cap 7

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Bakugou suspirou.

Kirishima estava tendo uma crise de ansiedade, estava bem claro para ele. Claro que sabia reconhecer uma, depois de todos esses anos de amizade.

E, como o ruivo sempre estava lá para ele durante seus ataques de pânico, estaria ao lado dele agora também.

Se aproximou do montinho de lençóis no meio da cama dele que chorava alto e se escondia, tremendo tão intensamente que Bakugou conseguia notar, mesmo que os lençóis mal marcassem forma alguma do amigo.

— Eiji.

O amigo não respondeu quando chamou.

— Eiji, eu to aqui pra você. Se quiser conversar, se quiser ficar abraçadinho na cama, quiser ver um filme. Mas primeiro preciso que saia de debaixo dos lençóis e a gente vai fazer um exercício de respiração, okay?

Bakugou esperou, os segundo parecendo horas enquanto usava toda sua paciência.

Devagar, os lençóis se moveram, revelando um Kirishima assustado, a cara molhada de lágrimas e tremendo.

Bakugou agarrou as mãos do amigo enquanto guiava o exercício de respiração, inspirando profundamente e expirando lentamente.

Katsuki sempre se certificava de fazer o exercício olhando nos olhos de Eijirou, para passar calma, segurança e afeição para o outro o máximo que podia.

Quando a respiração acalmou e as lágrimas pararam um pouco, Kirishima se jogou no peito de Katsuki, abraçando o amigo com força e deixando as lágrimas escorrerem livremente, um fluxo suave de tristeza molhando a camisa preta que Bakugou vestia.

O loiro acolheu Eijirou em seus braços, com carinho, iniciando um cafuné nos fios vermelhos, notando que a raiz preta já começava a ser notável. Teria que ajudá-lo a retocar em breve.

— Eu me sinto tão inútil. Bakugou, por que eu não consigo fazer nada direito? Por que eu sempre estrago tudo, por que eu não sou bom o bastante? Por que eu sou tão feio, tão estranho? Por que parece que ninguém gosta de mim de verdade e as pessoas só tem pena do quão lamentável eu sou?

Bakugou segurou com toda sua paciência a vontade de estapear a cara de Kirishima. Não funcionava nesses momentos. Ele tentou antes, o resultado foi horrível. Ele não tinha tato, nem calma, nem paciência para lidar com tantas inseguranças de Kirishima, não como Mina, que sempre parecia dizer as coisas certas e ajudá-lo a lidar com tudo e até tinha convencido ele a fazer terapia.

Bakugou era uma bagunça. Era tão quebrado quanto Eijirou, por mais que de uma forma diferente.

Com toda a doçura que uma pessoa como ele poderia ter, ele disse:

— Você não é inútil, Eiji. Queria que pudesse se ver com meus olhos. O quanto você é incrível, inteligente, esforçado. As pessoas te amam e ficam junto de você porque você é gentil, é um doce, é educado. Você parece um raio de sol em forma de gente, Eijirou. Todo mundo te ama de verdade. Você...

Bakugou se interrompeu. Ver Eijirou tão triste sempre mexia com ele e ele falava demais. Mas não eram mentiras. E talvez naquele momento ele precisasse muito escutar.

— Você é lindo. Tem o sorriso mais lindo do mundo. Caralho, bro, você é foda. É criativo, faz todo mundo se sentir bem. Você é lindo e perfeito por dentro e por fora. E todas essas baboseiras ai...

Katsuki se calou. Tinha falado demais e odiava se sentir exposto e agir todo meloso. O calor em suas bochechas evidenciava que estava corado e ele apertou mais o rosto de Kirishima contra seu peito, com medo que ele tentasse levantar para olhar para si.

— Também te amo, bro. — Kirishima respondeu, a voz abafada em meio aos seus braços.

Bakugou não disse nada, só abraçou Eijirou mais forte em seus braços e ficou com ele até que se acalmasse.

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