IV - Eu quero melhorar.

6.3K 1K 2K
                                    

SEROTONINA

- O Kakashi não estava lá...? - Ela perguntou.

- Sim! - Agarrei sua mão e a guiei em direção ao terreno.

Quando chegamos lá, vimos Kakashi com o corpo trêmulo, segurando em algo que eu não conseguia saber o que era por conta dos arbustos que cobriam.

- Kakashi! - Rin disse, antes de tentar puxá-lo.

Em poucos segundos, ela soltou um grito e seu corpo começou a tremer e seus fios arrepiarem.

- Rin! Kakashi!

- Obito, não! - Fui segurado por Gai, que aparentemente também ouviu os gritos de Kakashi. - Isso é uma cerca elétrica, eles estão eletrocutando!

- Como você espera que eu os deixe assim sem fazer nada? - Gritei desesperado, tentando me soltar de seus braços.

- Alguém, chame um médico! - Gai gritava para as pessoas da festa.

- Rin! - Meu coração batia aceleradamente. Eu tenho que fazer algo. - Gai! Me solte agora!

- Não, Obito!

Finalmente Kakashi solta a cerca, fazendo com que os dois caíssem na grama.

- Rin! - Finalmente Gai me soltou.

O corpo dela ainda tremia um pouco, e o de Kakashi também, como se ainda tomassem leves choques.

- Alguém chama um médico, agora! - Gritei em desespero.

- Obi...to. - Rin disse, antes que seu corpo relaxasse e seus olhos se fechassem devagar.

Essas lembranças vieram em uma vez só, me fazendo sair do carro com certa rapidez. Parei na frente daquela boneca de decoração.

- Rin... Eu sinto a sua falta. - Me ajoelhei, sentindo as lágrimas descerem pesadas em meu rosto, deixando uma trilha molhada de dor e arrependimento, mas principalmente saudade de sua gentileza e do seu perfume. - Meu mundo sem você é tão confuso e vazio.

Eu não posso ficar aqui muito tempo. Do jeito que meus pais são, já devem estar ligando para a polícia.

Ajeitei a decoração de seu jardim e levantei. Eu não queria deixar aquele lugar, as lembranças tristes existiam, mas os sorrisos de Rin também estavam em minha mente e aconchegavam meu coração. Mas a minha mente como sempre me sabotou. Esses sorrisos lindos que passavam em minha memória? Não posso mais vê-los, não existem mais.

Levantei e entrei no carro, respirando fundo e tentando me concentrar. Logo, fui em direção à minha casa.

---

- Obi? Quer comer alguma coisa? - Hashirama perguntou. - Aproveita que o Maddy tá na cozinha.

- NÃO ME CHAMA ASSIM, HASHIRAMA. - Ouvi o grito longe de Madara.

- Te amo, amorzinho. - Ele respondeu alto para Madara. - Então?

- Não estou com fome. - Falei e forcei um sorriso.

- Tudo bem então. - Ele entrou e fechou a porta do quarto. - Aconteceu alguma coisa?

- Sim. - Não consegui mentir pois as lágrimas já saíam do meu rosto.

- Quer me contar? - Ele se sentou ao meu lado e me abraçou.

Me aconcheguei nos braços de Hashirama. Seus longos cabelos castanhos roçavam em meu rosto, grudando-se em minha pele por conta da umidade que as lágrimas deixavam ao escorrer dos meus olhos.

Serotonina - TobiDeiOnde histórias criam vida. Descubra agora