XI - Uma tarde com você

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SEROTONINA

Fazem alguns dias que não vejo Deidara. Ele saiu com um olhar devastado, correndo pela calçada. Talvez eu não devesse tê-lo tirado de seu conforto estando naquela condição. Eu sou realmente um idiota.

- O que foi, meu pedacinho de céu? - Hashirama se sentou ao meu lado. - Você nunca vem para cá, quer que eu vista trajes de banho e entre com você na piscina?

- Não... Eu só cansei do meu quarto.

- Você parece triste.

- Eu fui ver o Deidara naquele dia, mas algo aconteceu. Ele simplesmente saiu chorando e eu não fiz nada. Eu nem sabia o que fazer!

- O que você está fazendo aqui então? - Ouvi a voz de Madara, que havia ouvido nossa conversa e estava escorado na porta de vidro. - Vá descobrir o que aconteceu, oras.

- Ele me mandou uma mensagem se desculpando e dizendo que estava tudo bem. Talvez exatamente para que eu não vá procurá-lo.

- Sinceramente, Obito, você já foi mais inteligente. - Madara suspirou impaciente.

- O que ele quer dizer, é que Deidara pode estar querendo não te preocupar, não significa que ele esteja bem, ou que não queira sua atenção.

- Pega a porra do carro e vai para lá agora. - Madara me olhou furioso. - Você mesmo me contou sobre o que ele passou, ele teve dias muito difíceis. Vá, agora.

- T-Tá, eu vou... Só me deixem um pouco sozinho, eu preciso pensar em algumas coisas.

- Como quiser. Vamos, Maddy. - Hashirama alisou meu ombro e se levantou da cadeira de sol, sendo acompanhado por Madara que saiu reclamando novamente do apelido.

Deidara provavelmente ainda está triste com tudo o que está acontecendo e não pode contar com os amigos. Mas eu estou aqui, ele querendo ou não.

Madara tem razão, não há porque hesitar agora. Eu preciso vê-lo.

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Eu não acredito no que estou fazendo. Madara e Hashirama estão em casa, se eles por algum acaso notarem... Mas não. Eu não posso voltar agora. Prometi a mim mesmo que eu faria algo por Deidara, e me lembro de sua reação ao ver esse carro pela primeira vez.

Todo cuidado é pouco, eu preciso prestar atenção em cada espaço da estrada.

É pelo Deidara.

Mas ainda é assustador.

Chegando perto de sua casa, estacionei na porta e buzinei freneticamente. Olhando para as janelas do andar de cima, vi a silhueta de cabelos longos se levantar e sumir do vidro preto fosco em poucos segundos.

Me sinto ansioso por alguma razão. O meu coração está acelerado, mas já não é uma sensação tão esmagadora.

A porta se abriu e vi os olhos de Deidara que estavam claramente cansados, se arregalarem, surpresos. A sua boca ficou entreaberta enquanto ele estava estático olhando a Ferrari a sua frente.

Ele se aproximou em passos curtos.

- Você não vai entrar?

- Obito... - O olhar surpreso se foi de repente, sendo substituído por uma expressão que eu não sabia explicar, mas parecia tristeza e agonia.

- Deidara, por favor. - Eu o olhei nos seus olhos, prendendo-os a mim. - Eu preciso entender o que você está sentindo. Viu? Dessa vez é você que está impossível de se entender.

Serotonina - TobiDeiOnde histórias criam vida. Descubra agora