Defendendo um inimigo

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Eu sentia pontadas fortes na minha cabeça. Não conseguia raciocinar direito. Não conseguia digerir tudo o que estava acontecendo. Aconteceu tudo tão rápido. Invadi o escritório do Jungkook, o seduzi e agora aqui estava ele, preso a uma cadeira e completamente inconsciente depois de ser acertado por um vaso na cabeça. Não vou mentir. De início, eu pensei sim em desistir de todo esse plano maluco, ainda mais depois de perceber o quão derretido ele se mostrou em relação a mim e ao meu toque. Ele ficou na palma das minhas mãos. Caiu como um patinho. Caiu como um idiota. E mesmo que eu demonstre estar super feliz com essa minha conquista, algo dentro de mim, se mantinha triste e vazio.

Foi difícil beijá-lo.

Foi difícil tocá-lo.

Pensei que não sentiria nada além de nojo ou repulsa com tudo aquilo que eu estava fazendo, mas o idiota do meu coração, ousou em querer bater por ele de novo. Ousou em querer amá-lo de novo. É difícil conseguir reprimir tais sentimentos que sempre foram presentes dentro de mim. É difícil continuar o odiando, porque agora, ele estava sozinho. Não tinha mais eu. E ao que tudo indica, duvido que Jungkook tenha alguém que possa chamar de família, pois caso tivesse, ele não estaria aqui nessas circunstâncias agora. Nem o Namjoon gostava mais dele.

Ninguém gostava.

- S/N, eu tô falando com você! - Lisa me cutucou novamente, tirando-me do meu desvandeio. - Em que mundo você está?

- Desculpa, eu só estava aqui pensando...

- Em?

- No que vai acontecer com ele. - Olhei para Jungkook, que começou a piscar de forma lenta, começando a acordar. - E em como ele será tratado na prisão...

- De forma bem ruim, é claro.

- Será que isso é realmente certo?

- Não tente querer blefar já a essa altura do campeonato, S/N. Foi ele que caçou tudo isso. Toda ação, tem uma consequência. - Sorriu com divertimento. - E a dele já deve está quase chegando.

- Ok...

- Eu já avisei todas as garotas sobre o que está acontecendo aqui. - Informou Jimin. Assim que ele passou pela a porta, seus olhos encontraram os meus. Ele sorriu quando viu o estado do nosso alvo. - Nossa, parece que você fez mesmo um belo trabalho por aqui!

- Pois é, essa girl aí arrasou! - Comemorou animada. - E aí, qual foi a reação das outras meninas?

- A maioria delas chorou de emoção, enquanto outras, as mais velhas deduzo, não se importaram muito com o que eu disse. - Segurou minhas mãos depois de vim até mim. - Elas devem ter sofrido tanto, que agora nem carregam mais nenhum tipo de esperança dentro delas.

- Eu sei. E eu as entendo. - Suspiro ela, tensa. - Porque eu também sou assim.

- Acho que deve ter sido um choque de realidade para elas. - Comentei. - Afinal, elas vão se ver livres de um Inferno depois de muito tempo.

- Verdade.

- E quanto ao Namjoon? - Perguntei. - Ele conseguiu dar um jeito lá naqueles capangas?

- Sim, já que é ele quem manda aqui depois do Jungkook, ele reuniu todos lá no escritório de baixo e recolheu todas as armas deles. Depois disso, ele apenas exigiu que todos permanececem ali até segunda ordem. E sendo os paus mandados que são, eles obedeceram sem questionar. Até porque, provavelmente o Namjoon os mataria se alguém se opusesse as decisões dele. Não é só do Jungkook que as pessoas sentem medo por aqui.

- Hum, é melhor a gente ficar atento em relação ao Namjoon. Esse comportamento de do nada querer bancar o bom moço e ajudar a pátria, é muito suspeito.

Cartas para um Estranho | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora