filho para um checkup de rotina.

Bakugou, que estava na recepção, na porta dos elevadores, prestes a subir para ir descansar em sua casa, segurava o bebê o melhor que podia, enquanto o projeto de ser humano olhava para sua cara e ria, enquanto jogava os bracinhos para cima parecendo querer agarrar seu cabelo.

Bakugou franziu o cenho. Que porra aquele ser minúsculo achava que era para rir dele assim?

— Tá rindo de quê, projeto de gente? Nem osso tu tem, tá querendo arrumar briga comigo?

O bebê riu mais alto, mostrando a gengiva com um ou dois dentinhos brancos, os dentinhos de leite querendo nascer.

Antes que notasse, ele estava brincando com o bebê, batendo o punho fechado bem de leve contra o punho dele, a insinuação de um sorriso brincando em seus lábios enquanto a risada do bebê preenchia o térreo do prédio no qual ele morava com Eijirou.

E, falando no diabo, o ruivo logo apareceu por trás dele, erguendo o dedo na direção do bebê e logo sendo agarrado pela mãozinha pequena, que se fechou num aperto forte no dedo do amigo.

— Ele é forte. — Eijirou comentou, a expressão mostrava a pergunta silenciosa "Quem é ele?"

— Filho do casal do 603. Eles jogaram o pacotinho nos meus braços e foram buscar alguma coisa que esqueceram lá em cima.

Kirishima murmurou em entendimento e voltou a brincar com o bebê, puxando o dedo com pouca força, vendo a criança puxar com toda a força que tinha, o rosto franzido em concentração.

— A gente pode ficar com ele? — Kirishima olhou para Bakugou fazendo carinha de cachorro abandonado.

— Ce ta doido? Ele tem pais! — Bakugou argumentou o óbvio.

— E? A gente rouba ele e esconde lá em casa.

— E ninguém vai notar que o bebê deles tá lá em casa, né?

— Vai não. — Kirishima respondeu, dando um beijinho de esquimó nos dedinhos da mão do bebê. — Vai, vamo roubar ele.

Assim que Eijirou terminou de falar o elevador em frente a eles abriu e de lá saiu o casal do 603, a mãe pegando o bebê do colo de Bakugou e agradecendo muitíssimo antes de sair, o marido e a filha mais velha logo atrás dela cumprimentaram Eijirou enquanto passavam.

— Parece que a gente perdeu a oportunidade, né? — Bakugou falou, fingindo que lamentava.

— Relaxa, na próxima a gente rouba ele. — Eijirou falou, rindo enquanto entrava no elevador com Bakugou.

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