Brofriends

Capítulo 4

Eijirou espirrou mais uma vez. Assou o nariz com nojo e jogou o lencinho descartável na lixeira ao lado da cama.

Estava doente, com uma gripe horrível, espirrando, tossindo e com febre. Sem a mínima condição de ir para a aula hoje e muito feliz que Bakugou não tinha aula. Assim podia fazer o tanto de manha que quisesse para que ele lhe ajudasse em tudo.

Desde o minuto em que Eijirou acordou até agora, Bakugou só não o havia ajudado a ir mijar. Ele tinha lhe apoiado para chegar ao banheiro, esquentado a água do banho e até ajudado a tirar a camisa e depois lhe deixado no banheiro para tirar sua cueca e tomar banho. Eijirou sabia que estava se aproveitando um pouco do amigo, mas ficava no paraíso nas raras vezes em que adoecia e Katsuki largava o jeito mais grosso e cruel para cuidar dele.

Claro, ainda era Bakugou, então ele ficava culpando o próprio Eijirou por adoecer e só faltava bater em Eijirou se ele dissesse que não queria comer no horário, ou quisesse comer ou beber algo gelado. Katsuki literalmente lhe estapeou quando insinuou que queria um sorvete.

Ele tinha cuidados violentos, mas ainda era mil vezes mais doce do que o normal e Eijirou adorava. Ele era um homem carente e sabia disso.

Claro.

Era só carência.

Não tinha nada de diferente ou especial em ser Bakugou tomando conta dele com tanto cuidado e atenção.

Claro que não.

O amigo logo apareceu no batente da porta com um copo de água e remédio, sentando no canto da cama enquanto entregava o comprimido e em seguida a água para o ruivo tomar.

— E ai, ta melhor? Passou mais a febre?

— Passou, acho. Ainda to espirrando muito. E to com fooooome! — Eijirou choramingou, fazendo biquinho após engolir o remédio e todo o copo com água.

— Teu almoço ta pronto, vem comer na cozinha. — Bakugou disse, se levantando da cama e esperando Eijirou acompanhá-lo.

Contrariando as óbvias expectativas do loiro, Kirishima permaneceu na cama, já preparando sua melhor carinha de manha, sabendo que estava prestes a abusar da bondade de seu melhor amigo.

— Traz minha comida na cama, Bakuguinho.

Kirishima percebeu todo o corpo de seu amigo tensionar ao ouvir sua voz. Ele respirou fundo e expirou com força.

Eijirou segurou a risada. Irritar Katsuki era de longe seu esporte preferido. Ele ficava tão fofinho com raiva.

— Ô seu filho de uma...duas senhoras muito agradáveis, suas mães não merecem essa desgraça de filho aproveitador que têm, seu corno safado. — Bakugou falou rápido, morrendo de raiva.

Kirishima riu alto. Bakugou milagrosamente se dava muito bem com suas mães, principalmente Karin, que sempre insistia em fazer ou comprar suas comidas favoritas sempre que ele visitava. Era fofo, por mais que ficasse com um certo ciúme da interação dos dois. Ele era um filho ciumento, okay?

Aproveitando que Katsuki estava respirando fundo e longe, na porta de seu quarto, sem nenhuma arma que pudesse usar, Kirishima repetiu:

— Kats, me traz comidaaaaa! Vaaaai, por favorzinho. Traz minha comida. Cê sabe que eu te amo, né? Por favorzinho, favorzinho, favorzinho.

Eijirou se preparou para ver uma expressão raivosa no rosto do seu amigo, o rosado de quando ele corava sempre que dizia que o amava (coisa que ele fazia frequentemente com qualquer amigo), ou para Bakugou achar algo do nada para jogar nele. No mínimo uma enxurrada de xingamentos.

No entanto, nada disso veio.

Katsuki saiu do quarto e não voltou por alguns minutos. Eijirou voltou a deitar meio sonolento e amuado. Será que ele tinha ficado com raiva de verdade?

Quando Kirishima estava quase pegando no sono ele sentiu alguém sentar ao seu lado na cama.

— Come logo, desgraça. E cuidado que tá quente.

Katsuki, sem olhar em seus olhos, lhe estendia o prato de almoço que ele mesmo tinha feito. Saboreando um pouco do caldo da canja de galinha, Eijirou notou que estava delicioso.

Amava os cuidados de Katsuki quando estava doente!

notas:

espero que tenham gostado!

adiantei a att que seria amanhã kkkkk

as atts de brofriends serão a cada 15 dias, aos sábados a partir de agora!

ou seja, até dia 11 de julho (e depois só dia 25 de julho)