Capítulo 2

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Kirishima puxou suas crocs do armário com um sorriso enorme enfeitando seu rosto. E, logo em seguida, puxou o par dourado que estava ao lado das suas.

Perfeito!

Ele foi até a sala do apartamento que dividia com seu melhor amigo com o maior sorriso do mundo em seu rosto, em parte porque sabia o quanto ia irritar Bakugou nos próximos 10 minutos.

Katsuki logo franziu o cenho ao vê-lo, nada feliz ao ver as crocs em suas mãos.

— To com nossos calçados pra festa de hoje!

— Nossos?

— É, nossos. Eu vou com essa crocs vinho e você com essa dourada, pra combinar com teu cabelo! — Eijirou abriu o maior sorriso que podia, apenas esperando o furacão Katsuki começar.

— Eu. Não. Vou. Usar. Esta. Caralha.

— Vaaaaaai, Bakugou, por favor, por favor, por favoooooooooor!

— NÃO.

— Por favor!

— Não, inferno. Já me basta ter que ver você todo ridiculo com esse cabelo de merda e essas crocs horríveis pra cima e pra baixo, você acha que vai me convencer usar isso também. Não. Não quero e não vou.

Kirishima baixou os braços que seguravam as crocs e seu sorriso caiu um pouco. Uau. Ele definitivamente não esperava isso tudo.

— Bakugou, não precisa ser tão cruel.

— Só me deixa em paz um pouco, Eijirou.

Eijirou ficava de boas com muita merda de Katsuki, ele entendia e via além das barreiras e disfarces. Mas como um bom melhor amigo, ele também sabia que Katsuki precisava e muito de alguém para lhe dar um bom puxão de orelha às vezes. E era isso que faria, com uma pitada de drama, claro.

— Hummm, beleza. Vou te deixar em paz. Pra sempre. Eu sabia que seria difícil morar com você, mas olha tá muito complicado. Cansei, vou empacotar minhas coisas. A começar pelas minhas crocs.

Eijirou deu a volta e pisou forte no chão indo em direção ao seu quarto, mas nem 2 metros distanciavam ele e seu melhor amigo quando ele ouviu:

— Eijirou, desculpa. Eu só tô estressado. Fui mal na prova que te falei. Errei uns detalhes idiotas e o professor pega muito no meu pé. Não precisa disso tudo.

O coração de Eijirou amoleceu vendo o biquinho de Katsuki. O loiro nem sabia que fazia biquinho, mas Kirishima havia notado aquilo alguns meses depois de iniciar a convivência diária com seu melhor amigo do ensino médio. Sempre que ele se sentia contrariado ou tinha que pedir desculpas a Eijirou ele fazia biquinho, a expressão relutante e frustrada.

Mas Eijirou sabia que eram desculpas sinceras. Isso não o impediria de fazer um pouco mais de drama.

— Seu cabelo não é uma merda. Desculpa.

Kirishima continuou encarando Katsuki, como se esperasse por algo.

— Não vou retirar o que eu disse sobre as crocs. São horriveis.

Eijirou revirou os olhos.

— O que eu faço pra você me desculpar?!

— Me abrace e eu penso no seu caso. — Eijirou falou, se jogando no sofá por cima de Bakugou e o abraçando de uma vez.

— Não é pra descontar em mim só porque tá estressado, a gente pode só conversar, sabia? Não me trata assim que eu sou sensível. — Eijirou falou, o rosto enterrado no peito de Katsuki enquanto sentia os braços dele o abraçarem frouxamente.

— Tá bom. Desculpa.

— Tudo bem! Relaxaaaaaa.

— Não vai embora. Não ameaça ir embora de novo, tá? — Katsuki perguntou, tão baixo como num sussurro.

Quando Eijirou tentou levantar a cabeça para olhar o rosto de seu amigo o outro segurou sua cabeça com a mão, prendendo-o no vão entre o peito avantajado de Katsuki.

Abraçando Bakugou ainda mais apertado, Eijirou apenas assentiu.

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