Marcado pela desgraça

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Caminhei pelo pátio e me sentei em um banco depois de avista-lo. Há vários outros presidiários por aqui e a maioria deles, me encaravam. Duas vezes ao dia, nós criminosos, éramos liberados para vir até ao pátio e tomar um pouco de sol. Mas é claro que as pessoas não faziam só isso. Enquanto eu só ficava aqui no meu canto, alguns bebiam, outros fumavam e arrumavam qualquer tipo de intriga com os outros presidiários. Alguns ignoravam as provocações, enquanto outros, eram esquentadinhos demais e acabavam se metendo em uma baita confusão! E assim como acontecem nos filmes, sempre tem alguém na prisão que se acha o fodão e o dono da porra toda. 

E aqui não era diferente. 

Jung Hoseok, um homem todo tatuado, com piercings na boca e com várias cicatrizes espalhadas pelo corpo, parecia ser de longe, a pessoa mais respeitada daqui.

A maioria das pessoas nem tinham coragem de encará-lo e quanto a polícia? Bem, a maioria deles era quem trazia tudo o que ele tinha, como facas, celulares e cigarros

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A maioria das pessoas nem tinham coragem de encará-lo e quanto a polícia? Bem, a maioria deles era quem trazia tudo o que ele tinha, como facas, celulares e cigarros. Apesar de ser bastante quieto na minha, eu era uma pessoa muito observadora. E mesmo que eu ainda esteja aqui há pouquíssimo tempo, eu já sabia de muitas coisas. 

— É você que é o Jungkook? — Uma voz feminina me trouxe de volta à realidade. 

— Sim, sou eu. 

— Então venha comigo. O Hoseok está muito afim de conhecê-lo. — A mulher, de aparência muito mais velha do que eu, me puxou pelo o braço e me arrastou até uma roda de caras. — Aqui está ele, senhor. 

Todos me olharam e o tal Hoseok, sorriu ao me ver. 

— Olá, novato. — Assoprou uma grande quantidade de fumaça vinda do seu cigarro no meu rosto. — Nós só queríamos te dar as boas vindas. 

— Olá. — Falei sem medo. — Dispenso as suas boas vindas. Não estou afim de fazer amizades por aqui. 

— Ah, mas comigo você vai querer fazer sim! .— Me segurou pelo o queixo, abrindo um breve sorriso. Seu olhar era frio e intimidante. — Ual, você está todo machucado! Foi aquele delagadinho de merda que te deixou assim né? — Confirmei com a cabeça. — Já era de se esperar, mas se você fizer parte do meu grupinho, essas coisas não irão mais acontecer com você. 

Fiquei intrigado. 

Será que isso seria uma boa idéia? 

— Não? — Falei curioso. — E como você iria conseguir impedir isso? 

— É muito simples. Tá vendo aqueles carinhas ali? — Apertou meus ombros e me virou para frente, indicando mais de sete policiais rondando a entrada do pátio. — Eles são um dos polícias subornados por mim. São eles que conseguem tudo o que eu quero, sejam roupas melhores, comidas de boa qualidade, aparelhos eletrônicos, informações do lado de fora, e etc. — Me virou de volta para ele. — Tenho muitos contatos vindos do lado de fora, Jungkook. E depois do que um daqueles policiais me disseram ao seu respeito, eu fiquei muito interessado em você. 

Cartas para um Estranho | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora