Cartas para um Estranho | Jeon Jungkook

Sempre vou amá-la

Quando voltei ao hospital no dia seguinte, tudo estava mais calmo. As pessoas ainda comentavam sobre o acontecido, mas agora todos já estavam mais calmos, ainda mais com a presença de vários policiais rondando o local. Alguns ainda estão á procura do causador de toda aquela confusão e isso me preocupa. Espero que eles logo se esqueçam disso, afinal, só houve uma pessoa ferida em meio a tudo isso. E aqui estou, de frente para ela agora, sem saber ao certo o que dizer.

- Fico feliz que tenha vindo. - Sua voz saiu baixa. - Você está bem?

Não.

Nenhum pouco.

- Melhor do que eu mereço. - Respondi o encarando. - Confesso que não imaginei que nos veríamos de novo, pensei que você já tinha seguido a sua vida.

Jimin está deitado na cama sem camisa, com vários curativos e sua pele está pálida. Ele está tomando soro na veia devido a fraqueza e pelo o que eu ouvi do médico, ele deve receber alta ainda essa semana, já que o tiro que ele levou não o feriu em lugares críticos.

- Eu tentei, mas não consigo viver sem você.

Parece que eu só arrumo homens assim, que não conseguem viver sem mim e que acabam fazendo certas loucuras depois disso.

- Terá que aprender.

É muito ruim alguém ser assim tão dependente de outra pessoa.

- Como se fosse fácil. - Se sentou com bastante dificuldade e passou a mão nos cabelos, tenso. - Se fosse, eu já teria seguido em frente. Fiquei com várias mulheres e não conseguir amar nenhuma delas.

Isso é um problema...

- Por que veio atrás do Jungkook? - Fui direto ao assunto. - Por que o provocou daquele jeito? Por que você quis causar tudo aquilo?

Não posso ficar amolecido ao vê-lo nesse estado. Não posso ter um coração tão mole assim.

- Porque eu estava com muita inveja de vocês dois. - Falou com naturalidade. - Apesar de tudo o que ele te fez, você o perdôo. Você o deu uma nova chance. Uma chance que eu queria.

- É diferente...

- Diferente por que? - Nossos olhares se encontraram. - Tudo bem que eu não sou o melhor homem do mundo, sei que estou muito longe disso. Admito que fui um tóxico doentio, mas pelo menos eu nunca sujei minhas mãos com o sangue de alguém. Sou alguém puro nessa parte.

- Você é um covarde, Jimin.

- Covarde? É isso o que pensa de mim?

Isso e muitas outras coisas.

- Sim, foi covarde em vir até aqui e usar o nosso passado para atingir o Jungkook, ao invés de lutar por mim jogando limpo.

Ah, que situação difícil!

- E por que raios eu iria querer jogar limpo? Estou disputando o seu amor com um maluco assassino e só eu que devo ser sensato? Acha mesmo que essa pose de bom moço dele era real? Se você não tivesse chegado, tenho certeza que ele teria me matado!

- Se tem tanta certeza disso, então por que você apareceu aqui daquele jeito? - Questionei de braço cruzados. - Por acaso você queria mesmo estar morto?

- Se morresse significasse que você acordaria, então sim, - A transparência de suas palavras me deixou surpresa. Ele está sendo sincero, consigo sentir isso. - Eu morreria com prazer. Eu me importo com você e com a Miso. E não estou pedindo que termine com ele para ficar comigo, não me entenda errado.

- Então se não é isso que você quer, para quê se esforçar tanto? Não consigo te entender, Jimin!

Não mesmo!